Em 2012, decidi que queria voltar ao trabalho voluntário, e uma grande amiga me incentivou a conhecer o trabalho da Associação Viva e Deixe Viver, fundada pelo publicitário Valdir Cimino, há cerca de 17 anos, que é especialista em contar histórias para crianças nos hospitais.
Pois bem, essa foi a minha porta de entrada para o universo dos que contam histórias em hospitais para crianças e adolescentes. Comecei atuando no Hospital Darcy Vargas, no Morumbi, e agora atuo no Hospital Sepaco, junto com um time de pessoas amorosas, generosas e divertidas. O universo lúdico é uma janela para a expressão das emoções e cabe muito bem tanto para as crianças quanto para os adultos, pois às vezes, sinceramente, não sei quem se diverte mais: os pais ou as crianças no leito do hospital. Encantar corações traz um sentimento positivo de alegria e de felicidade genuína.
Ah, lembrei, que na verdade, eu já havia participado de outra organização chamada Fazendo História, em que contávamos histórias, mas o foco era montar junto com a criança que vivia no abrigo, seu álbum de histórias. Nessa época, conheci o Felipe, um menino de 8 anos com dificuldades motoras e de saúde, que me esperava ansiosamente para nosso tempo de conexão e atividade lúdica. Quando ele deixou o abrigo, levou o álbum construído por nós. Tenho boas memórias dessa doação na arte de contar histórias e encantar um coração infantil.
Eu acredito que sempre podemos fazer algo de bom pelo próximo, pelo sistema em que vivemos. Na verdade, aprendi com minha mãe a ser altruísta e sou grata por ela ter me ensinado esse valor. Quando dedicamos algumas horas da nossa rotina tão atarefada para entregar um pouco de amor, sorriso, afeto e alegria, por meio do universo das palavras, dos contos e das histórias infantis, sentimos que nossa vida cria um outro significado. Cria um senso de propósito, de conexão com o Universo, de ligação com o Amor Maior.
No livro e documentário ‘A Revolução do Altruísmo’, o monge budista Matthieu Ricard, revela o quão transformador é a força da benevolência, da empatia e da compaixão. Sabe aquela frase clichê: “fazer o bem faz bem” e “gentileza gera gentileza”? Pois é, elas são verdadeiras e isso foi comprovado cientificamente. Ah, agora você vai acreditar em mim rsrs. Pois bem, fazer o bem e expressar o amor, faz um bem danado para nossas vidas, pois melhora nossa autoestima, nossa saúde emocional e até física. Conheço pessoas que se curaram da depressão ao iniciar um trabalho voluntário e dedicar amor ao próximo.
O trabalho voluntário é um tipo de atividade muito alinhada à lei do “Dás e Receberás”, pois eu não conheço nenhum voluntário que chega de um jeito e não sai modificado após sua atuação. Quando damos um pouco da nossa vida, do nosso tempo, do nosso amor, recebemos também de volta um sorriso, um tchauzinho, uma palavra de gratidão, e assim, estabelece-se o equilíbrio da lei da abundância. Mas esse é um tema para uma outra conversa aqui no Eu Sem Fronteiras. Até a próxima vez! E viva o dia do contador de histórias!
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