Começou um novo ano. E, como em todo início, cheio de expectativas e objetivos. Eu, por exemplo, sempre defino uma meta de leitura para o ano. Porém dessa vez parei para pensar que, na condição de leitora, logo vêm à mente livros de autores famosos, que têm grande visibilidade na mídia. Mas e a leitura que fazemos do mundo? E a leitura dos capítulos da nossa própria jornada? “Legere oculis” é uma expressão latina que significa “colher com os olhos”. E tudo aquilo que percebemos é leitura, o que nos desperta emoções, sentimentos e sensações. Assim, todos somos leitores da vida. Mas será que damos o devido valor ao que colhemos enquanto leitores do mundo?
Eu sou uma pessoa que lê muitos livros. Tenho uma sede enorme de conhecimento e grande curiosidade. Ler é fundamental. Abre portas e janelas onde só haviam paredes. Mas muitas vezes enxerguei a leitura por uma ótica muito restrita aos livros. E, ao retirar um pouco os olhos deles, da forma compulsiva como fazia, percebi que não estava equilibrando o ato de ler. A leitura do mundo, de deixar os olhos passearem pelas ruas despreocupados e encontrarem cenas inesperadas e que causam reflexão e expansão, são igualmente importantes.
Mas indo um pouco além, eu não considerava a minha própria vida como uma leitura. E eu sou autora e leitora dela. Uma pessoa escreveu recentemente em um relato que se você escreve um texto por dia sobre suas vivências, no fim do ano terá um livro. É necessário apenas despertar para o simples fato de que escrevemos a cada dia, com as experiências vividas, páginas da nossa história.
Os grandes escritores são assim considerados porque souberam observar ao redor, sentir e dar valor àqueles momentos em que muitos não estão presentes e, a partir daí, expressaram por meio das palavras, tornando possível que outros também sintam parte daquelas vivências, que, embora algumas histórias sejam ficcionais, sempre têm origem na observação do que é comum.
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Portanto valorize o instante em que respira, suas experiências e sua história. Leia mais a sua vida. Quem sabe assim, até o fim do ano, você terá um livro. Ou mais. Em quantos livros cabe a sua vida?