Autoconhecimento Terapia Anti Abuso Emocional

Descubra se você foi vítima de incesto emocional e saiba como não perpetuar esse padrão

Menina sentada na parede de um corredor chorando
RomoloTavani de Getty Images / Canva Pro / Eu Sem Fronteiras
Escrito por Silvia Malamud

Ao contrário do que se pode imaginar, incesto emocional não é propriamente uma situação relacionada à sexualidade, porém até pode ter implicações no desenvolvimento dessa área, podendo afetar a todos os envolvidos nessa trama.

Incesto emocional é uma maneira disfuncional de amar que ocorre em muitas famílias quando, por exemplo, um pai exacerba o seu relacionamento com a filha de tal modo, que ela passa a funcionar como se fosse sua esposa. Isso pode ocorrer na falta efetiva da mãe no ambiente familiar, mas não só, em muitas famílias, o genitor pode escolher a sua criança de ouro projetando nela a sua mulher ideal.

Do mesmo modo que em outras situações existe espaço para que filho homem substitua o lugar do pai exercendo as suas funções de autoridade, ditando regras a serem seguidas e por aí vai.

Esse tipo de comportamento afeta filhos de ambos os sexos sendo que um dos temas mais discutidos para que este funcionamento ocorra é a falta de limites dado por ambos os pais, a desconexão do casal em si, a desconexão para com os filhos e uma vida automatizada mais voltada para fora do que para dentro.

Dentro desse viés, muitos pais acabam sendo permissivos demais, permitindo que os filhos durmam entre o casal, muito além da medida e num contexto que muitas vezes ativa ainda mais a desconexão da dupla promovendo outros tipos de conexões psicológicas não saudáveis.

Em outras situações, quando ocorre um divorcio, pela dificuldade de lidar com a família fragmentada, alguns genitores buscam refazer o imaginário da família ideal readaptando um filho para função de marido, pai ou esposa, mãe.

Menino esconde o rosto sob o próprio braço.
Pixabay / Pexels

Quanto menor a idade, mais facilmente o mecanismo da síndrome do incesto emocional será instalada. Em determinados casos, um dos pais projeta em num filho a expectativa de que ele possa ser o marido ou a esposa perfeita que não tiveram.

O problema a ser visto é que crianças e adolescentes têm necessidades emocionais relacionadas às suas idades e o peso destas demandas costumam ter consequências devastadoras na futura vida emocional e afetiva destes filhos.

E mesmo quando ainda são adolescentes, não poucas vezes recebo em meu consultório jovens em estados depressivos severos, com perda de interesse pela vida, pelos estudos e por tudo o que poderiam auxilia-los em seus rumos de vida adulta independente. Perdem a esperança de serem eles mesmos pela árdua missão que têm de substituir os pais.

Outra forma de incesto emocional ocorre também quando, invasivamente, os pais entram e saem da intimidade física dos filhos exercendo seu poder de autoridade sobre eles, não respeitando seus momentos necessários de privacidade, por exemplo, entrando e saindo quando bem quiserem de seus quartos e banheiros.

Ainda exercendo seu suposto poder de autoridade, mesmo quando os filhos já estão na adolescência, os envolvem com carícias, permitindo e os convidando para dormirem juntos, tudo isso sem o sexo propriamente dito.

Ações que podem confundir filhos numa incomoda dúvida secreta, aterrorizante e impensável sobre a intencionalidade dos próprios pais e de si mesmos.

Muitos filhos, por conta de uma lealdade familiar não ousam contar a si mesmos o que esta ocorrendo e com isso vão se desenvolvendo mediante aos danos emocionais provocados por esta forma de abuso, outros despertam percebendo que existe algo de muito errado nessas relações e tentam arduamente clamar pela legitimidade da própria identidade.

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Em alguns casos, diante dos questionamentos e das tentativas de imporem limites, vários desses pais manipulam a situação inserindo culpas, acusando os filhos de ingratos e rejeitadores do amor por eles oferecido.

E como uma das funções dos pais é a de construir nos filhos o principio da realidade objetiva, o discernimento sobre o que é certo e sobre o que é errado fica bastante confuso, ainda que a verdade dos fatos seja uma evidência.

Fazer um processo terapêutico competente nessas ocasiões faz toda a diferença para que o resgate de recursos internos e a lucidez sejam ativados.

Quanto mais despertos, melhor!

Sobre o autor

Silvia Malamud

- Psicologa
- Especialista em temas relacionados ao Abuso Emociona com narcisistas perversos em relacionamentos afetivos, familiares, mãe/pai filhos, escolares, sociais e de trabalho.
– Especialista em Terapia Individual, Casal e Família /Sedes
- Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA
- Terapeuta Certificada em Brainspotting - David Grand/ EUA
- Terapia de Abordagem Direta a Memórias do Inconsciente.

EMDR e Brainspotting são terapias de reprocessamento cerebral que visam libertar a pessoa do mal estar causado devido à experiências difíceis de vida, vícios, traumas, depressões, lutos e tudo o mais que é perturbador e que seja uma questão para que a pessoa queria mudar. Este processo terapêutico, por alterar ondas cerebrais viciadas num mesmo tipo de funcionamento, abre espaço para que a vida mude como um todo, de modo muito melhor, surpreendente e inimaginável anteriormente.

Mais sobre Silvia Malamud: Além de psicóloga Clínica, é também formada em Artes plásticas- Terapia Breve - Terapia de Casais e Família pelo Sedes Sapientiai. Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA e em Brainspotting David Grand/EUA. Desenvolveu-se em estudos e práticas em Xamanismo, Física Quântica, Bodymirror. Participou e se desenvolveu em metodologias de acesso direto ao inconsciente, Hipnose, Mindskape, Breakthrough e outras. Desenvolveu trabalho como psicóloga Assistente no Iasmpe, Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual, com pesquisa sobre o ambiente emocional de residentes durante o período de suas residências, de 2009 até 2013. Participou do grupo de atendimentos de casais do NAPC de 2007 à 2008. Autora dos Livros "Projeto Secreto Universos", uma visão que vai além da realidade comum e Sequestradores de Almas, sobre abuso emocional que podemos estar vivendo, sem ao menos saber, sobre como despertar e como se proteger.

· Conhecimento terapêutico: Cenários e imagens: Já presenciei diversos pacientes fazerem "viagens" às vidas anteriores, paralelas, sonhos e mesmo se reinventarem em cenas reais ocorridas ou não. Vi-os saindo do túnel do reprocessamento, totalmente mudados e transformados, inclusive em suas linhas de tempo. Para mim, fica uma pergunta de física quântica... O que acontece com a rede de memória da pessoa se a matriz do acontecimento muda totalmente não o afetando mais? A linha do tempo e todos os significados emocionais transformam-se simultaneamente. Todos os eventos difíceis que a pessoa teve em relação ao tema ao longo da vida perdem o sentido e até parece que nem existiram, embora se saiba. A pergunta que fica é: O que é o tempo quando podemos nos transformar e nos auto-superarmos nesta amplitude?

· Coexistimos em inúmeras camadas de realidades que são atemporais. Por exemplo, o seu “eu” criança pode estar existindo e atuando em você até hoje... Outros aspectos desconhecidos também podem estar, sem que você suspeite.

Silvia Malamud
Psicóloga clinica Especialista em Terapias Breves individual, casal e
família/Sedes - CRP: 06-66624
Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA
Terapeuta Certificada em Brainspotting – David Grand PhD/EUA.
Terapia de Abordagem Direta a Memórias do Inconsciente.
email.: malamud.silvia@gmail.com