Em março de 2019 lancei meu livro “Despertando Para Um Novo Mundo”, onde abordo o despertar espiritual pelo qual cada ser humano passará invariavelmente, ao dar-se conta de que somos todos seres espirituais vivendo uma experiência física. Porém, não basta compreender essa premissa. É necessário engajar-se em seu processo pessoal de cura e é sobre isso que o livro se trata em essência: nossa cura interior.
Devemos abrir nossa mente ao novo, e nos libertar de tudo aquilo que nos limita, que nos impede de sermos seres de luz, assim como um passarinho que se liberta da gaiola em que foi mantido preso por muito tempo. Pode ser que ele se sinta perdido logo no começo, mas a natureza interior desse bichinho o orientará a sobreviver nesse mundo novo para o qual ele foi feito e que agora tem a condição de explorar. Um mundo novo e cheio de vida, de alegria, de oportunidades, e sobretudo, de liberdade.
Por isso, aqui vai um conselho para quem está despertando espiritualmente: inicie o quanto antes uma jornada profunda de autoconhecimento. Por vezes, podemos pensar que já nos conhecemos o suficiente, mas isso é um equívoco. Quando despertamos espiritualmente começamos a compreender que achávamos que nos conhecíamos. Mas, na realidade, conhecíamos a parte de nós que estava mais alinhada com os interesses do mundo físico.
A partir do despertar espiritual, passamos a olhar para a nossa personalidade e os nossos interesses sob um novo ponto de vista. Passamos a perceber que conhecíamos apenas 1% de nós. Mas, compreenda, o processo de autoconhecimento e redescoberta de si mesmo é gradativo e pode ser bem desagradável. No começo, o despertar espiritual revela um mundo de infinitas possibilidades. Ficamos deslumbrados e tendemos a polarizar nossas ações e intenções nas atividades espirituais, e tendemos a rejeitar tudo aquilo que seja “do mundo”, mesmo sendo com isso que estávamos envolvidos até então.
Nesse ponto, muito cuidado. Quem se considera evoluído demais a ponto de julgar os outros por seus comportamentos, escolhas, personalidade e pelo próprio jeito de ser, somente está revelando aquilo que em si mesmo precisa ser curado, a começar pelo seu orgulho. Esse é o ponto que é necessário abaixar a bola antes que a vida lhe passe uma rasteira bem grande e lhe mostre que você só está engatinhando no processo de entender o que é a espiritualidade.
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Esse é o instante de identificar o seu lado luz e o se lado sombra. Começamos a perceber o quanto somos egoístas e não percebíamos, o quanto somos arrogantes e orgulhosos e apenas projetávamos esses ditos defeitos nos outros, em razão de sermos julgadores.
Quanto mais a fundo vamos nesse processo de autodescoberta, mais percebemos o quanto temos questões a resolver em nosso interior, o quanto ainda somos carentes e necessitamos de humildade para reconhecer tudo isso.
As opiniões dos outros continuarão a nos incomodar enquanto não aprendemos a respeitá-las e a respeitar o outro dentro da sua própria visão de mundo, por mais simples que ela seja. Esse processo de reconhecer nossos defeitos dói muito no começo, mas vai se tornando libertador à medida em que percebemos que reconhecer esses pontos de melhoria presentes em nós revela o quão profundo em nosso ser estamos chegando.
Autoconhecer-se é um processo de autoamor muito poderoso. Somente assim teremos condições de mudar o mundo ao redor. É fácil demais criticar o outro e apontar-lhe os defeitos, mas espere só quando você receber uma crítica. A reação imediata pode ser o ataque, a mágoa, o sofrimento. E essa dor de ser criticado somente existe quando possuímos algo a ser curado em nós.
Autoconhecer-se é fundamental para nos tornarmos seres humanos melhores. Pense nisso e não espere até começar o processo de redescoberta de si mesmo. Acredite, esse processo é longo. Então, se você se acha maduro(a) o suficiente, esperto (a), inteligente, ou sábio (a) o suficiente, você está apenas alimentando o seu ego e ainda não compreendeu que o despertar espiritual se refere a dar-se conta de que não sabemos praticamente nada, nem sobre nós e nem sobre as coisas que achávamos que sabíamos. A experiência de vida nos mostrará exatamente isso, com o passar do tempo. Mas, até mesmo pessoas muito vividas podem tornar-se amargas e fechadas para o autoconhecimento, para o respeito ao outro e para o autoamor se não compreenderem que a chave está em abrir o coração e expor as feridas para serem curadas. Só assim estaremos no caminho da libertação das nossas limitações.
Compreenda: idade cronológica não é sinônimo de maturidade e sabedoria. Há pessoas muito jovens revelando uma essência de puro amor e grandes ensinamentos, enquanto há pessoas bastante vividas e experientes que se fecharam apenas à sua própria vivência e não se abrem a outros pontos de vista e ao aprendizado. Tornando-se amargas, e revelam-se imaturas.
O autoconhecimento levará você a um processo irreversível de expansão da consciência e compreensão daquilo que você não é, ao compreender aquilo que você é.
E deixe-me dizer o que você é: um ser espiritual, de pura luz e amor. É necessário, porém, que você acredite nisso, ao tornar-se esse ser, no dia a dia, através dos seus pensamentos, sentimentos e ações.
Despoje-se do medo e do preconceito. Abra-se à jornada em direção a esse ser de pura luz, que espera manifestar-se em seu interior.