Era uma tarde qualquer, dessas que o aroma de café preenche o ar e, por alguns instantes, parece aquecer até a alma.
Eu e um amigo nos sentamos em uma cafeteria aconchegante, cercados por pessoas absortas em seus próprios mundos — olhos fixos nas telas, dedos deslizando rápido pelos chips que nos conectam, mas nos isolam. Decidimos ir na contramão.
Falar sobre algo simples, mas precioso: gestos de altruísmo, tão raros nesses tempos de ilhas humanas.
Começamos com o mais banal: um bom dia. “Já percebeu como um ‘bom dia’ pode quebrar o gelo de um dia nublado?” perguntei. Meu amigo sorriu e concordou.
Dizer isso para alguém que você nunca viu e, provavelmente, nunca verá de novo, pode parecer insignificante, mas tem um poder quase mágico. É como lançar um raio de sol num elevador lotado, onde o silêncio constrange mais que a proximidade.
Falamos sobre doar — um livro para um sebo ou diretamente para alguém que se mostrou um amante das palavras. “Um livro que você leu e amou pode ser um presente transformador para alguém que nem sabe que precisa dele”, dissemos quase ao mesmo tempo.
Lembramos das pequenas trocas no metrô ou na fila do supermercado. Uma história compartilhada, triste ou não, pode ser um respiro no caos da rotina.
Assim como agradecer ao funcionário que nos atende no mercado com um sorriso. É um reconhecimento que pode iluminar o dia daquela pessoa — e o nosso também.
Enquanto o café esfriava, concluímos: gestos simples podem ser pontes. Num mundo onde todos parecem afundados nas redes sociais, atolados em carências mascaradas, esses pequenos atos são resgates. São a mão estendida para sair do vácuo emocional que muitas vezes escolhemos.
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Naquele papo de cafeteria, ficou claro que doar é, na verdade, o que nos mantém humanos. Talvez não mude o mundo todo, mas muda certamente o nosso. E isso já é um começo.
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