Saúde Integral

Dia Internacional do Combate ao Câncer Infantil

Criança sentada em uma cama, com uma das mãos enfaixada com uma agulha de hemodiálise.
Escrito por Eu Sem Fronteiras

No dia 15 de fevereiro comemora-se o Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantil. A Confederação Internacional de Pais de Crianças com Câncer (ICCCPO), que é uma rede de 177 bases e redes nacionais formada por 78 países, instituiu a data em 2001, em Luxemburgo, para conscientizar as pessoas sobre a doença, valorizar a luta para a sua superação e, principalmente, incentivar o seu diagnóstico precoce. Segundo a Confederação Nacional de Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer (Coniall), a campanha mundial de conscientização começou em 2002.

O Estudo Global sobre Carga e Doença (GBD), no ano de 2017, avaliou a carga de câncer infanto-juvenil em 195 países e revelou que o câncer infantil é o sexto maior contribuinte para a carga total de câncer no mundo inteiro. Em torno de 416.500 crianças e adolescentes (de 0 a 19 anos) foram diagnosticadas com câncer em 2017, o que pode ser considerado um número baixo, mas é comprovado que os problemas de saúde que a doença e o seu próprio tratamento causam são responsáveis por cerca de 11,5 milhões de anos de uma vida saudável perdidos em todo o mundo, anualmente.

Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), em 2018, somente no Brasil, cerca de 11 mil crianças e adolescentes foram diagnosticados com câncer, estimativa que pode ser considerada a cada ano. O câncer nesta faixa etária é considerado a causa número 1 de mortes por doença.

O que é DALY?

Criança vítima de câncer em uma maca de hospital, sorrindo.

DALY é uma medida conhecida como anos de vida ajustados pela incapacidade que uma doença proporciona. Um DALY equivale a um ano de vida saudável que foi perdido. A carga global de DALYs que é associada ao câncer infantil pode ser subestimada, pois a incapacidade dos sobreviventes da doença foi limitada aos primeiros 10 anos de vida após o diagnóstico. Lisa Force, do ST Jude Children’s Research Hospital, nos EUA, disse que se avaliarmos o câncer infantil por meio dos anos de vida que são alterados pela incapacidade que ele proporciona, entenderemos o quão devastadora é a doença em crianças, globalmente.

A doença e seus sintomas

Imagem ampliada do nariz e busto de uma criança, que parece triste.

No ano de 2017, foi constatado que os tipos de cânceres que geralmente afetam as crianças são tumores que agem nas células do sistema sanguíneo e nos tecidos de sustentação, por isso os tipos mais comuns da doença na infância são: leucemia (praticamente 25% dos casos); tumores no sistema nervoso central (cerca de 20% dos casos); neuroblastoma (8% dos casos) e tumor de Wilms, dos rins (cerca de 6% dos casos), enquanto nos adolescentes os cânceres mais comuns são linfomas e tumores ósseos.

Atente-se aos sintomas:

  • Uma criança com leucemia se torna mais sensível a infecções, geralmente fica pálida, sangra pelo nariz e tem dores nos ossos;
  • O chamado “reflexo do olho do gato”, que é quando a pupila fica branca quando exposta à luz (fator reparado geralmente em fotografias), é um sinal de retinoblastoma;
  • O tumor de Wilms e o neuroblastoma podem se manifestar com o aumento de volume do abdômen ou por meio de uma massa no mesmo;
  • O osteossarcoma, que é o tumor no osso ainda em crescimento, pode ser notado quando uma massa é formada e fica visível (ou não). O sintoma frequente é a dor nos membros sem outras causas;
  • Dores de cabeça, náuseas, vômitos, alterações motoras e de comportamento podem ser sintomas de tumores do sistema nervoso central.

