Autoconhecimento

Escutando a si e ao outro

Mulher deitada vista de cima rosto
Escrito por Raquel Capela

Quando se escuta, trazemos para dentro, guardamos num lugar seguro, num lugar reservado e especial, já o ouvir é um ato de captar sons que vêm de fora.

Ansiar pelo que deve ser feito ou pelo que estar por vir é se privar do presente, é como enxergar e não ver, ouvir e não escutar.

Num diálogo, as pessoas estão dispostas a falar, mas nem sempre são escutadas. Pensando no que vive dentro do outro, devemos dispor de sensibilidade em qualquer tipo de troca e buscar estar livres apenas de trocas por telas frias de celulares e computadores.

Ouvimos diversos sons, conversas no metrô, nos bares, no trabalho e assim por diante, mas poucos são traduzidos internamente, poucos são escutados, afinal quantos diálogos você já teve e de quantos se lembra ou de fato os classificou como relevantes? Talvez pessoas marcantes e importantes estejam nesse espaço e isso é gratificante, porém fica fácil olhar pelo lado do ouvinte; e quanto à pessoa que te escolheu para compartilhar algo e que, com julgamentos ou rótulos, classificamos pequeno demais para escutar e apenas ouvimos? Ninguém é capaz de saber o que se passa dentro do universo do outro, sendo único e imensurável. A troca é um ato de amor, a pessoa que cruza o seu dia com poucas palavras que sejam, ou com os rótulos que dispomos para classificá-las, pede amor e o amor é dar lugar ao outro.

Num círculo vicioso, fica-se preso a uma sequência de atos comportamentais, fica-se preso a uma rotina de hábitos mentais, que de maneira inconsciente faz com que os outros passem despercebidos e você passa despercebido de si mesmo. Assim como apenas ouvimos e não escutamos os outros, esse hábito reflete sobre nós mesmos.

Convido-te a presenciar esse momento, de modo que faça a leitura de maneira presente no que escolheu fazer, de modo que se sinta imerso no conteúdo e se permita refletir sobre a diversidade de coisas que se passaram e você deixou de escutar, tanto conteúdos do outro, como de si mesmo.

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O agora já é um novo momento e tem palavras importantes demais para não serem ditas, você é importante demais para deixar de falar, afinal todos temos luz e trevas dentro de nós, devemos aceitar ambos os lados, acolher como uma velha amiga e escolher com qual agir. Comece escutando a si para dispor de amor ao outro.

Somos como um jardim ganhando vida e cada conhecimento é como uma nova flor plantada, que desabrochará em breve, basta regar.

Sobre o autor

Raquel Capela

Formada em Psicologia (CRP 06/150737) com experiência e contato com pessoas cegas e de baixa visão, pessoas em situação de rua, crises existenciais, dentre outros.

Atua com atendimento psicológico a adolescentes, adultos e idosos.

Utiliza a Gestalt Terapia como base teórica. Uma linha humanista que lida com a responsabilização de si e experiencia o atual momento de maneira completa. Chamado de aqui e agora, visa desenvolver as potencialidades do sujeito.

Atendimento na Rua Artur de Azevedo, 1212 - Pinheiros - São Paulo/SP, próximo ao metrô Fradique Coutinho

Quais especialidades/tratamentos? Atendimento a adolescentes, adultos e idosos, sendo os principais nichos de atuação pessoas em crises existenciais, processos de luto, gênero e diversidade, e pessoas cegas e de baixa visão.

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