Na terapia em EMDR, a escolha do alvo a ser processado é fundamental. Para tal, logo nas primeiras consultas terapêuticas, acontece uma espécie de pesquisa “arqueológica”, que é um tipo de questionário aberto com o intuito de se conhecer o histórico de vida do cliente, aspectos de sua personalidade, cenas vivenciadas, traumas impactantes e gatilhos emocionais.
Os primeiros momentos de contato terapêuticos, juntamente com o questionário aberto a ser realizado, são extremamente importantes, porque, além de mostrar como o paciente funciona, também sugerem caminhos possíveis para ajudá-lo com maior eficiência. No questionário, são feitas perguntas que envolvem o período da infância, o momento atual e os projetos futuros.
Durante as sessões em EMDR, o cliente é estimulado a se permitir receber, por livre associação e sem julgamento algum, tudo o que for surgindo em sua mente, em seus pensamentos e emoções. Isso, sempre confiando, por mais inusitado que possa parecer, nos caminhos que a sua máquina biológica fizer em busca de se curar.
Entre os intervalos de uma para outra sequência de ativação neurológica, ele é incentivado a contar o que ocorreu e, quando necessário, o terapeuta o ajudará, por meio de determinadas intervenções, a gerar mais consciência em tudo o que estiver sendo vivenciando.
Durante o período de reprocessamento, pode surgir uma série de lembranças que se associam à outras, e que levam ao desbloqueamento de diversos conteúdos emocionais represados.
Como resposta ao processo, surgem ponderações em relação à vida como um todo atemporal associado ao momento presente, ainda contando com a inauguração de novas e mais saudáveis redes neurológicas de respostas para questões antes impensáveis.
Não podemos esquecer que, um dos principais motivos para que todo este fabuloso montante de cura emocional ocorra, também é devido à qualidade do contato entre o terapeuta e o paciente, a empatia, a conexão, somados a um profundo conhecimento sobre esse tipo de terapia, que, com toda certeza, faz diferença.
O meu propósito como psicóloga em EMDR é que o reprocessamento cumpra o seu papel de ser um verdadeiro divisor de águas na vida do cliente.
Alguns pacientes ficam perplexos, precisam de tempo para absorver o que ocorre durante a sessão, e ficam ainda mais surpresos ao perceberem-se mudados para melhor, inclusive em áreas que nem cogitavam.
Quanto mais despertos, melhor!
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