Em que momento da vida podemos descobrir o que somos?
Hoje, agora neste exato momento, em que você está lendo este artigo, um questionamento, uma luz, uma inquietação, uma vontade de sair do sofrimento, uma curiosidade, uma desilusão, uma vida morna, sem sentido, qualquer que seja a motivação, surgirá um instante em que vamos nos fazer este questionamento…. Quem eu sou? Qual a minha real identidade? O que há por trás de tudo o que represento ser?
O primeiro passo é sair do funcionamento equivocado da mente, ou seja, sair das ilusões, sair da hipnose, acordar de um sonho. Mas como isso é possível?
Observando.
Observando a sua mente, você começa a se distanciar das emoções, e os hábitos do pensamento vão caindo.
Pensar no problema não resolve o problema, mas costuma trazer emoções não muito agradáveis, e a emoção traz outro pensamento ruim, e quando você se dá conta está triste, nervoso, deprimido, esse ciclo se estabelece em praticamente todos os momentos em que sua mente interpreta uma situação, um fato, ou experiências que você vive, sejam experiências de alegria ou de dor. Pois até mesmo as alegrias da vida podem ser observadas para ganharmos clareza do que a alegria me traz, como vivê-la de forma a me trazer paz e equilíbrio.
As emoções precisam ser vividas, sentidas como algo separado, até que se dissolvam.
Por exemplo, “se estou com raiva”, convém senti-la no meu corpo, respirá-la e soltá-la, se eu observo minha emoção, consigo tocar sua base, e saio dos pensamentos automáticos que nada me trazem de benefício, o que acontece na maior parte das vezes é que ficamos presos nos pensamentos, sem olhar para o sentir e sentir o que tiver de sentir. Isso não quer dizer que temos que sair expressando nossa raiva e descontando nas pessoas.
Uma sugestão, no caso da raiva, que recomendo é fazer um trabalho corporal para extravasar a energia da raiva presa no corpo. Faça meia hora de esteira, por exemplo. Tenho certeza de que a inteligência do corpo vai se encarregar de expulsar muito dessa raiva reprimida ou pelo menos diminuir sua força, nem que seja por meio do cansaço físico, e na pior das hipóteses você ainda emagrece…
Observe seus pensamentos, solte-os, não se agarre a eles como verdade absoluta, nem os “bons” nem os “maus”, veja como e quando as emoções surgem no seu corpo, se você sentir inveja de alguém, não se culpe por isso, nem à pessoa, por ter uma vida que você deseja ter, não se torture com pensamentos a respeito da cena, foque no seu sentir, e fique com essa sensação.
Temos que passar a ver todos os sentimentos e emoções inerentes à experiência humana, se sentimos inveja por exemplo é porque fomos permitidos a sentir, a concepção do pecado e do mal nos aprisiona na negação, negar algo que está em mim é destruir meus potenciais e recursos para o meu próprio processo evolutivo.
Quando temos essa capacidade de observar, começa o caminho autêntico.
Até agora não mencionei nenhum conhecimento, nenhuma técnica, nada que venha do pensamento lógico, pois não é na mente que vamos encontrar nossa real identidade.
Descobrir minha identidade é extremamente criativo e transformador, devo olhar com cuidado e atenção como funciona minha vida, sentimentos, pensamentos, ideias, relacionamentos.
Por meio da observação, soltando os pensamentos, e vivenciando de forma sustentada minhas emoções, começo a entrar no caminho da Lucidez, e o estado de Lucidez é sempre acompanhado de amor, amor além das manifestações “boas” e “más”, amor desapegado dos desejos e apegos.
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Mas o que tudo isso tem a ver com descobrir quem sou?
Eu começo a descobrir minha real identidade por meio da Observação/Contemplação do meu mundo interno, desidentificando o que é falso. Mas o que é falso? Passado e futuro, eles não existem, mas se a mente vive nessas esferas ela está num mundo Ilusório, e o mundo ilusório cria todo e qualquer tipo de conflito, de expectativas, de falsos ideais, de dores, medos, apegos, rancores…
Quando você começa a ganhar Lucidez, é como se você estivesse num caminho de setas douradas, nesse caminho você descobre você e se conecta ao Todo.
Só a lucidez, a tomada de Consciência, libertará uma pessoa do sofrimento.