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Dia Nacional do Voluntariado: doar-se, sempre, sem olhar a quem

Voluntários com as mãos unidas no campo
Syda Productions / Canva

Ser voluntário exige-nos um amor, não sobrenatural, mas verdadeiro. O Evangelho de Jesus nos apresenta a parábola do bom samaritano:

“Ora, quando o filho do homem vier em sua majestade, acompanhado de todos os anjos, sentar-se-á no trono de sua glória; — reunidas diante dele todas as nações, separará uns dos outros, como o pastor separa dos bodes as ovelhas — e colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda.

Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do reino que vos foi preparado desde o princípio do mundo; — porquanto, tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; careci de teto e me hospedastes; — estive nu e me vestistes; achei-me doente e me visitastes; estive preso e me fostes ver.

Então, responder-lhe-ão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? — Quando foi que te vimos sem teto e te hospedamos; ou despido e te vestimos? — E quando foi que te soubemos doente ou preso e fomos visitar-te? — O Rei lhes responderá: Em verdade vos digo, todas as vezes que isso fizestes a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, foi a mim mesmo que o fizestes”.

Ajudar a quem necessita de amparo é como ajudar a Deus, diz a parábola. Mas não é tarefa simples, doar-se. Dar do seu tempo livre para ajudar um irmão em necessidade, estender a mão a quem necessita de ajuda, sem requerer nada em troca, nem todos conseguem fazê-lo. O dia 28 de agosto, Dia Nacional do Voluntariado, é um dia para ser lembrado e, sobretudo, um dia festivo aos voluntários que, por muitas vezes, nem o comemoram – incansáveis, fazem do voluntariado todos os seus dias.

Podemos citar inúmeras maneiras de ajudar a quem precisa:

Há quem doe financeiramente parte de seu ganho monetário, tornando-se um padrinho ou madrinha de uma entidade, de um órgão ou de pessoas específicas que são hipossuficientes economicamente – por exemplo, os Médicos Sem Fronteiras, MSF, só conseguem realizar seu voluntariado em centenas de locais ao redor do Globo com recursos de doadores. Há quem se voluntarie por crianças, em orfanatos e creches; outros, por sentirem a dor das pessoas em situação de rua, distribuem alimentos e agasalhos aos que não possuem um teto; ainda, há os que se comprazem com a dor dos idosos em asilos e lhes dão a alegria de uma palavra amiga, de um conforto na velhice.

Voluntários trabalhando juntos empacotando doações
dragana991 / Getty Images / Canva

Não menos importante, muitas pessoas se doam aos animais abandonados, como cães e gatos de abrigos, lutando pela adoção desses ou mesmo aos animais de grande porte, como vacas e porcos, nos santuários veganos. Há quem leia ou conte histórias em hospitais, diminuindo a aflição de se estar ansiando por mais saúde – assim como os Doutores da Alegria e a Associação Viva e Deixe Viver. Há quem doe uma palavra amiga, no Centro de Valorização da Vida – CVV (disque 188, para conversar com alguém, anonimamente, se estiver angustiado).

Há quem doe sangue ou órgãos, que gesto mais lindo! Há quem trabalhe em mutirões de vacinação ou de abrigos de inverno, há quem seja mesário, há quem dê aulas em um pré-vestibular popular ou na educação de jovens e adultos (EJA), há quem participe de projetos esportivos ou que ensine a manejar um instrumento musical; há quem tricote ou costure roupas aos que necessitam de vestimentas; ainda, é possível agir ajudando o meio ambiente, limpando praças e praias do lixo ou plantando árvores – ou mesmo em desastres ambientais, formando uma corrente de apoio a pessoas e animais. São tantas as formas de se doar, que mal podemos enumerar! Incute em ter um tempo disponível, ter um conhecimento ou uma força a partilhar e vontade de distribuir amor.

Podemos dizer que a caridade, ou benevolência, nutre o voluntariado, pois sendo caridosos conseguimos sentir a dor do próximo e tentamos amenizá-la. Justamente por eu me colocar no lugar do outro é que distribuo o que tenho e comparto, não por prever algo em troca, mas por saber que tenho muito, sendo grato. E aquilo que emanamos é o que o Universo nos devolve, não é mesmo?

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Sejamos bons, sejamos caridosos, sejamos úteis ao mundo! Celebremos o ser voluntário como parte de nós, agradecendo, sempre, por podermos dividir nossos ganhos e nosso excedente com quem necessita.

“As mãos que fazem valem mais que os lábios que rezam”, disse Madre Tereza de Calcutá, não desmerecendo o poder da oração, mas sabendo que agir é melhor do que observar.

Sobre o autor

Caroline Gonçalves Chaves

Caroline G. Chaves é licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e possui especialização em Psicopedagogia e Tecnologias da Informação e Comunicação - TICs (UFRGS) e em Educação Infantil: Perspectivas Contemporâneas (Unioeste-PR). Ademais, é graduanda em Licenciatura em Letras-Língua Inglesa (UFRGS) e professora municipal da Educação Infantil de Porto Alegre-RS.
Caroline também é escritora de livros infantis e infantojuvenis, tendo lançado "Dorminhoca" (2019) e "Inverno, Verão e Livros - A História de Martina e Miguel" (2023).

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Instagram: @literatura_carol
Livro: autografia.com.br/?s=dorminhoca