À medida em que vamos aprendendo, o ideal é que esses eventos diminuam. A realidade, no entanto, é que somos humanos e falhamos – e está tudo bem. Aqui vão algumas dicas para que possamos estar atentos e não sermos levados tão facilmente a agir condicionadamente:
Não suprima a raiva
A raiva suprimida só alimenta o ego e acaba se transformando em algo maior: um ataque de fúria ou, pior ainda, uma doença.
A primeira coisa a fazer é reconhecer que você tem isso dentro de si e aceitar. À medida em que vai colocando luz sobre essa emoção e reconhecendo-a, ela começa a perder força.
Você vai dizer que já tentou isso e a raiva não diminuiu, mas a verdade é que agora você a reconhece! Como diz o Eckhart Tolle, primeiro você se dá conta que agiu com raiva dez dias depois, depois dois, depois uma hora mais tarde. Até que um dia você vai reconhecer os sinais da raiva antes e então passa a ter a escolha de como agir.
Conheça o que provoca a sua raiva
A budista Pema Chödron ensina que muito do combustível da raiva é a polaridade: certo ou errado, bem ou mal, amigo ou inimigo. É quando julgamos algo sob esse prisma que ela surge.
Para o eneagrama, a raiva é fomentada para o tipo 1 (o tipo que tem a raiva como “fraqueza”) quando, por exemplo, ele entende que segue todas as regras e as pessoas que estão vivendo mais livremente estão se dando melhor que ele.
Você já pensou por que sente raiva? Isso é um bom caminho para ver o que a dispara em você.
Finalmente, o remédio.
Sim, vou falar de presença. De novo.
Rudolf Steiner, criador da antroposofia, ensina um exercício de observarmos uma flor, sem nomeá-la (“isto é um cravo”), até entendermos a força vital que emerge dela. O Tolle ensina o mesmo exercício, porém em conexão com esse tipo de emoção: através dessa observação você começa a se reconhecer como um com tudo. Quando você reconhece o outro em si mesmo, a chance de você ter raiva dele diminui, além disso esse exercício te coloca num estado em que você consegue reconhecer a raiva antes que ela tome conta de você.
Para o eneagrama, o remédio para a raiva (ou o contrário dela) é a aceitação: do que é, do outro, de si mesmo.
Seja paciente
Silhueta de uma mulher meditando frente ao mar e ao nascer do Sol
Parece contraditório falar em ser paciente no mesmo artigo em que estou falando sobre raiva, mas é isto: você vai precisar de paciência.
Primeiro para entender que isso não vai acontecer da primeira vez que você tentar. Reconheça, porém, que a consciência de estar movido pela raiva está aparecendo antes, e que isso por si só já é uma evolução.
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Segundo: você está trabalhando no controle da sua raiva, mas as pessoas em volta de você, não. A Pema Chödron chama ainda a atenção para o fato de que as pessoas, às vezes, demoram muito a perceber que você está mudando. Mesmo que você não aja da maneira antiga, talvez elas ainda reajam ao seu velho “eu”. Ela dá o exemplo de uma pessoa que observou o prazo de dois meses até que as pessoas começassem a perceber que ela tinha mudado.
Lembre-se: o simples fato de tentarmos já muda a consciência geral, e isso é um trabalho grandioso!
E você? Tem mais antídotos para a raiva que quer compartilhar?
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