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Entrevista com idealizadores da ONG Rede de Mulheres Empreendedoras

Escrito por Eu Sem Fronteiras

Empreender nem sempre é um caminho fácil. A ajuda e a orientação são importantes para que todo empreendedor consiga trilhar com força e sucesso essa empreitada. E para as mulheres, o caminho pode ser ainda mais difícil. Para dialogar sobre empreendedorismo para as mulheres, empreender após a maternidade e muito mais, conversamos com Ana Fontes que foi a responsável por fundar a Rede Mulher Empreendedora que hoje tem quase 300 mil empreendedoras envolvidas. Confira abaixo a entrevista.

Eu sem Fronteiras: O que é a Rede Mulher Empreendedora?

Imagem: Divulgação

Ana Fontes: Eu fui executiva do mundo corporativo durante muitos anos e resolvi pedir demissão e comecei o meu primeiro negócio em 2009 quando empreender ainda não era tão popular como hoje. Tive inúmeras dificuldades e resolvi contar estas dificuldades para que outras empreendedoras pudessem aprender com os meus erros, a RME que era o meu negócio paralelo passou a ser o meu principal negócio, que consumia todo o meu tempo em apoiar outras empreendedoras.

Hoje a RME tem quase 300 mil empreendedoras envolvidas e nosso papel é apoiar estas mulheres no desenvolvimento de seus negócios e para conquistarem sua independência financeira. Nossos serviços são conteúdo de qualidade e direcionado ao estilo de gestão das empreendedoras, mentorias coletivas, rodadas de negócios, eventos de networking, capacitação e inspiração para desenvolvimento de seus negócios.

Eu sem Fronteiras: De que forma as mulheres podem se unir para darem um “up” nos seus projetos pessoais?

Ana Fontes: Com certeza procurando redes de apoio, aprendendo com a experiência das outras pessoas, especialmente por meio do networking.

Eu sem Fronteiras: Qual a maior dificuldade encontrada pelas mulheres que querem empreender?

Ana Fontes: Conseguir acesso ao crédito, definir o segmento de negócio, encontrar programas de capacitação de apoio para a gestão com custos acessíveis.

Eu sem Fronteiras: É muito comum as mulheres quererem empreender, principalmente depois que são mães. Na prática, isso acontece mesmo? E como as mulheres podem dar o primeiro passo?

Ana Fontes: Sim! É muito comum. Na Pesquisa Quem São Elas que fizemos ano passado, com 1300 mulheres, descobrimos que 75% das empreendedoras começaram o próprio negócio após a maternidade. Elas buscam no empreendedorismo flexibilidade, porque estas mulheres estão sendo “empurradas” do mundo corporativo, um ambiente ainda hostil para mães com filhos pequenos. Por não se sentirem acolhidas neste ambiente ainda essencialmente masculino, empreender vira uma opção possível para estar “mais próximas” dos filhos e ao mesmo tempo se manterem ativas.

Eu sem Fronteiras: O que vocês pensam sobre redes de mulheres que se ajudam?

Ana Fontes: Empreender é muito solitário e, para as mulheres, ainda mais. Nós acabamos assumindo todos os outros papéis e complicamos um pouco mais a nossa vida. Se não tivermos o apoio e a colaboração de outras empreendedoras, fica bem difícil empreender. Esses movimentos são ótimos para mulheres trocarem experiências com quem está passando pela mesma fase, fazer parcerias e aumentar o networking.

Eu sem Fronteiras: Como surgem as ideias do projeto e como colocá-las em prática?

Ana Fontes: Observamos as demandas e os pontos que as empreendedoras mais precisam de apoio. Procuramos parcerias, pessoas engajadas e empresas alinhadas com a causa do empreendedorismo feminino para nos ajudarem a viabilizar os projetos. Também realizamos ações com essas empresas para criarem programas de fomento ao empreendedorismo e inserirem mais mulheres em cargos de liderança.

Eu sem Fronteiras: Como as mulheres podem participar?

Ana Fontes: Basta acompanhar a nossa página de eventos no site e fazer inscrição. Sempre divulgamos os nossos eventos e também de parceiros em nossa página no Facebook.

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Eu sem Fronteiras: Onde ocorrem os eventos?

Ana Fontes: Ocorrem em diversas partes do Brasil. Temos embaixadoras que fazem um ótimo trabalho nas regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste. Cada vez mais buscamos empreendedoras para estarem presentes em mais locais.


Entrevista realizada por Angelica Weise da Equipe Eu Sem Fronteiras.

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