Comportamento

Entenda mais sobre o déficit de atenção

Garotinho entediado e distraído diante de uma atividade.
Kamelia Ilieva / Shutterstock
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Você sabe o que é o déficit de atenção? Esse é um problema afeta muitas pessoas, inclusive, as crianças. Por isso, conhecer sobre essa condição é uma forma de contribuir para evitar o sofrimento dos pacientes e, também, facilitar o diagnóstico precoce. Para ajudar a entender essa síndrome, confira o artigo que o ESF preparou para você e faça uma boa leitura.

O que é déficit de atenção?

O déficit de atenção é uma síndrome, também conhecida pela sigla TDAH (em referência ao nome Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), que afeta as crianças em idade escolar.

Segundo a releitura de outros estudos feita pelo artigo científico “Educação Física e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: um olhar no contexto escolar”, publicado na revista científica ARQUIVOS em Movimento, em 2013, estima-se que de 3% a 5% das crianças em idade escolar dos Estados Unidos apresentam TDAH, enquanto no Brasil a estimativa é de 3,3% a 5,8%, tendo havido um aumento significativo nos últimos anos.

Outro estudo, publicado em 2010 no periódico Psicologia Escolar e Educacional, intitulado “Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH): orientações para a família”, reporta pesquisas que afirmam que o distúrbio é mais prevalente em meninos.

As pesquisas sobre TDAH a caracterizam por alterações nos neurotransmissores dopamina e noradrenalina, responsáveis por estabelecer as conexões entre os neurônios na região frontal do cérebro. As principais manifestações dessa condição neurológica crônica são a desatenção e a impulsividade.

Já na infância esses sinais aparecem e, caso tardem a serem identificados e tratados, perduram por toda a vida. Podem levar, na vida adulta, a distúrbios psiquiátricos, como ansiedade e depressão, e ao alcoolismo, bem como ao abuso de outras drogas.

Além de terem que lidar com as dificuldades impostas pelos sintomas do distúrbio, os pacientes diagnosticados com TDAH ainda são vítimas de estigma social, por serem considerados desatentos, lentos e agressivos.

Menina apoiando a cabeça na mão, diante de um caderno aberto e seus materiais de estudo.
fizkes / Shutterstock

Déficit de atenção: sintomas

Os principais sintomas do TDAH são dificuldade para manter o foco e a concentração e controlar habilidades motoras.

Atividades banais e corriqueiras, como organizar tarefas, seguir instruções, concluir uma tarefa, comparecer a compromissos, podem ser muito custosas de serem realizadas por quem tem TDAH.

Por isso, o desempenho escolar e profissional de quem tem a síndrome é altamente comprometido, o que faz com que tanto crianças como adultos sejam tratados como incompetentes, reforçando um estigma social.

Tipos de déficit de atenção

Por ser uma síndrome, o TDAH se manifesta em diferentes graus, embora se caracterize por um conjunto de sintomas comportamentais descritos no Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-V), que o divide em três tipos:

1 – TDAH tipo hiperativo/impulsivo

Pessoas do tipo hiperativo/impulsivo são inquietas, movimentam-se constantemente e apresentam muita dificuldade em permanecer sentadas. Em interações sociais, falam demasiado e interrompem o seu interlocutor.

Garotinho se pendurando em uma grande, com uma mochila pendurada às costas.
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2 – TDAH tipo desatento

Pessoas tipo desatento são descuidadas, desatentas e sem foco, tendo enorme dificuldade em seguir instruções detalhadas e organizar tarefas. Podem, também, ter pouca memória e facilidade para distraírem-se.

3 – TDAH tipo misto/combinado

Pessoas do tipo misto/combinado apresentam seis ou mais sintomas de desatenção e seis ou mais sintomas de hiperatividade e impulsividade.

Tratamento para déficit de atenção

Em geral, o tratamento para a síndrome se dá por meio de psicoterapia e medicamentos, sendo a Ritalina o mais utilizado, sobretudo, em crianças. Em adultos, algum medicamento antidepressivo pode, também, ser receitado.

Por ser uma condição que afeta várias situações, as crianças diagnosticadas com TDAH precisam de cuidado multidisciplinar para auxiliá-las em suas dificuldades pedagógicas e comportamentais.

Pode ocorrer de o paciente com TDAH ter alguma comorbidade associada, o que levará a um tratamento diferenciado.

Terapeuta ouvindo atentamente um garotinho falar sentado à sua frente.
Dragana Gordic / Shutterstock

Como diagnosticar o déficit de atenção

A lista do DSM-V indica nove sintomas de TDAH hiperativo/impulsivo e sugere mais nove de TDAH desatento. Quanto mais precoce for feito o diagnóstico de TDAH em uma criança, mais exitoso será o tratamento para amenizar, futuramente, os efeitos sintomáticos.

Em crianças, o diagnóstico se baseia em observação comportamental de ao menos seis dos noves sintomas durante o período de, no mínimo, seis meses antes dos sete anos, em pelo menos dois ambientes (casa, escola, lazer). Já em adolescentes e adultos, ao menos cinco sintomas devem ser detectados em diferentes ambientes.

Tanto em adultos como em crianças, os sintomas devem confirmar a dificuldade social do paciente nas mais diversas situações.

Nos primeiros anos da vida escolar da criança, os sintomas do TDAH costumam ser facilmente identificados por especialistas. Contudo muitos diagnósticos errados são feitos em crianças, induzindo-as a tomarem medicamentos desnecessariamente.

Muitas crianças e adultos portadores de TDAH são vítimas de estigma social por serem apontados como lentos, irresponsáveis, impacientes e agressivos. Todavia é preciso considerar que esses comportamentos ocorrem não por motivação, mas pela condição imposta pela própria síndrome.

Algumas estratégias podem ajudar a pessoa com TDAH a se orientar, como anotações, lista de tarefas, manter um lugar fixo para deixar objetos. Entretanto, em muitos casos, o paciente simplesmente não se lembra de fazer isso.

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Quem tem TDAH não deixa de realizar tarefas ou chega atrasado a compromissos porque quer, mas porque têm uma enorme dificuldade em seguir a cartilha do que é esperado como um comportamento “normal”. Ser diferente cria julgamentos, estereótipos e estigmas.

Julgar ou criticar quem tem TDAH só dificulta ainda mais a pessoa a lidar com as suas limitações, que, por si só, já atrapalham bastante o cotidiano dela.

Confira mais sobre o TDAH no podcast acima, de Drauzio Varella.

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