“- Uma boa palavra auxilia sempre. Às vezes, supomo-nos sozinhos e proferimos inconveniências. Desajudamos quando podíamos ajudar. É preciso aproveitar oportunidades. Falar é um dom de Deus. Se abrirmos a boca para dizer algo, saibamos dizer o melhor. A pequena assembleia ouvia atenta a palavra de Sálus, o instrutor espiritual que falava pelo médium em uma reunião espírita.
– Não adianta repetir frases inúteis. E é sempre falta grave conferir saliência ao mal. Comentemos o bem. Destaquemos o bem. – Dentre todos os presentes, Belmiro Arruda, escutava em silêncio.
Decorridos alguns dias, Arruda, nas funções de pedreiro-chefe, orientava o término da construção de grande recinto. O enorme salão parecia completo. Tudo pronto. Acabamento esmerado. Pintura primorosa. – Experimentemos a acústica, disse o engenheiro superior. E virando-se para Belmiro disse: – Grite algo. Arruda, recordando a lição, bradou: – Confia em Jesus!… Confia em Jesus!…
O som estava admiravelmente distribuído. Os operários continuavam na sua faina, quando triste homem penetra o recinto. Cabeleira revolta. Semblante transtornado. – Quem mandou confiar em Jesus? – perguntou. Alguém aponta Belmiro, para quem ele se dirige, abrindo os braços.
– Obrigado, amigo! – exclamou. E mostrando um revólver: – Ia encostar o cano no ouvido, entretanto, escutei seu apelo e sustei o tiro… Queria morrer no terreno baldio da construção, mas sua voz acordou-me… Estou desempregado há muito tempo, e sou pai de oito filhos… Jesus, sim! Confiarei em Jesus!…
Arruda abraçou-o, de olhos úmidos.
O caso foi conduzido ao conhecimento do diretor do serviço. E o diretor visivelmente emocionado estendeu a mão ao desconhecido e falou: – Venha amanhã. Pode vir trabalhar amanhã.“
Esta narrativa consta do livro ‘A Vida Escreve’ do saudoso irmão Waldo Vieira.
Realmente, muito mais do que pensamos, nossas atitudes e palavras ecoam, por isso, é importante termos equilíbrio constante, pois, assim como influenciamos para o bem, podemos ser coniventes com o mal.
Jesus, certa ocasião, disse-nos que o mal é o que sai pela boca, referindo-se às palavras que muitas vezes são ditas sem pensar.
Quantas pessoas magoamos, às vezes sem querer, quando proferimos algum comentário desprestigioso?
A palavra contém uma energia que pode concorrer tanto para o bem como para o mal. Chico Xavier dizia: “Se não tivermos uma palavra que auxilie, é melhor ficarmos de boca fechada”.
Assim devemos perseverar, amigos.
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