No próximo dia 01 de outubro é comemorado o Dia Internacional da Terceira Idade, data instituída pela Organização das Nações Unidas. A grande questão é se, aqui no Brasil, há o que comemorar. Afinal, o nosso País respeita os seus idosos?
Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o número de idosos deverá representar 30% da população brasileira daqui a menos de quatro décadas. Outros países, como o Japão, que já superou a marca de 100 mil pessoas com mais de um século de vida, têm os idosos como a faixa etária em maior escala na sociedade. Isso se dá, principalmente, com o aumento da expectativa de vida e também com a redução no número da taxa de natalidade. Nascem menos pessoas e elas vivem mais, uma tendência em comum dos países com altas taxas de desenvolvimento.
Em passos lentos, o Brasil também encaminha para um envelhecimento de sua população. O próprio IBGE aponta que daqui alguns anos, a taxa de nascidos será menor do que a de mortalidade, e que o nosso País, que é formado socialmente em sua maioria por jovens, terá um domínio da população adulta até 2040. O que isso quer dizer?
Na parte da economia, isso altera profundamente as relações de trabalho e a previdência social. Já que terá um aumento no número de pessoas se aposentando, por causa da ampliação da expectativa de vida, então também haverá uma redução de pessoas trabalhando, já que vai diminuir a taxa de natalidade e a população de jovens vai diminuir. Considerando que são as classes trabalhadores que pagam o INSS (Instituto Nacional de Segurança Social), responsável pelo repasse de verbas aos aposentados, então são necessárias medidas para equilibrar as contas públicas para que os idosos possam recebam um valor adequado em suas aposentadorias. Ao mesmo tempo, se hoje há um excesso em mão-de-obra disponível no mercado, o que barateia os salários por causa da lei da oferta e da demanda, futuramente pode ter esse panorama invertido: faltar trabalhadores.
Já na questão social, o país precisará investir mais em políticas públicas para os idosos. Além de uma ampliação das ações voltadas a esse público, o setor de saúde precisa ser aprimorado para que possa atender essa faixa etária em crescimento e que necessita de acompanhamentos médicos de qualidade. Sem falar também na questão da educação, há a urgência de uma consciência moral para que haja um respeito aos idosos no nosso país não só pelo governo, mas pelos jovens em geral.
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Apesar de ser lamentado por algumas pessoas, envelhecer é um grande privilégio em nossa sociedade caótica. A longa vivência geralmente implica em perdas impactantes para essas pessoas no decorrer da vida, então é preciso criar e aprimorar dispositivos que busquem (re)integrar os idosos na sociedade e colocá-los junto às inovações de um mundo que é totalmente diferente do que eles cresceram.
Como disse o filósofo grego Sófocles: “Ninguém ama tanto a vida como o homem que está a envelhecer”.
- Texto escrito por Diego Rennan da Equipe Eu Sem Fronteiras