A vida cotidiana é pontilhada de acontecimentos que fogem do nosso controle e vontade. Somos também influenciados diariamente pelas pessoas ao nosso redor e nos tornamos presas de nossas próprias emoções.
Não é fácil aceitar a realidade, muitas vezes, dolorosa. Será que vivemos apenas no piloto automático, sem ter coragem para tomarmos o controle de nosso destino? Por que razão abrimos mão de nossa vida e deixamos que outros tomem o controle?
Na verdade, isto se deve ao fato de que é muito mais confortável para nós alimentarmos a preguiça. Mudar exige compromisso, muito empenho e o caminho para a melhora tem seus altos e baixos. Temos tanto com o que nos preocupar e fazer que não sobra tempo para o mais importante: cuidar de si.
Se você quer mudar sua vida, evitando emoções que podem minar a sua saúde, comece a aceitar alguns fatos:
- É inevitável que as coisas não aconteçam exatamente como você quer; aliás, isto seria impossível, pois a nossa vontade pode, muitas vezes, contrariar a de outros! Comece a ver o quadro maior, saindo do vitimismo.
- Você não pode voltar atrás, pois vivemos em uma dimensão em que o tempo não retrocede. Então, não há motivo para ficar imerso na recordação de tempos antigos. Se o passado existiu, é para que você aprenda as lições dele e siga em frente. Evite aquelas frases como: “No meu tempo…” O nosso tempo é o agora! Viva no presente, sempre alerta nesse instante precioso que passa.
- Também evite se angustiar pelo futuro. Ele é fruto daquilo que você constrói hoje, com mais alguns imprevistos e mudanças que não dependem diretamente de você. Então, faça bem a sua parte.
- Organize melhor seu tempo. As pessoas vivem dizendo que não têm tempo para nada, mas isto reflete a falta de coordenar melhor suas atividades diárias. Estar ocupado o tempo todo não significa necessariamente que você esteja produzindo mais! Você dedica tempo para fazer aquilo que gosta? Qual foi o último dia que você relaxou?
- A vida, muitas vezes, pode ser brutal, injusta e dolorosa; reconheça seus sentimentos negativos. “Sim, estou com raiva por ter perdido aquele trabalho”, “Sim, estou triste porque perdi meu amor”, etc. Identifique seus sentimentos, não brigue com eles e, principalmente, não se abandone neles. Pense naquilo que você vai fazer a partir destes sentimentos, daqui por diante. “Ok, perdi aquele trabalho, fiquei com muita raiva, mas como posso arrumar outro, que seja o melhor para mim? Devo investir em um aprimoramento, fazer cursos?”, “Meu amor se foi, me sinto sem chão, mas a partir de agora tenho que cuidar com mais amor de mim mesma. Que tipo de pessoa quero atrair na minha vida?”. Pense se uma terapia, convencional e/ou complementar, não seria um bom caminho para se perceber melhor. Mas não se esqueça: terapia é esforço, terapeuta nenhum é mágico! Não delegue aos outros aquilo que é seu dever.
- Não adianta querer ignorar a realidade. Muitas coisas não dão certo mesmo! Você se esforçou, procurou fazer tudo bem planejado, mas… Aprenda o seguinte: você pode mudar a maneira como reage frente a essas situações. Como? Aceitando que não funcionou, mas que existem outras maneiras de se fazer algo dar certo. O que você vai fazer daqui por diante? Sentar, se desesperar e se lamentar ou procurar outro rumo?
Buda já disse:
“A vida é sofrimento; a causa do sofrimento é o desejo; a cessação do sofrimento é se ver livre do desejo; o modo de fazê-lo é seguir o Nobre Caminho Óctuplo (entendimento correto, aspiração correta, linguagem correta, ação correta, meio de vida correto, esforço correto, atenção plena correta, concentração correta)”.
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Deixo como reflexão final as palavras do político e escritor Walther Rathenau (1867 – 1922), que foi uma das primeiras vítimas nos primórdios do nazismo. Seu assassinato foi um sinal antecipado da instabilidade e dos horrores que viriam a seguir e que culminaram na Segunda Guerra Mundial:
“Mesmo as épocas de opressão são dignas de respeito, pois são a obra, não dos homens, mas da humanidade e, portanto, da natureza criadora, que pode ser dura, mas nunca é absurda. Se a época que vivemos é dura, temos o dever de amá-la ainda mais, de penetrá-la com o nosso amor, até que tenhamos afastado as enormes montanhas que dissimulam a luz que há para além delas.”
Referências:
“As Quatro Nobres Verdades” – Mosteiro Budista Sumedharama – http://sumedharama.pt/As%20Quatro%20Nobres%20Verdades.pdf