No dia 10 de dezembro de 1948, a Organização das Nações Unidas (ONU) publicava a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), em resposta às crueldades cometidas nas duas guerras mundiais, tornando-se um marco na história dos direitos humanos.
“Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão: a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos. Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes”.
O documento apresenta princípios norteadores para que a dignidade humana seja considerada e respeitada sem nenhuma distinção.
Apresenta outras questões, como o direito ao lazer, ao descanso, ao tempo livre e ao acesso à cultura.
Após 75 anos da sua promulgação, os desafios ainda são gigantescos. Cenas de desrespeito aos seus princípios seguem acontecendo no mundo, mas sua existência é uma bússola para toda a humanidade, a fim de que todos possam viver de maneira fraterna, justa e plena.
A Human Rights Watch*, organização internacional de direitos humanos, não governamental e sem fins lucrativos, em seu Relatório Mundial de 2023, analisa a prática de direitos humanos em 100 países. No capítulo introdutório, a diretora executiva Tiarana Hassan diz que:
“Em um mundo no qual as dinâmicas de poder têm mudado, não podemos mais depender de um grupo pequeno de governos, principalmente do norte global, para defender os direitos humanos”.
Sobre o Brasil, vários apontamentos são feitos no Relatório Mundial, entre os quais:
“O Brasil está entre os países com maior desigualdade de renda do mundo. Melhorar o acesso à educação pública de qualidade é um meio de reduzi-la”.
*https://www.hrw.org
Considero a prática de direitos humanos como a roda que move a sociedade, retroalimenta a vida, as relações intra e interpessoais, a (des)conexão com a natureza.
- Onde essa prática nasce?
- Como se desenvolve?
- De que maneira é alimentada?
- O que acontece quando se reproduz?
Fazer tais perguntas a si mesmo e inspirar que outros também as façam, pode ser um caminho para que os valores humanos, abraçados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, se transformem em realidade, nos gestos mais simples do cotidiano e nos mais amplos, nos quais a coletividade seja impactada de modo colaborativo.
Acredito no poder da educação, mesmo diante dos gigantescos desafios que se apresentam, como caminho para a construção da dignidade humana.
Educar a mente, o coração e a alma para que a consciência da interdependência seja materializada em escolhas e atitudes de profunda compaixão, a fim de que cenas de barbárie se tornem a cada dia mais e mais insignificantes.
Todos que se identificam e têm a visão de um mundo melhor precisam manter-se alertas em suas ações diárias para retroalimentar o sistema da vida, saindo da anestesia ou torpor causados pela visão distorcida da realidade.
Finalizo com a inspiradora letra da música Imagine, de Yoko Ono e John Lennon
“Imagine que não exista paraíso
É fácil se você tentar
Nenhum inferno sob nós
Acima de nós apenas o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo o presente
Imagine que não há países
Não é difícil
Nenhum motivo para matar ou morrer
E nenhuma religião também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz
Você pode dizer que sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Eu espero que algum dia você se junte a nós
E o mundo será um só
Imagine que não existam posses
Eu me pergunto se você consegue
Sem necessidade de ganância ou fome
Uma irmandade dos homens
Imagine todas as pessoas
Compartilhando o mundo inteiro
Você também pode gostar:
Você pode dizer que sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Eu espero que algum dia você se junte a nós
E o mundo viverá como um só”
Abraço carinhoso,
Anna Maria de Oliveira
https://lkt.bio/Academia_Confluencia