Filosofia

Cultura popular

Mini globo terrestre em cima de livro aberto
Escrito por Luis Lemos

O Brasil é um país rico em folclore e cultura popular. Tanto faz você ser do Norte ou do Nordeste, do Centro-Oeste, do Sul ou do Sudeste, os ditados populares fazem parte do contexto cultural e social do Brasil. Ou seja, não existe uma única região do país que não possua expressões populares, ricas de significados e inseridas no cotidiano do povo brasileiro.

Como professor de filosofia, em muitas ocasiões, eu sempre usei os ditados populares para estimular o interesse dos meus alunos pelo conhecimento. Além disso, eles servem também para despertar no aluno o interesse pela leitura, liderança, comunicação, crença e o respeito pela opinião diferente.

Por fim, servem para despertar a consciência crítica, política, ecológica, religiosa, social do aluno, isso porque, quase sempre, os ditados populares “retratam” o mundo deles. Confira sete ditados populares que podem ajudar numa aula de filosofia ou numa conversa inteligente sobre a cultura popular brasileira.

Garota com mão no queixo e expressão de dúvida pensando
Foto de Andrea Piacquadio no Pexels

1º “Abraço de tamanduá”

Sinônimo de traição ou deslealdade. O tamanduá se deita de barriga para cima e abre seus braços. O inimigo, ao se aproximar, é surpreendido por um forte abraço, que o esmaga. Quantas vezes essa situação já aconteceu com você? Qual foi o seu sentimento na hora?

2º “O canto do cisne”

São as últimas realizações de alguém. Antigamente, dizia-se que o cisne emitia um lindo canto quando estava prestes a morrer. Você já pensou alguma vez em morrer? Como você se sentiu? Você pensou como os outros iam pensar em você? Qual o legado que você deixaria para a história?

Galinhas e galo em cima de muro vistas de frente
Foto de Engin Akyurt no Pexels

3º “Dormir com as galinhas”

Nada de levar o travesseiro e o colchão para o galinheiro. A expressão significa apenas deitar-se cedo, logo ao anoitecer, como fazem as galinhas. Que horas você dorme? Gosta de acordar cedo? Quando você acorda cedo? Você acha que “Deus ajuda quem cedo madruga”?

4º “Estômago de avestruz”

Aquele que come qualquer coisa. O estômago do avestruz é dotado de poderoso suco gástrico que é capaz de dissolver até metais. Será que podemos definir o ser humano como sendo um ser que come? Será que a comida nos define? Você come para viver ou vive para comer?

5º “Lágrimas de crocodilo”

É uma expressão bastante usada para se referir a fingimento. O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele “chora” enquanto devora sua vítima. Pode-se aplicar essa expressão em alguém? Você conhece alguém que é assim?

6º “Memória de elefante”

O elefante se lembra de tudo o que aprende, motivo por que é uma das principais atrações do circo. Por isso, dizem que as pessoas que se lembram de tudo têm memória de elefante. O que seria uma memória boa? Apenas para passar em concurso? Quais são as suas memórias? Podemos dizer que o ser humano é memória? E o esquecimento? Existe memória sem esquecimento? Qual a diferença? Somos mais memória ou esquecimento?

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7º “Olhos de lince”

Os filhotes só abrem os olhos com 10 dias de vida. Em compensação, quando crescem, os linces têm uma visão apurada. Os povos mais antigos acreditavam que esses animais conseguiam enxergar através das paredes. Ter olhos de lince significa enxergar longe. O que você está enxergando para você agora? O que você enxerga para você daqui a um ano? Cinco anos? E para o Brasil o que você enxerga?

Sobre o autor

Luis Lemos

Luís Lemos é filósofo, professor, autor, entre outras obras, de “Jesus e Ajuricaba na Terra das Amazonas – Histórias do Universo Amazônico” e “Filhos da Quarentena – A esperança de viver novamente”.

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