Doutrina Espírita Espiritualidade

Do monoideísmo à condição Ovoide

Ilustração de pessoa meditando
Escrito por Antônio Navarro
O intercâmbio com os Espíritos nos permite o acesso a conhecimentos relacionados à natureza dos espíritos, ou seja, nós mesmos, que acabam por possibilitar a conscientização dos mecanismos aos quais estamos inseridos, e o consequente benefício se os aplicarmos diligentemente.

É o caso da psicografia realizada em Reunião Mediúnica no CEFCX – Centro Espírita Francisco Cândido Xavier, de São José do Rio Preto – SP, na noite de vinte de agosto de dois mil e dezoito, ditada pelo Espírito João, ao médium Antônio Carlos Navarro, que reproduzimos abaixo:

O dinamismo da vida, em seu conjunto, por si só atesta a evolução a que estamos vinculados.

Dos três princípios, Deus, Espírito e Matéria, o Espírito é o Ente destinado a evoluir a partir da simplicidade e ignorância inicial.

Desse ponto em diante, busca, por fatalismo Divino, o estado de perfeição relativa que lhe permitirá a percepção da realidade última e, em consequência, a percepção da felicidade imperturbável.

Observa-se, no entanto, que no limiar entre a animalidade e a humanidade, em faixa que sobrepõe um e outro, estagia o Ente Espiritual em período de aprendizado e desenvolvimento a partir da fala, em paralelo com o desenvolvimento do pensamento rumo ao contínuo uso da sua “Casa Mental”.

Uns se desenvolvem mais rapidamente, conquanto aos olhos menos avisados possa parecer privilégio, enquanto outros, por força da própria percepção da realidade, optam por demorar-se na trajetória evolutiva.

A capacidade intelectiva é própria do Ser Espiritual, que se dilata à medida em que experiencia a vida, seja encarnado, seja desencarnado.

Optando-se por se manter estacionário, quem sabe por orgulho e vaidade, quem sabe por comodismo, a ausência da busca por novos patamares conscienciais por meio do desenvolvimento intelectivo ou emocional-sentimental engendrará o recrudescimento das energias dinâmicas e, por isso mesmo, criadoras, e tenderão a se sujeitarem a uma força centrípeta que se implantará revertendo o processo de expansão consciencial e, em consequência, da constituição perispiritual, que, por sua vez, está sujeita ao comando mental do Espírito.

Uma vez implantado o movimento de “fora para dentro”, com muita dificuldade se livrará o Ser Espiritual de suas consequências.

A princípio, encolherá os membros ao encontro do tronco; e chegando nele, o embotamento continua levando as moléculas que o compõem a diminuírem os espaços moleculares, criando uma sinergia que acelerará o movimento agora rotacional, criando a aparência ovoide, chegando ao ápice quando todos os componentes da estrutura perispiritual confundam-se em um único ser de formato ovoide.

Para esses casos, o tempo, sempre o tempo, será medida imprescindível para a regularização da forma original.

Tratamentos vibracionais no Plano Espiritual e aproximação com encarnados habilitados poderão trazer algum benefício em maior ou menor grau, no entanto somente através da tentativa reencarnatória é que se conseguirá sucesso na corrigenda da situação.

Muitas vezes diversas tentativas são necessárias, porque o Ser, nessas condições e de moto próprio, está impregnado de sentimentos contrários à dinâmica da vida.

À medida que experimenta a conjunção com o óvulo fecundado, sujeita-se ao comando mecânico da estrutura do material genético humano, que por sua vez forçará o elastecimento da organização perispiritual.

A Teratologia apresenta casos impressionantes, nem sempre resultado do suicídio espetacular, mas também dos processos ovoides resultantes da inércia existencial.

A fuga do crescer resulta em trabalho extraordinário no caminho evolutivo.

Luz emanando do peito de uma silhueta de homem

Também observar-se-á a introjeção

Em força também centrípeta, levando o corpo físico, em período recém-nato, ao recrudescimento que o tornará próximo de imagem animalizada.

Dessa forma, todo esforço deve ser feito para que se progrida, evidentemente, priorizando os valores nobres da vida, para que não se exponha a riscos desnecessários e se alcance novas fases existenciais cada vez mais ricas de oportunidades e possibilidades de sucesso.

A cada um segundo suas obras, diz a Lei Divina e, por isso ninguém passa por aquilo que não projetou, consciente ou não, para si mesmo.

De nossa parte, há o dever de socorrer e amar esses seres, para que mais rapidamente possível possam experimentar o alívio e busquem, por si mesmos, a recuperação necessária.

É o que gostaríamos que nos fosse feito, se no lugar deles estivéssemos.

A dinâmica da vida é o Amor, e o Amor é o sentimento no seu ponto mais alto, ensina-nos o Consolador prometido, por isso não só ao próximo devemos amar, mas também a nós mesmos, criando, com inteligência e boa vontade, o campo de progresso para nós mesmos trilharmos.

Muita paz.

Pensemos nisso.


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Sobre o autor

Antônio Navarro

Orador espírita e Membro da Diretoria do Centro Espírita Francisco Cândido Xavier em São José do Rio Preto - SP.

Articulista espírita dos seguintes meios de comunicação:

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Jornal eletrônico A Caminho da Luz – Botucatu-SP
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