As festas de final de ano são responsáveis pela onda de positividade e de empolgação que consome as pessoas em todo o mundo, nesse período. Tanto o Natal quanto o Ano Novo acontecem a partir do calendário gregoriano, em muitos países, mas essa não é a única forma de marcar o tempo. Você sabia que o Ano Novo pode até ser comemorado em setembro?
Dependendo de qual é a sua religião, a celebração do começo de um novo ciclo pode ser diferente da que estamos acostumados a ver. O Ano Novo Judaico é uma celebração que dura dez dias e se baseia no calendário judaico. Para essa forma de medir o tempo, o primeiro mês do ano é setembro. Aprenda mais sobre essa tradição a seguir!
O Ano Novo Judaico – Rosh Hashaná
Ano Novo Judaico é uma forma simplificada de se referir ao Rosh Hashaná, uma festa celebrada entre os judeus, de dois dias de duração, que está pautada em realizar um processo de introspecção e de arrependimento por todas as atitudes negativas que tomaram durante o ano que acabou.
Porém, ao traduzir a expressão “Rosh Hashaná”, não obteríamos como resposta algo próximo de “ano novo”. Na verdade, esse termo quer dizer “cabeça do ano”. Considerando que a função de uma cabeça é a de enviar ordens ao corpo, é nesse período que uma pessoa deve dizer para si como deve se comportar nos próximos meses. Se você tomar atitudes prejudiciais nesse momento, é provável que seu ano seja repleto de negatividade e de escolhas ruins.
Depois que o período do Rosh Hashaná se encerra, tem início o Yom Kipur, que é um dia destinado ao perdão, ao jejum e ao recomeço. Dessa forma, tem-se um ciclo muito bem estruturado: primeiro, as pessoas refletem sobre os comportamentos que tiveram. Arrependem-se do que fizeram de errado e, por fim, são perdoadas por Deus, para começar uma nova vida, livre dos problemas do passado.
Curiosidades sobre o Rosh Hashaná
Agora que você entendeu o que o Rosh Hashaná promove na vida de pessoas judias, está na hora de aprender o que é feito nessa data tão importante para a religião. Confira as principais curiosidades sobre o evento e abra sua mente para uma nova tradição!
Em primeiro lugar, é importante saber que o Rosh Hashaná não tem um dia específico para acontecer. No calendário judaico, a celebração ocorre no primeiro dia Tishrei, em setembro, desde que esse dia seja uma segunda-feira, uma terça-feira, uma quinta-feira ou o dia do descanso semanal, chamado de Shabat. O Rosh Hashaná nunca cairá em uma quarta-feira, em uma sexta-feira ou em um domingo.
Durante as duas manhãs de Rosh Hashaná, é essencial que os judeus ouçam o toque do shofar. Esse instrumento é feito a partir de um chifre de carneiro, como um berrante, e deve ser tocado 100 vezes, com intervalos. Segundo a tradição, três tipos de som são emitidos a partir do shofar. O primeiro deles é o tekiá, marcado por um toque duradouro; o segundo é o shevarim, com três toques curtos; e o terceiro é o teruá, que é um toque com no mínimo nove sopros.
O instrumento só não é tocado se o Rosh Hashaná coincidir com um dia de Shabat. Essa tradição é tão importante que rabinos de todo o mundo caminham até as casas de judeus que não podem ir até as sinagogas, tocando o shofar, para que eles possam escutar os 100 toques do instrumento. Eles devem caminhar porque durante o Rosh Hashaná é proibido fazer viagens de carro.
Na hora das refeições, as mulheres ou meninas da casa devem acender velas nas mesas em que todos irão comer. Na primeira noite, elas devem ser acesas antes que anoiteça, enquanto na segunda noite, a chama só pode brilhar quando o Sol já tiver ido embora. Para esse processo, a pessoa que irá acender a vela só pode usar um fósforo, tomando cuidado para o fogo dele não se apagar.
A alimentação durante o Rosh Hashaná também é especial. As chalot redondas são pães doces que ainda podem ser mergulhados no mel, para que o próximo ano seja doce. Outros ingredientes adocicados são usados na celebração, como maçãs empanadas no açúcar ou mergulhadas no mel. Combinando com o significado da data, é ideal separar uma cabeça de peixe ou de carneiro para colocar na mesa, como um desejo de prosperidade.
As sementes de romã também são essenciais nessa celebração. Dizem que quanto mais sementes uma pessoa tiver, mais méritos ela terá. A quantidade ideal é 613 sementes, porque foi essa a quantidade de mandamentos que foram entregues a Moisés. A prosperidade também pode ser atraída com o cumprimento “shaná tová”, que significa “bom ano”.
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Outras duas tradições importantes também estão presentes no ano novo judaico. Na primeira tarde da celebração, deve-se caminhar até um local que tenha água corrente e fazer uma prece, como se estivesse deixando na água os pecados que foram cometidos anteriormente. Além disso, durante o Rosh Hashaná, a não ser que seja um dia de Shabat, não se deve tirar cochilos.
O ano novo pode ser celebrado de muitas formas e todas elas são válidas, dentro dos contextos nos quais existem e são praticadas. Inspire-se no arrependimento e no perdão que o Rosh Hashaná promove para repensar as suas atitudes e adotar novos hábitos nos meses que virão!