Como é difícil escolher a profissão. A ideal é o que fará você feliz. Mas, isso é tão óbvio quanto subjetivo. Você pode se identificar com várias atividades. Analisar sua história de vida ajuda bastante. Em quais matérias você ia bem na escola? Humanas, exatas ou biológicas?
Quem sempre adorou ler e redigir textos pode ser um jornalista, advogado ou professor. Ter facilidade com números pode ser um economista, engenheiro ou físico. Fãs de biologia têm enfermagem, biologia e biomedicina.
Porém, não escolha um curso para escapar de uma disciplina. Fazer algum curso relacionado à comunicação para fugir de matemática é roubada. Marketing, por exemplo, tem matemática financeira em sua grade curricular. Outra questão a ser analisada é a modalidade do curso.
O bacharelado oferece ampla área de atuação. A licenciatura é voltada para docência. O tecnólogo possui tempo de duração menor, é mais específico e permite entrar mais rapidamente no mercado de trabalho.
A opinião ou pressão familiar é uma dose a mais de dificuldade. Os pais querem que os filhos escolham carreiras com fácil empregabilidade. Famílias com tradição em determinadas profissões querem a continuidade.
O pai que é advogado quer que os filhos sejam advogados. A mãe que é administradora quer que os filhos sigam esta carreira. Quem “ousar” fugir das tradições familiares compra briga feia. Quem segue a trilha corre o risco de ser infeliz na profissão e, principalmente como pessoa.
Os sites das universidades contêm as grades curriculares. Vários sites são dedicados às dúvidas de quem ainda não escolheu a carreira. Estes também trazem um panorama sobre o perfil sobre os recém-formados.
Salários, jornada de trabalho, facilidade/dificuldade para entrar no mercado são amplamente discutidas. Sites de consultorias de recursos humanos, páginas no Facebook e redes sociais específicas para empregos ajudam quem acabou de se formar e quem já trabalha em sua área de formação.
Os primeiros anos como profissional são complicados. Muitos acabam em funções que não têm nada a ver com sua formação. Os poucos que atuam em suas áreas tornam-se “faz tudo” e ganham pouco. Os dois cenários são frustrantes e desesperam os profissionais.
Eles fazem cursos, participam de vários processos seletivos, entretanto, não conseguem conquistar empregos satisfatórios. O tempo passa e a situação fica ainda mais difícil. O que muitos ainda não sabem, ou ignoram é a importância do networking.
Especialistas em recursos humanos atestam sua importância. O site americano collegerecruiter.com indicou que 80% das vagas são preenchidas por intermédio do “QI”, o famoso quem indica. O networking é uma rede de contatos que poderão colocá-lo em contato com pessoas importantes à sua carreira. A prática é uma indispensável ferramenta de marketing pessoal.
Max Gehringer administrador de empresas e autor de livros sobre carreiras e gestão esclarece que o networking é “uma questão de paciência e não urgência”, você não deve entregar seu currículo após conhecer a pessoa. É preciso estabelecer uma rede eficiente de contatos. Ter um milhão de amigos no Facebook ou milhões de conexões no LinkedIn não é suficiente. Lembre-se sempre, quantidade nem sempre é qualidade.
O networking não é para ser feito apenas durante momentos difíceis. Aproximar-se das pessoas apenas quando precisa mostra que você é interesseiro. Todo mundo sente quando há um cheiro de interesse e falsidade no ar. Especialistas em recursos humanos afirmam que o networking é uma troca. Você precisa agregar valor a sua rede para ser ajudado. Achou tudo isso muito óbvio? E é mesmo. Se a sua carreira está estagnada confira dicas de como fazer networking.
- Utilize redes sociais: Com as redes sociais é fácil encontrar pessoas. Amigos do colégio, faculdade ou de outros empregos poderão colocá-lo em contato com profissionais da sua área de atuação.
- Seja alguém interessante: Muitas pessoas falam que não têm assunto. Cá entre nós, isso é desculpa esfarrapada. Vivemos na era da informação. Leia diferentes livros, revistas e sites, assista e ouça variados telejornais e rádios de notícias. Estar atento ao que acontece no mundo é fundamental para ter bons assuntos para debater. Conhecer as tendências sobre sua profissão é a cereja do bolo.
