Dia desses me perguntaram sobre Deus e diferentemente de Jung, que ao ser perguntado, simplesmente respondeu: “I Know God”.
Por toda amplitude que tem o verbo know em inglês, Jung foi beneficiado, já eu me alonguei na resposta.
Disse eu: Difícil falar do Todo, do Tudo. Deus é força quando estou forte, mas é força também quando enfraqueço.
Deus é luz quando estou no escuro. E Deus é luz que me clareia, aclara, esclarece. Deus é luz quando estou nela.
Deus é o que me desperta e o que me adormece.
Deus é meu alimento e minha fome.
É o que me nutre e o que me mantém viva.
É também o que me mata.
É minha alegria, e minha dor.
Minha busca e meus encontros.
É o meu caminhar, meus passos, meus tropeços, meus voos.
Deus é meu caminho, e meu caminhar, meus passos, meu rumo, meu fim, meu sem fim.
É Ele o recomeço de cada dia.
Minha certeza, meu espaço em branco, meu amor, minha força, minha razão, minha razão nenhuma, meus créditos e débitos.
É. Deus é.
É para quem eu rezo, eu oro, eu faço preces.
É para quem eu peço, eu agradeço, eu imploro, eu choro.
É meu espelho, é o que espelho, é meu gesto, meu grito.
É quem me faz viver, e me faz sofrer, e me faz sonhar, e me faz morrer.
É a vida, e a morte.
É o instante, e é o eterno.
Está no meu riso frouxo e na minha gargalhada.
Na minha esperança e na minha ação.
Na minha dignidade, Ele resplandece.
Na minha gratidão, Ele se multiplica como um espelho de mil faces.
Na minha fé, Ele cresce.
Na minha compaixão, Ele se reproduz.
Mas Ele está definitiva e maravilhosamente nas flores, nas árvores, nos bichos, no olhar dos cães, no movimento dos felinos.
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