Rendição não é uma palavra bem-vinda ao ego, porque conota fracasso, perda de controle, passividade, fim de poder.
Em um contexto de ganhar e perder, a rendição expressa vergonha, uma atitude indigna.
Mas se você quer atingir a plenitude não no mundo “lá fora”, mas no mundo “aí dentro”, você terá fatalmente que render-se.
Ser pleno significa render-se, abrir mão da forma como se enxerga, abrir mão da forma como enxerga o outro, render-se à vida, render-se a cada manhã.
Olhar para tudo e dizer: “Ok, estou aqui para que tudo flua de mim, sem esperar que a vida me dê algo”. A vida não te deve absolutamente nada; ela já te deu tudo.
Render-se é deixar as máscaras, cair resistências, cair opiniões, cair o medo de ficar sem dinheiro, sem amor, sem juventude, sem amigos.
Render-se é se despir numa plateia rodeado de pessoas vestidas; é se entregar ao desconhecido, ao fracasso, ao medo, à exposição, à crítica.
Render-se não é passividade, apatia nem fuga.
Render-se é acreditar na vida, acreditar em si, acreditar que tudo está certo, que o melhor está acontecendo e que você não tem o controle.
Não me refiro apenas à rendição psicológica, mas também à física, ao seu corpo, que se torna mais duro e mais rígido conforme a sua rigidez e as resistências que você carrega ficam tensas, se contraem. Será que suas dores na coluna, nos joelhos, nas pernas e nos ombros são apenas consequências de esforços físicos?
A energia presa por causa de emoções não vividas, não sentidas e não liberadas acabam por se alojar em determinadas partes do corpo, trazendo bloqueio de energia e, consequentemente, dores e doenças.
Você também pode gostar
O exercício físico, assim como determinadas formas de terapia, podem ajudar, mas se não praticarmos a rendição dia a dia, não veremos mudanças.
Renda-se mais nas pequenas coisas do dia a dia e você verá a magia acontecer… Aquilo que você mais teme é o que pode ser entrada para uma vida mais livre e mais real, mesmo nas suas dores, afinal a vida é tudo isso…