- Professores: Estreite relações com professores. A experiência profissional e de vida podem ampliar seus horizontes. Durante o curso, converse com ele após a aula. Após o término, mantenha contato regularmente. Eles podem ajudá-lo a conseguir um bom emprego ou colocá-lo em contato com pessoas ligadas a grandes projetos.
- Reencontre amigos: Ou então colegas de classe e de trabalho. Se a pessoa propuser um almoço, um drink, cinema não recuse e mantenha contato. Mas, atenção, não leve seu currículo para os encontros. Networking é uma relação delicada, um passo em falso e tudo vai por água abaixo. Aos poucos o assunto emprego vai surgir. Se a pessoa perguntar sobre sua situação, fale da dificuldade, porém, não peça nada. Caso a pessoa pedir, envie seu currículo, agradeça e coloque-se à disposição para ajudar quem demonstrou interesse pelo seu problema.
- Familiares: Caso alguém trabalhe na mesma área que você, pergunte sobre o cotidiano e troque informações. Verifique a possibilidade de visitar o local de trabalho dele.
- Saiba quem são suas “superconexões”: Caso o amigo ou familiar tiver inúmeros contatos ele é uma “superconexão”. Filtre quem são os contatos do seu amigo e veja quem está próximo da sua área de atuação. Jamais recuse oportunidades de encontrar as conexões que seu amigo possui. Siga os mesmos passos anteriores. Converse sobre tudo, não leve seu currículo, não peça nada, envie seu currículo caso solicitado.
- Fale sobre si: Venda seu peixe. Fale sobre suas atribuições, o que já produziu, cursos realizados e, principalmente sobre seus resultados. Mostre que é uma pessoa qualificada e pronta para assumir novos desafios profissionais. Fale sobre você, contudo, deixe a outra pessoa falar também. Muito cuidado para não menosprezar quem não está no mesmo patamar intelectual que o seu.
- Como ser agradável: Uma pessoa amável e curiosa sempre é lembrada. Mostre que está entusiasmado com o encontro e faça perguntas. Respeite as diferenças e jamais fale mal dos outros. Nem tente apropriar-se de contatos ou ideias.
- Fazer networking é caro: Networking é sair da toca. Sair para tomar um drink, comer fora e ir a festas custa dinheiro. Reserve parte do orçamento para tais situações. Dessa forma, você não é pego desprevenido e poderá aproveitar oportunidades.
- Três questões fundamentais: Ao final do encontro, três perguntas precisam ter sido respondidas “como posso ajudá-lo?”, “quais ideias você tem para mim?”, “quem mais você conhece que eu deveria falar?”. São questões fundamentais para determinar se a reunião foi produtiva ou não.
- Faça favores: Você conheceu pessoas importantes, conversou e conseguiu seus dados de contato. Mas, como dar continuidade ao networking? Pense no que a pessoa precisa e faça isso por ela. Se sua conexão estiver procurando um livro há bastante tempo e você tem mais de um exemplar, ofereça-o. Este gesto não passará em branco.
- Forme comunidades: Ligue, use aplicativos de mensagem e encontre-se regularmente com suas conexões. Tome a iniciativa e convide para almoços, jantares e drinks. Manter contato é mostrar que você se interessa pelas companhias, e não apenas no que elas podem oferecer.
- Construir uma rede sólida de contatos é uma arte: Você treme nas bases durante encontros informais? Começa a suar frio só de pensar em reuniões destinadas exclusivamente para networking? Reunimos algumas dicas que tornarão esses eventos super proveitosos.
- Preparativos: Saiba quem estará no evento. Pesquise informações sobre as pessoas. Esteja por dentro das tendências da sua área de atuação. Reúna alguns pontos para fazer a abordagem. Pense em possíveis questionamentos e formule respostas. Caso o evento tiver coffee break ou almoço, aproveite as situações para estabelecer sua rede de contatos.
- Deixe o celular para depois: Checar atualizações e mensagens fará você perder oportunidades. Uma pessoa interessante, decisiva para sua carreira pode não puxar conversa, por achar que está envolvido em algo muito importante. Foco total nas pessoas que estão ao seu redor. O celular deverá ser usado apenas em casos de vida ou morte.
