Em 2019, as queimadas e o desmatamento na Amazônia finalmente ganharam visibilidade no Brasil e no mundo e tomaram conta das mídias. Ativistas, políticos e figuras públicas de diversos países voltaram seus olhos ao Brasil. Justamente pela preocupação com a maior floresta tropical do mundo, que abrange nove países da América Latina e abriga mais de 60 mil espécies, divididas entre plantas e animais, falou-se muito do desmatamento na Amazônia e da sua relação com a pecuária, mais precisamente com o grande consumo de carne no Brasil e no mundo.
Mas, afinal, você sabe qual é a relação entre consumo de carne e desmatamento?
Sabia que com a simples atitude de reduzir a quantidade de carne que você consome, ao menos um pouco (em uma refeição, por exemplo), você ajuda a preservar florestas e diminuir o número de queimadas, não apenas na Amazônia, mas em diversas outras áreas de todo o planeta?
Continue a leitura e entenda melhor!
A pecuária como grande causadora do desmatamento na Amazônia
Nem todos sabem, mas a pecuária e a destruição do meio ambiente estão diretamente relacionadas, porque grande parte das áreas devastadas, principalmente em território nacional, são utilizadas para a criação de gado. É o que mostra os números do relatório de 2015 da Procuradoria do Meio Ambiente do Ministério Federal, que investigou o desmatamento da Amazônia. De acordo com o estudo, 80% da área desmatada na região é ocupada pela atividade pecuária no Brasil.
O hábito da queimada na Amazônia ocorre porque esse método é utilizado para abrir facilmente novos pastos, gerando grandes e novos espaços para a criação de gado com a retirada da floresta. E essa é uma realidade que cresce e causa mais estragos ano após ano.
Dados do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM Amazônia) revelam que, de 1985 até 2018, cerca de 89 milhões de hectares de vegetação natural foram perdidos no Brasil, o que equivale à extensão territorial do estado do Mato Grosso. Só na Amazônia foram 47 milhões de hectares perdidos nos 34 anos que a pesquisa cobriu. O mesmo estudo aponta também um crescimento na porcentagem de áreas do solo nacional dedicadas à agropecuária, indo de 20%, em 1985, a 31%, em 2018.
Devido ao consumo de carne desenfreado, já há mais rebanhos bovinos que pessoas no Brasil.
De acordo com pesquisa do IBGE, em 2015 já haviam mais rebanhos bovinos (215 milhões de cabeças) que pessoas (208 milhões) em nosso país!
Vale ressaltar ainda que para alimentar essa grande quantidade de cabeças de bovinos (fora outras criações de animais, como galinhas) é necessário devastar grandes áreas também para plantio do alimento desses animais, o que contribui ainda mais para o desmatamento.
Esses são apenas alguns dos dados que nos mostram como o consumo de carne e a sustentabilidade andam (ou melhor, não andam) lado a lado.
E aí entra a questão: vale mesmo a pena arcar com tantas consequências dessa imprudência (desde a grande emissão de metano por parte do gado, que acarreta em efeito estufa, até a destruição de fauna e flora) apenas para consumirmos uma enorme quantidade de carne em todas as refeições?
O consumidor final não está “sujando as mãos” ao queimar e derrubar florestas, mas é, no fim das contas, o grande culpado por toda a destruição.
Apesar da repercussão recente sobre o tema, ele é explorado e debatido há algum tempo. Filmes e documentários como “A carne é fraca” (2005), “Cowspiracy” (2014) e “Terráqueos” (2005) são alguns dos que retratam a problemática do consumo de carne e dos seus impactos no meio ambiente.
Reduzir o consumo de carne não fará diferença para você, mas fará para o meio ambiente.
Se nos últimos tempos você se perguntou como poderia ajudar a combater o desmatamento da Amazônia, um bom primeiro passo é começar agora a reduzir o seu consumo de carne.
Ter essa consciência e diminuir seu consumo de carne também é uma boa maneira de reduzir o sofrimento animal, já que o abatimento e as condições de vida desses animais são extremamente problemáticas. Afinal, quando falamos de grandes indústrias, os animais não vivem soltos e felizes, como mostram muitas embalagens e logos de marcas.
A redução do consumo pode ser apenas um passo simples para você, mas já gera um grande impacto positivo.
Para fazer isso não é necessário ser radical. Uma redução gradual ou pequenas mudanças de hábitos já ajudam (e muito), além de influenciar também a sua saúde. De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), o consumo em excesso de carne vermelha pode facilitar o desenvolvimento de câncer.
Iniciativas como as “segundas sem carne”, por exemplo, já apresentam números consideráveis de adeptos. A campanha consiste na não ingestão de nenhum tipo de carne durante as segundas-feiras, fazendo sua substituição por outras opções ricas em proteínas vegetais, como lentilha e feijão.
Só no Brasil, no ano de 2017, cerca de 2.000 toneladas de carne deixaram de ser consumidas nas redes de refeições a preços populares e nas escolas municipais e estaduais de São Paulo. Isso aconteceu por causa da implantação da iniciativa pelo Governo do Estado e Município de São Paulo, em parceria com a Sociedade Vegetariana Brasileira.
Algo simples para você, um grande benefício para o planeta. Se cada um fizer um pouco, o resultado é gigantesco!
Reduza agora seu consumo de carne e sinta a satisfação de estar fazendo sua parte!
Vegetarianismo barato, saboroso e balanceado
Para quem quer ir além apenas da redução do consumo de carne e tornar-se ovolactovegetariano, vegetariano ou até mesmo vegano, esses são os próximos passos a serem seguidos:
A dieta ovolactovegetariana consiste em não consumir carnes (de qualquer tipo), mas é possível ingerir alimentos de origem animal, como leite, ovo e mel. É ideal para quem está transicionando e deseja ir devagar, respeitando a adaptação.
A dieta vegetariana consiste na não ingestão de nenhum tipo de carne, seja ela vermelha, de frango ou de peixe, nem de alimentos de origem animal, como leite de vaca e ovos.
Já o veganismo não trata apenas de alimentação, mas de um estilo de vida. Quem é vegano não adquire, na medida do possível, nenhum produto que tenha explorado animais para sua fabricação, desde cosméticos a roupas, por exemplo.
Mas muito se engana quem acha que dieta vegetariana é sinônimo de comida sem graça ou ruim. Atualmente já existem diversas receitas fáceis, rápidas, balanceadas e baratas para complementar o seu cardápio, caso decida parar de consumir ou reduzir a ingestão de carne.
E as proteínas?
Já caiu por terra a ideia de que dietas vegetarianas são pobres de proteínas. Você não precisa consumir carne para ingerir os níveis ideais diários de proteína. Isso porque existem as proteínas vegetais, presentes em grãos e leguminosas facilmente encontrados em mercados, como:
- Feijão;
- Lentilha;
- Grão de bico;
- Aveia em flocos;
- Soja;
- Ervilha, entre outros.
Esses e outros alimentos podem substituir perfeitamente a proteína animal na alimentação.
E então, ficou inspirado a dar o primeiro passo para iniciar um estilo de vida mais benéfico não só para o meio ambiente, mas para a sua saúde e para os animais? Confira aqui 100 ideias de receitas vegetarianas fáceis, baratas e saborosas para lhe ajudar nesse processo! 🙂
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