Esses dias tive que preencher uma ficha cadastral burocrática que com certeza foi usada como ferramenta pelo Universo para me obrigar a olhar algumas questões internas. A ficha começava com perguntas simples como nome, números de documentos e terminava com perguntas relacionadas à saúde. Depois de eu preencher informações sobre o convênio médico e as minhas alergias, lá estava: Contato de Emergência!
Paralisei por alguns longos minutos. Nenhum nome me vinha à cabeça. Fiquei encarando aquele espaço em branco e foi desesperador. Se alguma coisa grave acontecer comigo, para quem eles devem ligar? E nada! Quando dei por mim, estava com as mãos suando, coração acelerado e uma baita vontade de chorar. Respirei fundo e me concentrei em ficar calma.
O que senti naquele momento foi uma desesperadora sensação de abandono e solidão, pensei comigo mesma: Mano do céu, estou sozinha no mundo!
Eu já vivenciei esse sentimento outras vezes. E naquele momento toda dor do passado emergiu como um vulcão em erupção espalhando suas lavas sem controle para tudo quanto era lado.
Após esse primeiro momento de pânico, comecei a trocar uma ideia com meu EU interior. Sei que não estou sozinha na vida, que estou cercada de pessoas queridas com quem posso contar para milhões de coisas. E no final de tudo, consegui colocar dois nomes lá de pessoas que estão por mim.
Mas isso mexeu tanto comigo que 3 dias depois ainda reverbera aqui dentro. Porque, por mais que você possa, sim, contar com outras pessoas, no final das contas, somos nós e ponto. Pensei no meu ex-namorado, que seria um dos primeiros nomes, mas olha que coisa, pude contar com ele por um período X, terminamos e ele não faz mais parte da minha vida. Pensei em minha mãe e meu irmão, eles moveriam céus e terras por mim, mas estão morando em outro país. Pensei em algumas amigas, tios, mas sei que cada um está ali vivendo o seu caos e sua história.
E no final disso tudo a conclusão a que eu chego é a de que pessoas se mudam, têm suas prioridades; elas entram e saem da nossa vida, mas nós sempre ficamos. Seremos sempre nós por nós mesmos. Por isso, tenho certeza de ser cada vez mais essencial buscar por mim e por quem realmente sou, sem me importar com a opinião e o julgamento alheio. O compromisso precisa ser comigo e ponto, doa a quem doer. Não faz sentido querer seguir o fluxo, agradar quem quer que seja.
Entendi tudo isso como mais um chacoalhão. Como um: “você não pode desistir!”, “não se desconecte”, “continue, pois você está no caminho certo!”.
E, dessa forma, estou seguindo e descobrindo cada dia algo novo, encontrando a ordem em meio ao caos e escrevendo a minha história!
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