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Dia Internacional da Mulher, temos o que celebrar?

Mão de uma mulher com o punho fechado, em sinal de força. A mão está pintada de roxo, com o símbolo do gênero feminino desenhado no punho.
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No dia 8 de março, é celebrado o Dia Internacional da Mulher, mas você sabe por que este dia é celebrado? Vamos à história:

Em 8 de março de 1917, operárias russas reivindicavam melhores condições de trabalho. Este movimento abriu portas para que outras mulheres começassem a reivindicar outros direitos, como melhores condições de vida, redução da carga horária, que era em torno de 14h diárias, recebendo muito pouco por isso, e aumento de salário, uma vez que os homens recebiam mais do que elas. Cenário que não mudou muito atualmente, pois as mulheres ganham em média 20,5% menos que homens no Brasil e, falando de mulheres negras, o número é ainda mais alarmante: mulheres negras ganham 57% menos do que homens brancos, ou seja, de fato, as mulheres negras ainda estão na base da pirâmide.

Mas, voltando à história, um marco triste e histórico aconteceu: em 25 de março de 1911, houve um incêndio em uma fábrica em Nova Iorque. Acredita-se que o incêndio tenha sido proposital, uma vez que as operárias também reivindicavam melhores condições de trabalho. O incêndio matou quase 100 mulheres e alguns homens. Diante deste evento, o dia ficou marcado como uma homenagem a estas mulheres que perderam suas vidas em prol da luta por melhores condições de trabalho e de vida.

Mulheres levantando placas de protesto contra machismo e misoginia. Uma das placas diz, em espanhol: "Não nasci mulher para morrer por sê-la".
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Dentre tantas lutas, as mulheres conquistaram o direito ao voto, ao divórcio, participação da política e ingresso ao trabalho. Mas sabemos que ainda temos um percurso longo de direitos, como a equidade salarial, igualdade de gênero e educação sexual nas escolas.

Existem leis cada vez mais rigorosas para proteger e amparar mulheres que sofrem violência, como a Lei Maria da Penha, Lei do Feminicídio, Lei do Minuto Seguinte e tantas outras.

Vejam que a todo momento as mulheres lutam pelo direito à vida e melhores condições de trabalho, enquanto os homens estão em um lugar de privilégio do qual não se importam em realizar ações e/ou medidas para apoiar as mulheres ou simplesmente deixá-las viver em paz.

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Que este dia não seja um dia de celebração ou apenas um único dia do qual as mulheres sejam lembradas e homenageadas. Que este seja mais um dia que as mulheres sejam lembradas, assim como os outros 364 dias do ano; que as mulheres sejam lembradas em cargos de liderança; que as mulheres tenham salários dignos de sua carga horária de atribuições; que as mulheres negras tenham tanta visibilidade, acesso e oportunidades, assim como as mulheres brancas.

Sobre o autor

Beatriz de Andrade Silva

Psicóloga Clínica, orientada pela psicanálise freudiana, Mestranda em Psicologia Social (PUC-SP), especialista em diversidade nas organizações (PUC-SP), pós-graduada em direitos humanos, responsabilidade social e cidadania global (PUC-RS), pós-graduada em psicologia e desenvolvimento infantil, mentora de carreira (FGV) e pesquisadora das relações étnico-raciais. Atuei por oito anos no mercado financeiro, na área de gestão de pessoas, com foco em talent acquisition, treinamento & desenvolvimento. Na área social, sou voluntária em um coletivo que busca colocar a diversidade e inclusão em pauta e ação.
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