Em um mundo que estabelece comportamentos e papéis para quem nasce homem ou mulher —cis-heteronormatividade —, qualquer coisa que saia desse eixo é motivo de estranhamento. Afinal, como existe alguém que se desconstruiu a ponto de não se importar com roupas, com acessórios e até mesmo com o modo de agir?
Bom, essas são as pessoas agêneros e, sim, elas existem.
Ficou curioso? Continue lendo para saber mais sobre essa parte da comunidade LGBTQIAP+
O que você encontrará neste artigo:
Compreenda o que é ser uma pessoa agênero
De acordo com a língua portuguesa, a palavra “agênero” é dividida em duas partes. A primeira, é o prefixo “a”, que significa “ausência”, e a outra, “gênero”, é a atribuição que é dada a alguém, ou que a própria pessoa vai descobrindo no decorrer da vida.
Com isso em mente, é válido afirmar que as pessoas agêneras não se identificam com nenhum gênero, isto é, não se importam com muitos estigmas que foram dados ou estabelecidos pela sociedade. Por conta disso, se vestem e agem da forma que acham mais confortável.
Outro tópico legal a ser ressaltado é a sexualidade. Afinal, como é? Um agênero pode ser hétero, gay ou, também, não sentir atração por ninguém?
As pessoas agêneros podem sentir atração por qualquer pessoa, o que as coloca em várias posições, não sendo, necessariamente, assexuais.
Traçando a evolução da identidade agênero ao longo da história
Apesar de a luta e a identificação dos gêneros ter iniciado lá na Idade das Pedras, não há um momento específico na história, principalmente, para a luta agênera.
Podemos puxar pelo surgimento da palavra, que aconteceu no final dos anos 1990, nos fóruns da internet, quando, com a ascensão das redes sociais, foi ganhando mais notoriedade.
Contudo, não significa que todos esses esforços e esses reconhecimentos são em vão. Afinal, há o Dia do Orgulho Agênero, em 19 de maio.
Embora não haja nenhuma história atrelada a esse dia, é necessário reconhecer a sua importância!
Bandeira e cores agênero
Por ser uma discussão que foi levantada há, basicamente, menos de 30 anos, a origem dessa bandeira é datada nos anos 2000, na internet, mais especificamente pelo usuário do Tumblr “transrants”.
Para saber mais, veja abaixo o significado das cores:
– preto e branco: ausência de gênero, não se identificando com os padrões normativos da sociedade;
- cinza: ausência parcial de gênero;
- verde: simbolismo da identidade não binária.
Até hoje, houve a criação de várias variantes dessa bandeira. No entanto, nenhuma dessas foi relevante para o movimento, e todas seguiram o mesmo padrão de cores.
Bolha de invisibilidade e estigma em alta
Por conta do estabelecimento de padrões cis-heteronormativos, a sociedade marginaliza por não conseguir entender como uma pessoa pode, simplesmente, não ter um gênero ou não seguir as normas e/ou os comportamentos que foram estabelecidos ao que foi atribuído a ela quando nasceu.
Além disso, dentro da própria comunidade, há essa separação, já que muitos membros também seguem a linha de raciocínio explicitada anteriormente e acabam ignorando a existência dessa atribuição.
A história também se repete no cinema e na literatura, já que a ausência de protagonistas ou até mesmo de personagens secundários é sentida. E, quando aparecem, são, de alguma forma, debochados.
Agênero x neutrois
Por mais que a sociedade e a própria comunidade LGBTQIAPN+ confunda as pessoas agêneras e os neutrois, há muitas diferenças para serem colocadas na mesa, principalmente quando se trata de diferenças tão sutis, mas que pesam, quando são confundidas.
A primeira e única discrepância é em relação à própria identidade. Isso mesmo. Enquanto as pessoas agêneras não se identificam com nenhum gênero, uma pessoa neutrois tem um, que é o gênero neutro.
Esse fator é importantíssimo, porque, nesse caso, o uso de pronomes, por exemplo, usada pelos neutrois será diferente, porque os espectros sociais ainda estão apontados para o neutro e não para o inexistente.
Clareza e uso adequado: pronomes e suas expressões
Nos últimos cinco anos, a presença de pronomes vem entrado na comunidade de várias formas, de modo que a comunicação entre uma pessoa cis ou trans ou não binária fique cada vez mais clara, pois estará ali o jeito como ela gostaria de ser tratada. E os agêneros não fogem disso!
Por não se identificarem com nenhum gênero, há uma grande confusão. Porém, é mais simples do que se imagina: apenas pergunte. Isso mesmo!
Muitas pessoas da própria comunidade acabam adotando o pronome neutro (elu/delu ou ile/dile) antes de consultar, o que é um erro, já que uma pessoa agênera pode aceitar outras variações, como ele/dele; ela/dela ou ele/dela, por inúmeras razões.
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Não tenha medo de perguntar antes de iniciar uma conversa. Assim, as duas partes ficarão confortáveis.
Ufa, falamos sobre bastante coisa, não é?
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Bom, este artigo nos ensina que cada um tem sua forma de manifestar a sua identidade de gênero, e se informar em relação a isso é essencial para ter uma convivência, em sociedade, amistosa. Afinal, da mesma forma que somos respeitados, é aconselhável que respeitemos a vida dos outros.
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