Sempre me intimidei diante dos círculos: sentia-me exposta, insegura, vazia para contribuições. Um dia descobri que em círculo poderia dançar em unidade com outras pessoas, todos iguais em suas diferenças, todos juntos, todos um. Senti-me acolhida, então. Poderia me colocar, apoiada a outras mãos. Doando e recebendo a energia emanada dos corações. Passos simples que repetimos, repetimos, repetimos, até nos esquecermos de pensar. Quando isso acontece tornamo-nos a própria dança, compreendemos a nossa dimensão divina, percebemos que dançar é um jeito de ser, sentir, compartilhar, viver! De criar a si mesmo. Cocriar. Vivemos na dança a metáfora perfeita da vida: ciclos que se encerram, ciclos que se iniciam, ora com um par, ora com outro, ora sozinhos… Quantas pessoas passam por nossa vida e retornam? Se não voltam, sabemos que estamos ligados a elas de alguma forma: pela corrente circular que se forma, sempre amparados.
Caminhamos para a frente, lembramos o passado, mas vivemos sempre o agora. Buscando sempre o equilíbrio, balançando para cá e para lá…
Sabendo que só nós podemos dançar nosso caminho. Cada um tem sua própria dança, sua própria expressão numa dança maior, a dança do Universo, que nos mostra a essência em comum, a mesma fonte.
No centro da roda, essa lembrança, foco e referência. Saberemos sempre de onde viemos e para onde iremos, basta estarmos atentos e nos entregarmos ao movimento.
Quando danço em roda, fico tão alegre, tão alegre! Tão presente, tão contente,
É um entusiasmo que reverbera por dias e dias no meu corpo.
Quando danço em roda me sinto integrada a tudo. Sou universo.
Entusiasmo! Um em Deus. Quando danço em roda me educo e me curo na medida em que me percebo. Conheço-me, vou me transformando… Ao completar uma volta não sou mais a mesma. Sou mais plena, inteira. Em cada passo encontro meus limites. Em cada interação, cooperação, união, respeito e equilíbrio. Coloco-me na roda da maneira como sou na vida e conforme me descubro na roda, danço melhor minha vida.
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Quando eu danço em roda, eu sou mais feliz.
Assim me apresento aqui: com dança, poesia e o retorno ao movimento inicial que aprendi a traduzir em palavras compartilhadas no trabalho como arteterapeuta no Dá Tua Mão!
Vamos dançar?