Aprender é um processo divertido, engrandecedor e que pode ser praticado ao longo de toda a vida. Essa é a versão mais conhecida sobre o aprendizado, mas não é a única perspectiva sobre ele. De acordo com o Instituto ABCD, referência em dislexia no Brasil, estima-se que 4% da população brasileira sofre de dislexia, um transtorno que causa dificuldade de aprendizagem, em 2020.
As famílias que são formadas por crianças, adolescentes ou adultos que sentem uma dificuldade maior para aprender seguindo as maneiras tradicionais de ensino precisam lidar com uma série de fatores. Em primeiro lugar, são muitos os casos em que há demora para identificar o problema, o que faz com que a pessoa que sofre dele seja vítima de bullying ou de preconceito.
Outro desafio que as pessoas com dificuldade de aprendizagem devem enfrentar é a escassez de recursos para elas, já que a maioria das escolas é focada apenas nos sistemas tradicionais de ensino. Quando já são adultas, o ambiente de trabalho pode se mostrar ainda mais complicado, em qualquer área, e aprender coisas novas da maneira convencional pode ser desmotivador.
É por esses motivos que precisamos entender melhor sobre as múltiplas formas de ensinar e de aprender, para que sejamos capazes de lutar por condições de educação para aqueles que vivem o mundo de uma outra maneira. A seguir, amplie seus conhecimentos sobre o tema!
O que é dificuldade de aprendizagem?
Dificuldade de aprendizagem é a consequência de transtornos que tornam mais lenta e menos eficiente a absorção de um conteúdo ensinado a uma pessoa da maneira convencional.
É provável que uma pessoa que sofre de dificuldade de aprendizagem precise aprender formas diferentes do habitual, sendo estimulada como outras pessoas não são. Ainda é possível, porém, aprender qualquer conteúdo, desde que sejam tomadas as devidas providências.
Indícios da dificuldade de aprendizagem
Identificar a dificuldade de aprendizagem logo no início é essencial para aumentar a qualidade de vida de quem sofre de um transtorno relacionado a isso. Mas nem sempre é fácil perceber que alguém está passando por esse problema, principalmente se essa pessoa for uma criança. Continue lendo e veja quais são os indícios da dificuldade de aprendizagem.
É importante entender, primeiro, que cada indício está associado a um transtorno diferente. Então veja quais são os sintomas de cada transtorno e depois aprenda de forma mais aprofundada sobre cada um deles.
1) Sintomas de dislexia
Dificuldade para aprender a ler e para falar, para memorizar regras ortográficas, dispersão constante e falta de atenção na hora de estudar.
2) Sintomas de disgrafia
Escrita de letras de tamanhos variáveis, podendo ser pequenas demais ou grandes demais, de forma sobreposta, uso incorreto de letras maiúsculas e minúsculas e escrita de palavras desalinhadas ou com espaço variável entre elas.
3) Sintomas de discalculia
Dificuldade para realizar contas matemáticas simples, para escrever símbolos matemáticos, para ler e compreender conceitos matemáticos e para ler e compreender números e símbolos desse universo.
4) Sintomas de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade
Dificuldade para concentração, para memorizar o que foi aprendido e para prestar atenção, depressão, ansiedade, irritabilidade e excitação, além da dificuldade de absorver os conteúdos que são ensinados.
Se você ou uma pessoa próxima a você apresentou algum desses sintomas ou está sentindo muita dificuldade para aprender, não interprete que isso é só preguiça de estudar. Para as pessoas que sofrem de algum transtorno relacionado ao aprendizado, aprender pode ser uma atividade extremamente desgastante. Preste atenção aos sinais e procure auxílio profissional!
Transtornos que tornam difícil aprender
Como foi visto anteriormente, existem transtornos que tornam o aprendizado mais difícil. Quanto antes forem identificados, mais rápido poderão ser tratados, garantindo que a pessoa que sofre de algum deles ainda poderá aprender, mas de um jeito diferente. Aprofunde-se em cada um deles!
1) Dislexia
A dislexia é um transtorno de aprendizado de origem neurobiológica que faz com que uma pessoa tenha dificuldade para reconhecer letras e palavras, tornando muito trabalhoso ler e escrever. Em alguns casos, é possível que o desenvolvimento da fala também seja prejudicado.
O tratamento para esse transtorno é feito com terapia e com tutores, que acompanharão a criança na escola ou em casa, auxiliando o aprendizado. Segundo o Hospital Albert Einstein, são identificados dois milhões de casos anuais da doença no Brasil. Ainda que o tratamento possa ajudar, esse transtorno não apresenta uma cura, mas pode regredir com o tempo.
2) Disgrafia
A disgrafia é um transtorno que está associado a problemas psicomotores, já que se trata de uma dificuldade para escrever com fluidez, controle, precisão e constância. É importante observar a escrita de pessoas que estão aprendendo a escrever ou que já escrevem há algum tempo, para ver se há um padrão.
Conscientizar-se sobre a disgrafia é essencial para saber se uma criança está com problemas para escrever, o que muitas vezes pode ser interpretado como desleixo ou preguiça. Saiba que nem sempre ela está escrevendo rápido demais, fraco demais ou forte demais porque ela quer, mas porque ela não consegue fazer de outro jeito!
