Uma grande parte das pessoas parece ter uma capacidade inata voltada a julgar e criticar o outro, sem ao menos se colocar no lugar daquela pessoa.
Percebo uma parcela grande de pessoas que parecem adorar apontar o erro e defeito alheio, alguns parecem sentir prazer neste ato. Percebo que esta e outras atitudes fazem parte da nossa cultura, pois já está enraizada em nós e somos estimulados a sermos assim, desde muito cedo, em nossas casas, no círculo familiar, de amizades, no trabalho, nos clubes e afins. Desde cedo fomos bombardeados e rodeados por este tipo de atitude e comportamento, em nossas casas e lugares que frequentamos, hábitos criados, desde no que assistimos, lemos, conversamos. Sem perceber, fazemos uma crítica daqui, um comentário, um julgamento sobre a vida alheia e isso já virou normal para muitas pessoas; é quase como beber água diariamente.
Durante muito tempo, fui este tipo de pessoa. Percebi que, desde pequena, isso me incomodava, mas, como muitos faziam, já fazia parte da normalidade. Mesmo com o incômodo, às vezes escapava uma crítica daqui, um julgamento dali e assim fui crescendo no meio desta roda viva e, no entanto, quando decidi me transformar, fui percebendo que esta e outras atitudes precisavam de mudança, então passei a vigiar a minha fala, o meu pensamento, o meu comportamento e a minha atitude. Então passei a me retirar de conversas e de lugares nos quais este tipo de atitude acontecia. Além disso, passei a ponderar sobre este incômodo que sinto e falar a respeito dele. Quando vejo e ouço alguém falar sobre a vida do outro que não está presente, principalmente quando as pessoas ditas “espiritualizadas” apontam o dedo sobre a vida alheia e fazem comentários do tipo: “Você viu fulano?”, “Se fosse meu filho…”, “Beltrana tá gorda…”, “Sicrano não para em lugar nenhum…” e por aí vai, de alguma maneira passei a dizer que isso me incomodava e o que achava sobre esse tipo de atitude.
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E percebo que não quero mais perder tempo com comparações, competições e julgamentos. Acredito que isso só atrasa a nossa evolução. Quero me desapegar desses hábitos nocivos para evoluir. Sei que ainda existem muitas camadas a serem revistas, podadas, cortadas, eliminadas e transformadas para que eu possa me tornar uma pessoa melhor, por isso procuro me curar de mim e do externo. Deixei de frequentar certos lugares, não vejo coisas que não me acrescentam nada e só roubam minha energia. Eu me coloquei em estado de alerta e vou vigiando, orando e vivendo um dia de cada vez, eliminando a carga que não serve, desapegando de velhos hábitos, do velho eu, para transmutar e viver sendo alguém melhor para mim e para o mundo. Sei que ainda tenho que “comer muitos quilos de sal” pra cultivar a paciência, a compaixão, a empatia e o amor incondicional, por isso caminho na direção da luz e vou deixando os espinhos para trás. Vou trocando de pele para despertar e evoluir, pois o que eu quero é me regenerar.