No mundo das redes sociais, no qual visibilidade e reconhecimento são vistos como prêmios, utilizá-las demasiadamente pode acabar fazendo com que as pessoas caiam no piloto automático da comparação e, por isso, desenvolvam doenças como ansiedade, depressão, sentimentos de baixa autoestima, ou ainda uma estafa mental por estarem sempre disponíveis virtualmente — fenômeno também conhecido como “fadiga da disponibilidade”.
Esses são alguns dos reflexos sobre os quais alertam vários estudos científicos sobre o tema. Entre eles, destaca-se o da Universidade de Bath, no Reino Unido, publicado em maio de 2022, na revista “Ciberpsicologia, Comportamento e Redes Sociais” (EUA), que contou com mais de 150 participantes, entre 18 e 72 anos, mostrando que a questão abrange pessoas de todas as idades.
Conforme estudo, realizar uma espécie de “detox digital”, buscando fazer pausa ou redução do tempo nas redes sociais por uma semana, pode auxiliar na saúde mental e no bem-estar das pessoas, trazendo melhoras da ansiedade e da depressão e, também, aumento na produtividade.
O fenômeno é uma tendência global
O Brasil é um dos países que mais adoram um like; porém, o fenômeno de reavaliar o uso das redes sociais e fazer um detox nelas tende a ser global. Incluem-se na lista de adeptos personalidades como o ator do longa “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa”, Tom Holland, que deixou de utilizar o Instagram no último ano, e o cantor Tiago Iorc, que pratica o afastamento de redes sociais, quando sente necessidade.
“Detolikes” na prática
Afinal, o detox digital funciona? Trabalho com comunicação digital há muitos anos e lido bem com o uso delas. Porém, após intensa divulgação do meu último livro, “Amor sob telas” (2022), que comenta sobre vivências amorosas em aplicativos, a estafa mental apareceu. Coloquei o detox digital em prática no começo deste ano, optando por um horário fixo para utilizar redes sociais todos os dias, e tem funcionado bem. A prática permitiu a melhoria da minha produtividade e uma mente mais calma, e agreguei experiências interessantes para compartilhar:
Ter cuidado com o “modo pastelaria”: a pressão de estar sempre on-line, manter e ganhar seguidores é como estar numa lanchonete, competindo sobre quem come mais pasteizinhos e quem inventa sabores melhores… enfim, algo tóxico. Independentemente de ser um perfil por um projeto ou de ser só por diversão, ele não deveria ser sobre ter, mas, sim, sobre SER. Por isso, vale avaliar quem você está sendo nas redes sociais, para não cair no “modo pastelaria”.
Focar em mais qualidade: quando o foco da sua vida passa a ser a qualidade e não a quantidade, a egrégora de pessoas com as quais nos comunicamos, dentro e fora das redes, muda, além de perceber que muitas coisas podem ser apenas vividas e não postadas.
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Saber que o primeiro engajamento começa por você: será que é necessário postar o que todo o mundo posta porque engaja, esperar sempre por comentários e likes? É importante entender de onde vêm os seus gatilhos, e observar se isso não faz parte de expectativas e validações externas. O engajamento começa nas suas necessidades, no quanto você consegue curtir a si e ao que faz.
Optar por um detox digital é sobre utilizar redes sociais com mais equilíbrio, mas, sobretudo, sobre aprender a se nutrir e a valorizar os “likes” diários que você consegue dar com os próprios passos.
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