Mesmo considerando a evolução que se tem acompanhado nos últimos anos com relação à oferta de atividades e programas de saúde e lazer na Terceira Idade, ainda existem grandes barreiras pessoais e sociais com relação ao paralelo: “idade” x “saúde” x “movimento”.
A dança em suas diversas modalidades tem sido para muitos, nesta faixa etária, uma das atividades de grande procura onde se conjuga lazer e a possibilidade de fazer amigos, relembrar os velhos tempos e até encontrar novos objetivos de vida. Porém, nem todos se sentem dispostos ou aptos a desfrutar destes momentos.
A razão principal nem sempre está na idade, na limitação física, mas na crença de que a vida está em um processo descendente e os efeitos psicológicos do pensar “eu não posso” vão se cristalizando e tornando-se impedimentos reais.
As justificativas que com maior frequência são abordadas são: sou rígido, não sei dançar, tenho problemas na coluna, nos joelhos e aí por diante. Logo, “na minha idade não dá”.
No entanto, como a dançaterapia não estabelece pré-requisitos técnicos e nem tampouco estabelece barreiras com relação a sexo, limitações físicas, psíquicas ou sociais ela se torna uma opção diferenciada, um convite a desfrutar o novo.
Assim, no decorrer das conduções, cada um no seu tempo, vai se permitindo arriscar um e outro movimento e, às vezes até sem perceber, entra na proposta e abre as portas à possibilidade de reintegrar seu corpo à expressão criativa.
Com a participação constante às conduções, vai deixando de lado aquele sentimento negativo de “incapacidade” e substituindo por “possibilidade” e vão descobrindo que em todas as idades a dança é possível de ser vivenciada.
Mesmo nos casos onde há limitações físicas ou psíquicas, há a possibilidade de participar: um movimento isolado de uma parte do corpo significa todo o corpo que se movimenta, ou muitas vezes um segundo de movimento incorporado à proposta torna-se fundamental para o processo de mudança.
Às vezes existe a necessidade de um tempo de exposição aos estímulos para que haja uma reação física, mas quando esta reação surge vem acompanhada de uma força interior e de um sentimento de satisfação por ter conseguido: “eu posso”.
Nos Centros de Convivência e na Universidade da Terceira Idade a dançaterapia surge como algo novo, que vem trazer novas opções de movimento, de sensibilização, de integração e que desperta uma sensação de bem-estar e acolhimento.
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Dançar em qualquer época da vida não só é possível, como recomendável à saúde física e mental. Experimentar a dançaterapia é dar-se a oportunidade de reequilibrar-se interna e fisicamente.
Silvana Jara Faciole
Dançaterapeuta
Centro Internacional de Dançaterapia Maria Fux