- Abordagem: Se for possível, apresente-se diretamente. Diga seu nome, onde trabalha e o que faz. Jamais se esqueça do sorriso e o aperto de mão firme. Caso seu alvo esteja conversando, a aproximação deve ser aos poucos. Encontre um gancho e converse com todos. Se estiver ao lado de um colega, melhor ainda, aproveite para falar sobre a importância das parcerias.
- A conversa: Pergunte sobre o evento ou algo relacionado ao trabalho. Caso a resposta for vaga, pense muito bem sobre como dar continuidade. A pessoa foi receptiva? Pergunte sobre a trajetória, algo que poucas pessoas questionam. Pergunte também sobre o futuro da área de atuação de vocês. Aproveite para pescar características pessoais. Esteja atento a linguagem corporal.
- Movimente-se: Não desista. Circule pelo local, com certeza encontrará outras pessoas relevantes. Quem sabe não consegue falar com aquela pessoa em outro horário? Tenha uma coisa em mente, se não conversar com ninguém, algo deu muito errado.
- Invista em quem interessa: A pessoa pode ser simpática, mas, se o contato não estiver alinhado aos seus objetivos (parcerias de negócios ou sociais) pode ser perda de tempo. Um aperto de mão e um “até mais” são boas saídas para encerrar a conversa.
- Conversar com chefes: Nem pense em fugir de pessoas que possuem cargos altos. Prepare antes um guia sobre o que vai falar. Fale seu nome, em que trabalha, o que gosta e o que pretende fazer. Converse por no máximo cinco minutos e faça uma “saída estratégica”. Termine a conversa com um “Foi um prazer conhecê-lo. Você certamente tem várias pessoas para conversar e não quero atrapalhar. Até logo”. Isso demonstra que você não é inconveniente e sabe que o tempo é algo valiosíssimo para ser desperdiçado com assuntos irrelevantes.
- Solicitar reuniões por e-mail somente para apresentar projetos. Deixe claro que você não tomará o tempo da pessoa, e deixe a cargo dela escolher a data. A mensagem deve ser clara e objetiva, para não cansar quem receber o e-mail.
- Classifique os contatos: Reúna os contatos em grupos: parceiros, fornecedores, potenciais clientes e clientes. Envie um e-mail para cada um em agradecimento pela conversa. Não envie a mensagem na segunda-feira, pois, é um dia muito atribulado. Na sexta às 6 da tarde também não. Não esqueça a sua apresentação. Onde trabalha, o que faz, local onde conheceu a pessoa e o que conversaram. Aproveite a oportunidade e agende uma reunião (caso tenha sido previamente acordada). Você também pode solicitar uma visita à empresa. Mas, atenção, envie apenas mensagens que sejam relevantes para ambos. Respeite a agenda dos seus contatos.
- Redes sociais: tire o melhor delas: Tem perfil no LinkedIn? Conecte-se a quem conheceu no evento. Descubra quais grupos no Facebook eles seguem. Boa estratégia é curtir a página do cliente em potencial. Gostou muito de uma determinada palestra? Siga o blog, página ou perfil do palestrante. Muito cuidado com erros de português, eles colocam tudo a perder. Fotos também exigem cautela. Poses e roupas ousadas causam péssima impressão.
- Fazer um networking eficiente não é fácil e leva tempo. No começo você vai dar alguns tropeços, mas com persistência encontrará o caminho. Todo relacionamento possui regras e no networking não é diferente. Vamos relembrar algumas?
Não procure as pessoas apenas quando precisar
Acumule capital cultural, leia, vá ao cinema, teatro
Entenda e respeite as diferenças entre as pessoas
Não fale mal de ninguém, nem espalhe boatos sobre pessoas ou empresas
Não roube contatos e ideias
O networking é uma troca. Os envolvidos trocam informações diversas e todos ganham. Você conhece pessoas com mais experiência. Seus contatos encontram novas visões sobre os negócios. Porém, não é uma mera oportunidade para alcançar seus objetivos. O networking é uma relação sólida, seus contatos precisam sentir que você se importa com eles além dos negócios.
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Saber aliar caráter e necessidade é o segredo. Estar desempregado ou trabalhar em uma função maçante não é desculpa para se aproveitar dos outros. Você não gosta quando se aproximam de você por interesse, então, não faça o mesmo. Trate as pessoas como você gostaria de ser tratado.