Você deve conhecer alguém que já tentou explicar o que acontece em uma Constelação Familiar, certo?
E o que você vê é alguém com uma cara de espanto, que não entende muito bem o que está acontecendo e se pergunta: como? A pessoa que representou seu pai, sua avó, sua mãe, seu irmão… isso é bem estranho, não é?
Pois bem, vamos compreender como as constelações acontecem?
A grande dúvida: uma das coisas mais difíceis de explicar sobre a constelação é como alguém que não conhece sua família pode trazer informações tão fiéis às pessoas, aos seus sentimentos e ao seu jeito de agir?
Muitos acham que a Constelação está relacionada à vidência, ao espiritismo, à magia ou ainda à religião.
Para entender como é possível acontecer essa comunicação entre pessoas sem nem mesmo elas se conhecerem, é preciso pensar na ressonância mórfica.
Ressonância mórfica: afinal, o que é?
Todas as espécies, animais, seres humanos e até minerais possuem um campo de informação, um campo de conhecimento e de memórias.
Tudo o que acontece com cada elemento de um sistema fica gravado nesse campo e torna-se uma informação disponível para todos os elementos que compõem esse sistema.
Todas as mudanças que ocorrem em um sistema são repassadas através dessa ressonância para todos da mesma espécie, por isso novos conhecimentos e uma nova consciência passam a ser compartilhados dentro do sistema.
Não é telepatia, é algo natural, inconsciente que acontece com todos nós.
Isso foi estudado pelo biólogo inglês Rupert Shaldrake e é denominado de campo mórfico.
Gosto de fazer sempre uma analogia dos campos com a informação na nuvem. É como se todas as informações passadas, presentes e futuras estivessem lá nessa nuvem e nós fôssemos acessando e incorporando cada uma delas em nosso conhecimento, sem consciência disso, apenas fazemos o download inconsciente de tudo.
Quer um exeplo? Teoria do centésimo macaco: macacos de uma determinada região passaram a abrir o coco de uma forma diversa a que comumente abriam. A partir do centésimo macaco, a informação vai para essa “nuvem” e a partir de então, todos os macacos da mesma espécie começam a abrir o coco da mesma forma. Em pouco tempo, até mesmo macacos da espécie que estão à quilômetros de distância começam a usar a mesma técnica para abrir cocos.
Um outro exemplo disso é uma floresta de coníferas que aprofunda suas raízes para absorver mais nutrientes. Essa informação fica armazenada na nuvem de todas as florestas coníferas e não só naquelas que estão numa região próxima geograficamente. Então, aprofundar as raízes se torna hábito e se dissemina através da ressonância mórfica por todas as florestas dessa espécie.
Isso é o inconsciente coletivo que Jung falava. Um conhecimento ou padrão de comportamento que está disponível para todas as espécies, possibilitando que todos os indivíduos de uma mesma espécie possam promover a evolução dela de maneira equânime, igualitária.
E como esses campos se comunicam?
Através da ressonância, que é um fenômeno imaterial e que leva informação.
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E é assim que os representantes de uma constelação conseguem acessar sentimentos e informações de pessoas que nem mesmo conhecem.
E como isso nos afeta?
Se um elemento do sistema é excluído, o sistema começa a entender que esse é um novo padrão de comportamento e esse padrão começa a se repetir.
Ocorre que algumas pessoas de uma família ou sistema começam a manifestar esses padrões de forma inconsciente. Geralmente, existem alguns elementos dentro do sistema, aqueles chamados de “ovelhas negras”, que questionam esses padrões e começam a buscar saídas para fazer de outra forma, ou seja, quebrar o padrão.
É importante entender que esse processo de “contrariar” os padrões do sistema não acontece de forma consciente. Essas pessoas geralmente se sentem diferentes, estranhas quando se comparam à família e esse é o elemento que trará novas informações a esse sistema.
O campo mórfico e a constelação
Na constelação, o campo mórfico do sistema é aberto através do facilitador ou do constelador que, por meio de técnicas específicas, compreende como acessar essas informações.
A partir daí, a constelação traz uma nova informação para esse sistema, desde que seja permitido pelo próprio sistema. Padrões recorrentes são observados e um novo caminho de compreensão é trazido. Quem estava excluído, por exemplo, é trazido de volta à família e, assim, o equilíbrio é restabelecido.
A Constelação atua fenomenologicamente e abre uma comunicação entre nós e as memórias que estão em nosso clã de maneira atemporal, sem barreiras de tempo e espaço.
Para o campo mórfico, o tempo não acontece na linearidade de presente, passado e futuro como costumamos vivenciar no dia a dia. É uma atuação dentro dos padrões da mecânica quântica (assunto para outro artigo). Tudo o que ocorre no momento da constelação afeta o passado e o futuro, criando, assim, um continuum de tempo e espaço.
Dica para começar a compreender os padrões de sua família:
· Observe e anote os hábitos que são comuns em sua família.
· Observe a forma como executam algumas tarefas.
· Observe as “coincidências” entre seus familiares.
Tudo está interconectado. Estamos quebrando os véus da temporalidade. Basta que permitamos essa experiência.