Na vida de uma mulher, a menopausa é o nome que se dá ao fim da menstruação. Ela é causada pela interrupção da produção de hormônios pelos ovários. Em geral, se espera que isso aconteça por volta dos 45 a 55 anos. Quando acontece antes, é chamada de menopausa precoce.
No entanto, não basta parar de menstruar por alguns meses para que o diagnóstico se confirme. É preciso ficar um ano inteiro sem apresentar sangramentos. Esse é o chamado climatério: o período de transição até o fim da idade reprodutiva.
Além disso, tanto a menopausa quanto a menopausa precoce vêm acompanhadas de sintomas bastante incômodos, como ondas de calor sem razão aparente, suor excessivo durante a noite, diminuição na libido, entre outras queixas que alteram a qualidade de vida da mulher.
Se você tem percebido um ou mais desses sinais ou se quiser aprender a reconhecer a menopausa quando ela chegar, seja na idade esperada ou de forma precoce, continue lendo este artigo!
Direto ao ponto:
Decifrando a menopausa
Como vimos, a menopausa é a última menstruação da vida da mulher. E o que isso quer dizer na prática? Quer dizer que teve fim o seu ciclo reprodutivo e ela não poderá mais engravidar. A menopausa acontece porque a mulher nasce com um determinado número de estruturas que abrigam os óvulos, as quais vão se esgotando aos poucos até que a ovulação chegue ao fim. Além disso, essas estruturas são responsáveis pela produção dos principais hormônios femininos, causando diversas alterações no organismo ao cessarem suas tarefas.
A menopausa é, por si só, um momento de muitas mudanças e dúvidas para as mulheres. Quando ela chega antes, então, a situação fica ainda mais delicada. É considerada insuficiência ovariana precoce (IOP) ou menopausa precoce quando se dá antes dos 40 anos de idade. A condição é rara e atinge cerca de 1% das mulheres.
Além de lidar com as transformações no corpo, essas pacientes têm que encarar sonhos frustrados de forma inesperada — afinal, existem mulheres com menopausa precoce aos 35 anos, por exemplo, que ainda gostariam de ter filhos.
Se antes dos 40 a paciente estiver há 4 meses sem menstruar ou estiver sentindo os demais sintomas da menopausa, o recomendado é procurar um médico. O diagnóstico é feito através de exames como a dosagem de hormônios (FHS) e a ultrassonografia transvaginal. Se confirmada, a menopausa precoce exige orientação profissional para amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida da mulher.
O que causa a menopausa precoce?
A insuficiência ovariana precoce pode ser causada por vários motivos. O principal deles é o histórico familiar, responsável por cerca de 4% dos casos.
No entanto, é importante salientar que a menopausa precoce não é o fim da linha. Nem toda mulher irá apresentar os mesmos sintomas ou na mesma duração e intensidade. Esse é um processo muito individual, influenciado por vários fatores desencadeantes, tanto genéticos quanto médicos ou relacionados ao estilo de vida. Na dúvida, investigue com o seu médico.
Abaixo, estão as principais causas às quais se atribuem a chegada precoce da menopausa:
- Alterações no cromossomo X;
- Síndrome de Turner;
- Síndrome do X Frágil;
- Doenças autoimunes;
- Problemas de tireoide;
- Tabagismo;
- Consumo de drogas;
- Tratamento quimioterápico;
- E tratamento radioterápico.
Conheça os sintomas da menopausa precoce
Até aqui, falamos muito das alterações que a menopausa precoce traz para o dia a dia de uma mulher. Mas, na prática, quais são elas?
Bom, além da interrupção da menstruação, existe uma infinidade de outros sintomas associados à insuficiência ovariana precoce. Alguns muito conhecidos, como as ondas de calor ou fogachos, a secura vaginal e os suores noturnos, outros nem tanto.
A seguir, conheça os sintomas mais relatados por pacientes que passaram pela menopausa precoce:
- Alterações de humor;
- Cansaço;
- Dificuldade para engravidar;
- Irritabilidade;
- Insônia e outros problemas de sono;
- Perda mineral óssea;
- Diminuição da libido;
-Entre outros.
Posso engravidar durante a menopausa precoce?
