Será que uma vida de muitos prazeres e sem dor é uma vida feliz? Convido você a fazer essa reflexão, porque muitas vezes vivemos uma vida sem sentido, fazemos um trabalho de que não gostamos, temos relacionamentos que já não funcionam, temos um modo de vida que já não nos satisfaz. Queremos evitar a dor de ficarmos sozinhos, evitar a dor de sair da nossa zona de conforto, a dor de não poder comprar as coisas que queremos.
Esta fuga pra não sentir dor nos coloca numa vida que não é a nossa, na qual a gente acaba por não se sentir bem, parece que está sempre faltando algo. Isso nos leva muitas vezes à busca de prazeres relacionados a hábitos nocivos, vícios, a uma vida amargurada, cheia de doenças. Eu diria um cansaço da vida.
Eu penso que aceitar o prazer é uma coisa, agora viver condicionado pelo prazer é um grande engano. Então pare e pense se na sua vida você está em busca do prazer apenas…
E outro fato importante, o prazer sem ser compreendido deteriora a mente. Um exemplo disso são inúmeros artistas, cantores, atores, pessoas que chegaram no topo da fama e dinheiro e não eram felizes.
Ou do outro lado, pessoas que sofreram muito e mesmo depois de sofrerem não aprenderam com a lição, isso porque o sofrimento não conduz à sabedoria e sim a compreensão dele.
Procure entender que o sofrimento faz parte e busque o caminho que faça sentido pra sua vida, mesmo que você tenha que mudar de percurso, começar tudo de novo, e mesmo que essa mudança provoque sofrimento por um tempo. Mesmo na dor, procure compreender por que a situação te fere, o que você de fato precisa aprender com essa dor. Essa atitude vai aos poucos elevar seu nível de consciência e surgirão recursos próprios e mais sólidos para enfrentar a vida, inclusive a consciência de que não podemos colocar nosso bem-estar somente em coisas que nos dão prazer, que não devemos colocar nosso bem-estar no outro ou em bens materiais.
Só assim a vida começa a ser sentida, apreciada, valorizada. Essa atitude vai tirar certas ilusões e fantasias sobre o viver.
Vamos aprender a desapegar tanto do prazer quanto da dor. Porém essa nova visão sobre a vida nos dá uma liberdade incrível, pois você não mais vai ser afetado pelas circunstâncias.
Muitas pessoas se apegam à dor, ao sofrimento… Parece loucura, mas é real, porque nesse papel de vítima elas têm ganhos secundários. Elas têm, por exemplo, a atenção dos outros, a piedade dos outros.
Então aqui chegamos a algumas conclusões.
A dor é necessária, crescer dói, deixar nosso lado infantil e passar para a fase adulta dói. Muita gente chega aos 30, 40, 50 anos sem querer enfrentar essa dor, sem mudar hábitos, sem amadurecer. Sem assumir certas responsabilidades.
Porém não podemos nos apegar à dor, há um ponto em que temos que sair dessa condição e buscar melhoras. Por outro lado, viver atrás do prazer pode ser um caminho muito perturbador.
Quantas pessoas se apegam tanto à aparência jovem e não aceitam a velhice, pois querem sempre sentir o prazer da juventude no corpo? Isso é destruidor.
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Vamos buscar o equilíbrio entre esses polos? E quando estiver em qualquer um dos lados busque a consciência do que se passa no seu interior, os sentimentos atrelados, as sensações físicas, o propósito de estar ali.
Adquira esse ponto de observação, no qual não há tanto peso assim entre o que é bom ou ruim, certo ou errado, pois quando o olhar está acima das aparências podemos ver que tudo faz parte, que tudo pode ser aceito e acolhido com amor e na medida certa.