3) Discalculia
A discalculia é uma desordem que torna o aprendizado da matemática muito dificultoso. Muitas pessoas podem ter dificuldade para aprender essa disciplina, mas a discalculia refere-se a uma falta de habilidade até mesmo para escrever os símbolos matemáticos.
Assim, ela pode ser operacional (dificuldade para realizar operações), gráfica (dificuldade para escrever os símbolos), léxica (dificuldade para ler e compreender números) ou verbal (dificuldade para compreender conceitos matemáticos).
O tratamento para a discalculia deve contar com apoio dos familiares, da escola e de profissionais da saúde. É preciso acompanhar a criança que sofre com essa dificuldade, para que ela se sinta amparada e saiba que é possível aprender de uma maneira diferente da convencional, sem prejuízos futuros.
4) Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade
Também conhecido como TDAH, o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade pode se desenvolver na infância ou depois de uma situação muito estressante. Ele também está atrelado a problemas no relacionamento com outras pessoas, baixa autoestima e dificuldade de aprendizado.
O tratamento para o TDAH é feito com terapia e com o uso de medicamentos, em alguns casos, que ajudarão a pessoa que sofre desse transtorno a se concentrar nas atividades que precisa desenvolver. Embora se desenvolva na infância, ela pode persistir até a vida adulta e nunca é tarde para se tratar.
Como ajudar quem tem dificuldade de aprendizagem?
São muitas as formas de tratar os transtornos que causam a dificuldade de aprendizagem e é fundamental conhecer a causa de cada um deles para seguir as medidas corretas. Uma vez que já foi identificado qual é o transtorno que está causando dificuldade de aprendizagem em alguém, basta iniciar o tratamento.
Por parte dos familiares, será essencial ter paciência e disponibilidade de tempo para criar uma rotina para a criança e para ajudá-la a aprender o que estiver ao alcance deles. Então devem-se evitar sermões, comportamentos agressivos e um ambiente instável, que pode diminuir a autoestima dessa pessoa, além de distraí-la com mais facilidade.
Em relação às escolas, é importante que elas disponibilizem tutores ou professores auxiliares que sejam capacitados para acompanhar quem sente mais dificuldade para aprender. Aulas de reforço, atividades complementares e métodos que despertam o interesse da criança são estratégias bem-vindas nesse processo.
Embora as ações em conjunto dos familiares, das escolas e dos profissionais da saúde sejam fundamentais para auxiliar a pessoa que está se formando — ou que já alcançou a fase adulta, mas precisa de ajuda —, há um outro recurso que pode complementar esses esforços. As terapias alternativas funcionam como um complemento eficiente para os casos de déficit de atenção, por exemplo, que levam à dificuldade de aprendizagem.
Em primeiro lugar, é importante estabelecer uma rotina diária com horários bem definidos. Nos momentos das refeições, é preciso selecionar alimentos saudáveis e coloridos, que tornem a alimentação mais interessante e nutritiva. Nos momentos de lazer, é interessante adotar a prática de exercícios físicos, sobretudo os que envolvem a interação com outras pessoas, assim haverá um estímulo para a comunicação de forma lúdica e divertida. Por fim, uma boa noite de sono completará a rotina equilibrada de uma pessoa que sente dificuldade para se concentrar.
O apoio da aromaterapia
A aromaterapia é uma terapia alternativa que promove a cura de uma questão a partir de óleos essenciais, que liberam aromas que ativam diferentes partes do cérebro. Eles podem ser inalados, aplicados nas palmas das mãos, utilizados em colares difusores ou como aromatizantes de ambientes.
Para combater a dificuldade de aprendizagem, os aromas ideais são aqueles que estimulam o foco nos estudos. Os mais eficientes para esse fim são os óleos essenciais de lavanda, de alecrim, de manjericão e de hortelã-pimenta. Eles estimulam a tranquilidade e a clareza de pensamentos, essenciais para alguém que se distrai com muita facilidade.
O complemento da cromoterapia
De acordo com a cromoterapia, cada cor que existe estimula nossos cérebros de alguma maneira. Sendo assim, é por meio dela que podemos entender qual é a melhor cor para ter por perto de uma pessoa que sofre de dificuldade de aprendizagem. Essa cor pode estar presente no estojo, no caderno, na mesa de atividades, no ambiente de trabalho ou no aparelho celular, no caso de adultos.
As cores quentes são as mais indicadas para estimular a concentração, a criatividade, a energia e o foco. Amarelo, vermelho e laranja, respectivamente, são as apostas ideais para quem deseja ampliar a intelectualidade, desenvolver a autoestima e a força de vontade e defender os próprios pontos de vista sem medo.
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A dificuldade de aprendizagem é um problema que tem solução, que pode ser aplicada por uma ação conjunta entre profissionais da saúde, familiares, escolas e terapias alternativas. É preciso ter paciência e determinação para auxiliar quem sofre de transtornos que levam a essa dificuldade, estimulando essa pessoa a encontrar o que existe de melhor nela mesma!