Quando a minha editora chefe me pediu para escrever sobre Constelação Familiar, pensei: tem tantos textos super bem escritos que explicam! Então, decidi contar como foi na prática para mim.
Existia uma enorme insatisfação, julgamento com relação à minha mãe, eu queria mais, muito mais do que ela me tinha dado, aí eu escutei: “Ela te deu a vida e, por isso, 50% do seu DNA veio dela, e de todos que vieram antes dela, portanto, julgá-la é negar 50% de cada célula do seu corpo”.
Uauhhh, é verdade, eu sou metade mãe e metade pai, eu vim desse sistema, então, ao julgar a minha mãe, estou julgando Deus, o Universo, a Vida, que arrogância, não?
Bert Hellinger (um senhor que sou muito fã, que habita esse planeta e que dedicou a sua vida a descobrir qual é a melhor forma de ajudar as pessoas e a si mesmo), simplificou a minha vida com uma cola de como viver nesse planeta, com 3 leis curtas e sábias, e a primeira é essa: Hierarquia.
É importante reverenciar o que veio antes, os pais, os avós, os bisavós, pois a vida deles reverbera no meu corpo, na minha alma, eles fizeram o melhor que puderam, o que sabiam. Se eu não concordo, posso fazer diferente, com humildade, experimentar uma nova forma de agir na vida.
Quanto mais eu aceito meus pais, mais aceito a vida que veio deles, mais sou próspera e feliz, é um exercício lindo de como morar bem nesse planeta. Essa lei também se aplica à ordem que nasceram os irmãos, nas empresas, os que chegaram primeiro… Hierarquia.
A outra lei me mostrou o quanto era controladora, queria todos do meu lado do meu jeito, para isso, carregava o mundo nas costas, então, tive que aprender que: numa relação saudável, cada um dá 50%.
Dar muito mais, para se sentir a boazinha, a maior, faz o outro se sentir diminuído e, por isso, ele vai embora ou trai, pois um se torna muito maior que o outro, perdendo o equilíbrio.
Exceções são o amor dos pais por um filho que nunca poderá ser pago, mas pode voltar para o planeta trazendo um filho ao mundo (um neto), ou um trabalho voluntário com muito amor (sem interesse pela troca), ou o que pretende deixar para o planeta antes de partir, com o seu legado.
Aprendi a não julgar, que maravilha saber disso, carregava o fardo de ter que ser a certinha, por isso, julgava muito.
A 3ª lei diz: todos que nascem em uma família têm o direito de pertencer a ela, então, os excluídos (os que foram julgados) em um sistema vão ser representados por outros de uma forma estranha, portanto, aquele filho que começa a beber e guiar buscando a morte, está representando um avô que foi excluído e, provavelmente, seu pai ou bisavô também.
Resumindo, tudo que acontece de diferente em um sistema tem um fio solto no passado, alguém não foi visto, foi excluído por um aborto, ou preconceito, ou foi embora por medo da sociedade, então, as pessoas mais sensíveis do sistema são as que mais sofrem, pois representam os que foram excluídos.
Lembro que na primeira Constelação que assisti, pensei: “Eu nunca vou trabalhar com isso”.
Que ironia! Fez tanto sentido para minha alma que fui estudar como funciona e me reconheci como facilitadora, pois a Constelação Familiar se pauta na Verdade, então, existe um campo que é um espaço físico, onde escolhemos pessoas aleatoriamente, que muitas vezes nunca vimos antes, e essas pessoas se permitem guiar pela verdade do que sentem no corpo, entrando em contato com o que sentem.
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Às vezes dá vontade de sentar, de chorar, de ficar parado, só percebendo o que o seu corpo quer fazer, deixando o lado racional de fora e se guiando pelo Inconsciente, algo que reverbera na sua alma e como estamos interligados pelos neurônios, espelha a nossa história.
O nosso desafio se mostra aos nossos olhos, dando a possibilidade de cura sistêmica de todos que estão presentes, de aceitar e seguir o nosso caminho, podendo fazer novas escolhas.