Um dia destes, recebi no gabinete um colega, e após trocarmos ideias sobre determinado assunto, nos despedimos e fui abrir uma das portas da sala para sairmos, e ele, imediatamente, foi em direção à outra, postando-se para que eu a abrisse, informando que fora por ela que adentrara no recinto e, pelo costume, deveria sair por onde entrou. Em meio às risadas nossas, abri gentilmente e saímos.
Passados alguns dias, me veio à mente que existem pessoas que conservam costumes, rituais e até superstições. Mesmo quem não é supersticioso acaba dando alguma atenção a práticas que vêm do tempo de nossos avós.
Lembro de, por exemplo, não andar caminhando de costas; não deixar chinelo virado ou porta do guarda roupa aberto; não mentir; jurar em falso, não passar por baixo de escadas, pois estas atitudes acarretariam algum acidente ou até tragédia.
Evidente que tais conselhos contemporâneos faziam parte de estratégia para que nós, quando crianças, tivéssemos alguns cuidados, caprichos e até princípio moral, o que ao longo dos tempos foi ficando no esquecimento e acabou não sendo passado mais de pai para filho, até porque as crianças hoje estão mais evoluídas e já não acreditam no que acreditávamos.
Mas quem na época de criança se deparou com tais alertas, e embora adulto não acredite mais, sempre dá uma atenção especial quando se vê em meio a acontecimentos relacionados, como por exemplo: tiramos o chinelo e se este cair virado, nos vem à mente imediatamente o que nos disseram, e acabamos desvirando o calçado, mesmo que não acreditemos nas ditas consequências.
Somos condicionados a fazer as coisas certas, afinal, as leis de Deus estão em nossa mente, e se praticamos alguma transgressão é por negligência de não refletirmos, e não termos paciência de nos questionar sobre o certo ou errado.
Quando nascemos somos espírito em evolução, e vamos ao longo do tempo adquirindo experiências, e embora possamos ter a tendência para o errado, às vezes em razão do meio que nascemos ou vivemos, tem algo muito importante que o Criador nos possibilitou, que é o livre arbítrio, capacidade que temos de seguir o caminho correto ou errado. Somos dono de nossas atitudes. Não podemos culpar outrem pelos nossos equívocos.
Você também pode gostar de:
- Estrada Iluminada – Mudanças repentinas
- Estrada iluminada – A água tem sede
- Estrada Iluminada – Embates de outras vidas
Por isso, é importante que nunca deixemos de nos reportar aos chamamentos dos nossos antepassados. Eles sabiam com muita sutileza a maneira de nos alertar para os perigos a que estávamos sujeitos.
Quem sabe se o ato de sair pela mesma porta à qual adentramos no recinto, não esteja relacionado à segurança de nosso retorno a qualquer local que penetramos!
Se o costume de sair pela mesma porta não nos causar nenhum constrangimento, por que não o praticar?