Ao nos encontrarmos com outras pessoas, costumamos, mesmo que no automático, perguntar: “Está tudo bem?”. Então, recebemos a resposta imediata: “Está tudo bem! E você?”. E também devolvemos de forma rápida a mesma resposta: “Tudo bem!”
Na verdade, nem sempre está tudo bem! Por detrás da frase: “Está tudo bem”, tem muitas entrelinhas, muito conteúdo oculto, muito silêncio, mas também muita vontade de dizer o que não foi dito.
Mas nós, seres humanos, escondemos as nossas fragilidades e medos uns dos outros e, ao fazermos isso, acabamos os projetando de outras maneiras à nossa volta e sobre os demais.
Então, sentimos que todos estamos fingindo, mostrando máscaras. Criamos fortalezas psicológicas para nos protegermos uns dos outros!
Crescemos com a ideia que é perigoso mostrarmos as nossas fragilidades, sermos sensíveis, nos mostrarmos como realmente somos, com as nossas falhas e defeitos.
De fato, vivemos em um mundo de muita disputa, competição e que nem sempre as armas são as de verdade. E que o apelo é para que mostremos o nosso melhor, mesmo que seja falso.
Vivemos em um mundo de muita disputa, competição e que nem sempre as armas são as de verdade.
Muitas vezes nos armamos com armaduras, capacetes e espadas invisíveis, que nos mantêm protegidos, em estado de constante alerta sobre os possíveis riscos de nos abrirmos e nos mostrarmos.
Tememos que descubram a nossa vulnerabilidade e se aproveitem disso. Então, por ter medo de sofrer, criamos um sofrimento, sem perceber que o que temíamos foi criado por nós mesmos!
Em um mundo que existe seguro para quase tudo, não inventaram um seguro para nos protegermos de nós mesmos!
Tememos os outros porque tememos a nós mesmos. Nos sentimos inseguros, falhos e insuficientes para lidarmos com as nossas dificuldades e com as dificuldades alheias.
E, para piorar, nos comparamos aos outros que têm máscaras melhores do que as nossas, então, nos sentimos piores e diminuídos perante eles.
Esquecemos que por detrás dessas máscaras existe um SER trilhando uma jornada e buscando se revelar dentro de nossa humanidade.
Com medo de nossas fraquezas, deixamos de nos aproximar dos outros, dando abertura para nos aceitarmos, mutuamente, em nossas fragilidades para, dessa forma, exercemos a nossa real humanidade.
E, assim, vamos brincando de esconde-esconde, só que com a diferença que ninguém acha ninguém e deixamos de nos encontrarmos de verdade!
E, com isso, também vamos nos escondendo de nós mesmos, nos sentimos confusos, queremos encontrar quem somos, por detrás da máscara!
Tiremos as nossas máscaras para nos enxergarmos como, de fato, somos. Então, poderemos nos reconhecermos e nos aceitarmos como realmente somos!
Dessa forma, teremos condições de aceitarmos o que existe por detrás da máscara de nosso próximo, sem julgamentos e com compreensão!
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