Além destes sintomas direcionados a certos tipos de câncer, os seguintes sintomas também podem indicar anormalidades que podem ser tumores:

  • Ínguas que crescem progressivamente;
  • Febre prolongada sem causa;
  • Crescimento do olho com ou sem mancha roxa;
  • Dor ou caroço nas pernas;
  • Dores nas juntas, com ou sem inchaço;
  • Perda de equilíbrio e visão afetada;
  • Manchas indolores e roxas pelo corpo;
  • Perda de peso e palidez.

Nem sempre os sinais e os sintomas são aparentes, por isso é imprescindível que os pais fiquem atentos a qualquer alteração ou sinal que o seu filho possa apresentar. Caso perceba alguma anormalidade, leve o seu filho ao pediatra (se tiver até 12 anos) ou ao médico clínico geral (a partir de 13 anos).

Tratamento e cura

Criança vítima de câncer deitada em uma maca de hospital enquanto é examinada por uma médica, que aponta uma lanterna para dentro de sua boca.

É comprovado que 80% dos casos de câncer na infância têm cura, se diagnosticados precocemente, mas é claro que nenhum pai acredita que um filho possa ter a doença. A infância é uma fase quando doenças são quase rotineiras. As crianças geralmente ficam gripadas com facilidade e qualquer sintoma que poderia ser um alerta acaba sendo considerado algo passageiro.

O fato é que, como os tumores infantis são comumente rudimentares, os cânceres infantis tendem a responder melhor ao tratamento, por isso o diagnóstico em fase inicial se torna um fator extremamente importante para a cura total.

Em 2017, especialistas do hospital Bambino Gesù, em Roma, na Itália, desenvolveram uma técnica que é considerada esperança para curar as crianças com leucemia e alguns outros tipos de câncer no sangue.

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No tratamento da leucemia, o transplante de medula óssea é o primeiro passo para a cura, mas nem sempre é tão simples, pois muitas vezes os pais não são compatíveis para doar aos filhos, porém… Médicos italianos descobriram que um transplante feito com pais não compatíveis possui a mesma chance de cura que um transplante feito com doadores compatíveis. A conclusão foi obtida após uma técnica de células-tronco aplicada em 80 pacientes, que possibilitou a cura definitiva para 70% dos que sofriam com leucemia.

O novo método de cura foi considerado a esperança para mudar a vida de crianças que sofrem com tumores no sangue! O método teve grande repercussão e foi publicado na revista científica internacional “Blood”.

Além deste método inovador, há uma técnica já utilizada no Brasil que tem como o objetivo amenizar os efeitos colaterais causados pela radioterapia (técnica que elimina e impede que as células de um tumor aumentem) e evitar que a radiação do tratamento atinja as células sadias.

De forma geral, o tratamento do câncer em crianças e adolescentes inicia-se com quimioterapia – a radioterapia é evitada, pois é mais tóxica e pode danificar células importantes nesta fase da vida – mas quando o uso da radioterapia é necessário, a “radioterapia conformada” é a melhor opção, pois preserva as células sem tumores e ameniza os efeitos colaterais do tratamento nos pacientes.

A prevenção

Criança brincando no colo da mãe, sorrindo e com os cabelos ao vente, em um parque ao pôr do sol.

Por mais que existam estudos constantes sobre a doença, a causa do câncer infantil permanece sendo desconhecida (poucos são os tumores herdados geneticamente que se manifestam nesta fase), o que faz com que não haja especificamente uma prevenção ou uma solução que garanta a “imunidade” ao câncer. Porém há recomendações para ajudar o corpo da criança a se manter saudável, evitando a proliferação de células cancerígenas:

  • Manter-se longe de ambientes com fumaça, principalmente de cigarro;
  • Evitar o consumo de alimentos grelhados, pois o alimento, em contato com a grelha, produz uma substância cancerígena;
  • Combater a obesidade;
  • Evitar o consumo exagerado de alimentos com corantes;
  • Evitar a exposição prolongada ao sol;
  • Hidratar-se corretamente;
  • Fazer exames regularmente.

Lembre-se: leve seus filhos ao médico regularmente e se atente aos mínimos detalhes para combater o câncer infantil!

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