Dias desses, participando de um grupo, fui convidada a escrever uma carta ao meu destino. Essa não foi a primeira vez que fiz isso, mas achei interessante transformar essa carta em um texto a ser publicado para quem sabe provocar em você que me lê uma certa curiosidade — o que será que você escreverá para o seu destino? O que você pedirá a ele?
O que você sentirá diante da simples possibilidade de “conversar” com ele e torná-lo, portanto, um tiquinho mais próximo de você?
Quem ou o que é o destino? Qual a sua relação com esse termo, essa palavra, com esse mistério?
Minha carta segue abaixo e fico aqui na torcida de poder saber um pouquinho de como foi a sua experiência. Se escreveu a carta e como essa relação entre você e seu destino está agora.
“Há quem diga que nosso destino é escrito por nós.
Outros acreditam que ele já vem traçado quando nascemos.
Eu oscilo entre um e outro, pois sinto que existem coisas maiores e das quais não tenho nenhum poder. Mas também me faz sentido acreditar que está em minhas mãos muito do que me acontece. Então registro aqui e agora essa responsabilidade, essa escolha de tornar-me uma pessoa mais simples, leve, amorosa e que ao me transformar provoco ao meu redor mudanças também!
Quero ser mais simples, porque tenho aprendido que é na simplicidade que moram os mistérios da vida. Aprender o tempo do plantio e esperar a semeadura não requer fazer grandes cursos, obter títulos ou ter gastos exorbitantes. Basta olhar a natureza e aprender com ela, basta olhar e respeitar o meu tempo. Basta olhar e considerar o outro como humano, igual a mim. E essas são atitudes simples. Não fáceis! Mas simples.
Me desejo ser capaz de parar e observar um rio que corre, um sol que nasce, uma lua que marca o anoitecer e então vivenciar o tempo de outro lugar.
Quero ser mais leve porque tenho aprendido que menos é mais e que a transitoriedade é a única coisa permanente que de fato temos. E se tudo sempre muda para que carregar tantas dores, desamores, amarguras, ressentimentos, culpas e tantos outros pesos que impedem ou dificultam o caminhar? Quero aprender a ser leve e deixar fluir sentimentos e acontecimentos sem a necessidade do controle.
Me desejo o descontrole de quem confia na força da vida.
Quero ser mais amorosa comigo para saber e poder ser com meus filhos e então transmitir irmandade a eles. Quero ser capaz de ensiná-los que a parceria e o compartilhar são os tesouros que podemos usufruir em vida.
Me desejo estar íntegra e inteira em cada relação, tecendo amorosamente o estar, caminhar e aprender juntos.
E assim, a cada dia, quero lembrar que sou muitas e que quero tantas coisas diferentes ao mesmo tempo e tudo bem, porque isso me permite e possibilita abertura para o vasto mundo e nossas idiossincrasias. Quero caminhar mais devagar, abraçar mais, encontrar mais os amigos, escrever e compartilhar sem medo do julgamento interno, pois ele é mais severo e rígido do que qualquer outro.
Quero ter coragem de apenas ser sem tantas crenças limitantes e quem sabe inspirar os que me rodeiam.
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Quero todos os dias me lembrar que, sim, o mistério existe e coisas inesperadas acontecem, mas a maior parte do meu caminho sou eu que faço e que meus pensamentos afetam diretamente os meus passos.
Me desejo arregaçar as mangas, estar atenta aos autoboicotes e ao mesmo tempo construir e encontrar você, meu destino!”