Estamos vendo um aumento no registro de casos de pessoas na faixa de 20 a 45 anos sendo vítimas de morte súbita, ataques cardíacos e acidentes vasculares. E existe uma correlação com o ritmo de vida acelerado, acúmulo de atividades e, em alguns casos, a soma de problemas de saúde não diagnosticados corretamente.
E esses casos estão registrados em diversas camadas sociais, apontando para um problema de estilo de vida atual, em que o fazer as coisas sem medir as consequências para a saúde tem sido irrelevante. Os resultados comerciais, financeiros e sociais é que importam!
E a vida tem se robotizado em níveis arrebatadores, pois até as relações sociais, familiares e etc. agora são virtuais, em sua grande maioria.
Segundo dados de 2017 do Hospital Samaritano de São Paulo, há cada vez mais jovens expostos aos fatores de risco para doenças cardiovasculares; os casos de ataque cardíaco na faixa etária mais jovem, dos 20 aos 39 anos, vêm aumentando de maneira considerável.
Segundo dados do DataSUS, do Ministério da Saúde, em 2013 houve um aumento de 13% no número de infartos entre adultos de até 30 anos, e esse aumento revela hábitos não-saudáveis que colocam em risco a vida das pessoas desta faixa etária.
Estresse, obesidade, diabetes, tabagismo, hipertensão e colesterol fora de controle, além do histórico familiar da pessoa – fatores cada vez mais presentes na vida dos com menos de 40 anos – são apontados como os grandes responsáveis pelo aumento das estatísticas. Além desses fatores, também contribuem para um risco elevado de ter um infarto a insuficiência renal crônica, o uso de drogas como cocaína, crack e anabolizantes, além de doenças trombofílicas e autoimunes, como o lúpus.
Por essas e outras, precisamos rever urgentemente nossas prioridades e o que queremos colher no agora e no futuro.
Já existem pessoas que perceberam essa “roubada” e conseguiram adotar um estilo “low living” (um estilo de ser e viver mais tranquilo), com planejamento de prioridades e produtividade suficiente para garantir o ganha-pão, porém sem se atirar ao precipício e colocar tudo a perder.
“Ao mesmo tempo que temos avanços importantes na luta contra várias doenças, o Brasil ainda é o país mais sedentário dentre as nações da Organização Mundial da Saúde. Então, em breve, políticas que vão aumentar a participação da atividade física na promoção da saúde e na prevenção das doenças serão mais um dos pilares do SUS”, destacou o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da obesidade no Brasil aumentou 67,8% nos últimos treze anos, saindo de 11,8%, em 2006, para 19,8%, em 2018, segundo a última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Por outro lado, a prática de alguma atividade física no tempo livre por pelo menos por 150 minutos na semana aumentou 25,7% (de 2009 a 2018) no Brasil, saindo de 30,3%, em 2009, para 38,1% em 2018.
Com o intuito de estimular ainda mais o hábito da prática de atividades físicas e reduzir as doenças relacionadas ao sedentarismo entre os brasileiros, o Ministério da Saúde lançou, em 2011, o Programa Academia da Saúde. Atualmente existem 4.838 polos habilitados e 1.475 funcionando em 1.100 municípios.
E não podemos esquecer as questões da mente. “Mens sana in corpore sano” é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal. No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida: deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são!
Um estudo da Universidade de John Hopkins revelou uma possível explicação bioquímica por trás desta observação milenar.
Publicada na edição de 2014 da revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (Pnas), a pesquisa comprova que a mesma proteína já conhecida por atuar na saúde mental — como antidepressivo, melhorando a memória e o aprendizado, nutrindo os vasos sanguíneos e estimulando o crescimento de células nervosas — também tem um papel central em manter a vitalidade do músculo cardíaco.
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Experimentos realizados em camundongos mostram que a proteína — um fator de crescimento nervoso chamado BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro) — ajuda a manter a capacidade de as células musculares do coração contraírem e relaxarem corretamente. O resultados revelam ainda que a deficiência de BDNF pode levar a uma disfunção do músculo cardíaco, especialmente em condições de estresse físico crônico ou repetido do coração, como o treinamento de resistência ou a pressão arterial elevada.
Ou seja, tudo se conecta: corpo, mente e espírito, pois já é sabido que ter uma crença e dedicar um tempo para se dedicar a ela também traz não só benefícios psíquicos como físicos para o indivíduo. Temos que nos olhar de maneira holística: como um todo conectado.