Percebeu que, na lista de sintomas, está a “dificuldade para engravidar”? Pois é. Essa é uma das consequências mais graves da menopausa. Em teoria, como é nesse momento em que as mulheres esgotam todos os seus óvulos, elas não poderiam mais engravidar.
Porém, na menopausa precoce, isso ainda tem chances de acontecer. Em torno de 2% das pacientes nessa condição conseguem ter filhos, já que o ovário retoma a sua função temporariamente. Porém, a própria porcentagem de felizardas mostra que isso é algo bastante raro.
Se a mulher ainda tiver vontade de engravidar, mas perceber os sintomas de menopausa precoce, deve buscar aconselhamento médico. Algumas das opções seriam recorrer às técnicas de reprodução assistida: o congelamento de óvulos, cuja indicação é serem coletados entre os 30 e os 35 anos; ou a ovodação, ou seja, a fecundação de óvulos de uma doadora com o sêmen do parceiro ou de outro doador. No entanto, apenas o profissional capacitado poderá dizer os prós e os contras para cada caso.
Complicações associadas à menopausa precoce
Além de todos os sintomas que já conhecemos, a redução da produção dos hormônios sexuais femininos pode provocar diversas complicações para a paciente na menopausa precoce. Confira abaixo:
- Ansiedade e depressão: as mudanças hormonais tendem a contribuir ou causar transtornos psicológicos como ansiedade e depressão;
- Síndrome do olho seco e doença da superfície ocular: essas condições também estão associadas à menopausa e podem causar danos permanentes na visão se não forem tratadas;
- Doenças cardíacas: os baixos níveis de estrogênio podem afetar os músculos ao redor das artérias e favorecer o acúmulo de colesterol na parede dos vasos, provocando doenças cardiovasculares;
- Infertilidade: como vimos, essa é uma das consequência do mau funcionamento dos ovários;
- Hipertireoidismo: assim como os problemas de tireoide podem desencadear a menopausa precoce, esta também pode provocá-los, já que a tireoide é uma glândula responsável pela produção de hormônios ligados ao metabolismo;
- Osteoporose: como o estrogênio ajuda a manter os ossos fortes, ao não ser mais produzido, as mulheres sofrem um risco maior de desenvolver essa doença óssea.
A menopausa precoce é tratável?
Infelizmente, a menopausa precoce não possui cura nem um método de reversão. O tratamento consiste em intervenções terapêuticas que diminuem o risco de complicações e amenizam os sintomas no dia a dia.
O principal tratamento é a terapia de reposição hormonal (TRH), que restitui ao organismo apenas o estrogênio ou a progesterona. Ele pode ser feito com medicamentos, adesivos, gel, creme, comprimido ou anel vaginal. A escolha da melhor alternativa depende da condição clínica da paciente e dos sintomas apresentados.
Além disso, a decisão de optar pela terapia de reposição hormonal deve ser muito bem avaliada, já que ela pode aumentar o risco de trombose, acidente vascular cerebral (AVC) e câncer de mama. A TRH é contraindicada para mulheres com trombose, câncer hormônio-dependentes (como câncer de mama e de endométrio, por exemplo) e doenças cardiovasculares prévias, como infarto e AVC.
Já algumas mudanças de hábitos ajudam a diminuir o impacto dos sintomas na rotina. Manter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos com regularidade ajudam a manter os hormônios em equilíbrio, na medida do possível. Tratamentos específicos para as complicações associadas, como depressão, também devem ser considerados.
Em relação às terapias holísticas, os métodos que mais demonstraram benefícios para quem tem menopausa precoce foram: acupuntura, hidroterapia, plantas medicinais, yoga e imaginação guiada.
Por fim, deu para perceber que a menopausa precoce é uma condição complexa e, principalmente, muito particular. As mulheres que enfrentam o fim da idade reprodutiva antes do esperado vivenciam esse período de forma muito individualizada, com queixas e opções terapêuticas bastante específicas.
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Por isso, se for o seu caso, não deixe de procurar a orientação de um profissional capacitado. A menopausa precoce não precisa ser uma sentença adiantada do fim da juventude, já que hoje existem diversas opções de como tratá-la mantendo o bem-estar. Busque ajuda e, se possível, compartilhe as suas experiências com quem já passou pelo mesmo. Isso vai ajudar a deixar essa fase mais leve.