Para aproveitar o sucesso de bilheteria do longa-metragem “Barbie”, dirigido por Greta Gerwig, a Mattel lançou recentemente a Barbie Estranha, com pré-venda disponível até 18 de agosto e pretende lançá-la no primeiro semestre de 2024.
Ainda não se sabe se esta versão da Barbie será vendida no Brasil, portanto quem tem interesse em adquirir a boneca precisa ficar de olho no site e nas redes oficiais da empresa. Mas hoje queremos trazer outra visão sobre a boneca.
Com roupas coloridas, olho contornado, testa rabiscada e um cabelo meio punk rock, a Barbie Estranha, interpretada por Kate McKinnon, escapa da versão original e perfeita das outras Barbies, que ocorre quando uma criança brinca muito com a boneca e a modifica como bem entende.
A Estranha é uma das Barbies que mais se aproximam do mundo real e das dores comuns de um humano. Afinal, quem nunca foi para algum lugar e se sentiu totalmente deslocado? Nunca quis ficar no seu mundo próprio, sem querer agradar as pessoas?
Inspiração da personagem e comportamento
Em entrevista à Rolling Stone, Greta comentou que a Barbie Estranha foi inspirada no livro “The Giver”, de Lois Lowry. Na obra, toda a comunidade se livra das memórias e sentimentos do passado e as entrega a um doador que guarda todas essas lembranças. O doador muda em cada geração e seu papel é mostrar às pessoas da comunidade o que elas não enxergam.
No filme, a Estranha também tem a função de mostrar à Barbilândia algo que as outras barbies não conseguem ver. Ela tem um mundo só dela, dá conselho para a Barbie Estereotipada (Margot Robbie) em crise existencial, não faz questão de que seus dias sejam todos incríveis e não vê celulite como algo de outro planeta.
“Se observarmos a Barbilândia numa visão terapêutica, a Barbie Estranha foi aquela que despertou para a vida, porque ela esteve mais no mundo real e captou as memórias das crianças que brincavam com as Barbies perfeitas e dentro destas memórias há um acúmulo de sensações, experiências, emoções, que variam de acordo com o sistema familiar de cada ser humano.”, afirma Dra. Adriana Nepomucena, advogada, terapeuta e especialista em Direto Sistêmico.
O estranho existe?
Adriana ainda ressalta que, conforme as experiências sociais e familiares que cada criança teve, sua Barbie vai ter um jeito e isso traz a autenticidade. “Pode parecer contraditório, mas o belo do humano reside na imperfeição. Nos estudos sobre Direito Sistêmico aprendemos que a busca pela perfeição nada mais é que uma ânsia pela morte, para vivermos todas as belezas e desafios que a vida traz, precisamos acolher a imperfeição e o inacabado”, comenta.
Você também pode gostar:
- Entenda qual é a importância de uma boneca na vida de alguém
- Pense sobre o papel das bonecas com deficiências físicas
- Filosofe sobre as regras que fazem parte da sociedade
Talvez a Barbie Estranha nem seja esquisita. O problema é que o mundo a estereotipou dessa forma e pode ser que, na cabeça das crianças, esse estranhamento não exista, seja só uma boneca representando uma imaginação. É como se ela quisesse nos dizer: não estereotipe. Apenas brinque. Apenas seja.