Parte do que quero dizer aqui é que tanto criatividade quanto afirmatividade são aspectos ou capacidades que deveriam ser consideradas fundamentais, ou seja, tidos pela legislação, pelas escolas e pelas instituições de fomento como um direito inalienável. Não apenas a criatividade, mas também o humor – o próprio fato de brincarmos com realidades, com fatos e opiniões, isso é um mandado de segurança contra as difíceis e nunca plenamente satisfazíveis demandas fisiológicas, sociais e culturais.
Estas duas capacidades são fundamentais em qualquer adversidade: a capacidade de criar e a capacidade de encontrar ou enxergar positividade em qualquer evento. Criar é adaptar-se, aprender, inventar a solução para uma situação específica. E ver a positividade em cada evento é primeiramente aceitar que nem tudo que acontecer em nossa vida será em nosso favor. Em segundo lugar, aceitar o negativo como uma experiência e um aprendizado. Digo que estas duas capacidades são fundamentais porque entendo que sem elas é muito difícil ou mesmo impossível resolver nossos problemas e também porque outras capacidades, ainda que valorosas, não parecem tão necessárias quanto essas duas.
A pergunta que nos vêm é: como, afinal, cultivá-las? Existe mais de algumas maneiras, mas certamente podemos destacar duas: 1. Engajar-se em um processo artístico: criar uma obra de arte, ou tentar fazê-lo, é simultaneamente estimular nosso senso de superação das adversidades e trabalhar com fins estéticos. 2. Engajar-se em um relacionamento psicoterapêutico: muito embora a terapia da fala não vá fazê-lo engajar-se tão diretamente com sua criatividade quanto a arte o faria, pode trabalhar alguns aspectos que dificultam suas percepções e suas tomadas de decisão; ademais, a afirmatividade em face ao vivido ou às próprias potencialidades sempre emerge como uma busca natural na terapia – aqui é seu ponto forte. Como tens estimulado tua alma?
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