Na escola e na faculdade se ensinam muitas técnicas, fórmulas para serem de alguma maneira aplicadas fora da sala de aula. No entanto, na grande maioria das vezes os sentimentos não entram ou são estudados nestes ambientes. Por mais que existam projetos interessantes, falta até ao poder público um engajamento com as redes de educação para espalhar, amor, paz e compaixão nas escolas.
E é a compaixão, este sentimento tão bonito, de preocupação e envolvimento com o outro, o tema de um projeto desenvolvido na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Coordenado pelo professor e médico Marco Antonio de Carvalho Filho e aplicado no curso de Medicina da Universidade, ao perceber que os alunos não se sentiam a vontade com os pacientes depois de formados.
São ensinadas técnicas em sala de aula, mas muitos alunos não se envolvem com os pacientes, por justamente alguns professores afirmarem que estes não podem se envolver com os pacientes para não atrapalhar o desempenho do trabalho. É fato que os próprios pacientes sentem falta dessa conexão com os médicos. Muitos se queixam por essa categoria ser tão “fria” com eles. Mas o que esta faltando?
Os dois lados
A própria morte não é bem desenvolvida pelos médicos. Isso porque em sala de aula aprendem a salvar vidas, usarem bem as técnicas. Mas quando a morte acontece, eles não conseguem dar a notícia até porque não criaram um laço com a família.
Embora existam os dois lados, porque se o médico fosse se envolver, dar atenção, ou ficar triste com cada paciente que atende e suas dores e doenças, ele estaria em um estágio alto de depressão, mas este fato não pode ser visto apenas com estes olhos.
A ligação de proximidade e de preocupação deve existir por alguns minutos. Não é possível que os pacientes sejam números, mesmo que entidades os tratem dessa forma, mas alguns minutos de conversa não irão colocar em risco o desempenho e o trabalho de nenhuma profissão.
Mais compaixão
Mas o fato não ocorre apenas na área da Medicina. Existem muitos profissionais preocupados com seus excelentes resultados, seja de vendas, cuidados, mas deixando de lado a compaixão.
A compaixão não pode ser vista como um sentimento de pena. Exercer a compaixão é ser um profissional humano que entende que falhas existem e o que importa é a vida.
E não apenas isso, praticar compaixão traz benefícios, pois ela aumenta a nossa força interior, a mente se amplia e os problemas se tornam pequenos para aqueles que praticam este sentimento.
Mais projetos como este
O médico Marco Antonio de Carvalho Filho está de parabéns. Seu trabalho é digno de aplausos, pois a percepção que teve é muito humana. Não são poucas as pessoas que se queixam da falta deste sentimento na maioria dos profissionais.
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Deveria existir uma disciplina que ensinasse ou fizesse refletir o quão é importante nos preocuparmos de forma humana com os outros e não técnica. Sim, a técnica tem a sua importância, mas aliada a compaixão o resultado tende a ser sempre melhor.
Que mais projetos como estes surjam no País e espalhe boas sementes em todos os profissionais.