Há tempos busco saber quem sou, observando as frestas mais escondidas de mim mesma. Muitas vezes acho que me escondo. Vezes essas em que a minha própria presença se torna insuportável por causa do peso de não saber quem sou.
Mas mesmo assim eu insisto, preciso encontrar uma saída para esse sufocamento que sinto no meu peito. Mesmo sabendo que não preciso de nada, de ninguém para ser mais feliz, ou mais triste, insisto em iludir-me que o olhar exterior de alguém fora de mim possa me dar o colo de que eu preciso.
Recentemente tenho observado a minha presença real, aquela que ainda está acordada quando eu estou dormindo. E vejo que, nessa presença de mim mesma, há lucidez e paz. É como se eu pudesse, enfim, nessa presença consciente de mim mesma, sucumbir e aquietar-me.
O problema é que apenas vejo esse meu lado de relance, ele não aparece sempre, está indisponível ao meu chamado. Apesar de eu saber que está ali, nunca partiu, nesses momentos de ansiedade e medo, essa presença se faz sombra. E eu não a encontro.
Mas como em uma posição de yoga, em que a permanência na dor, no desconforto, acaba trazendo um silêncio reconfortante, eu me permito permanecer na dor, me permito respirar mais uma vez e, então, localizar a chave que abre a porta para o “Eu Sou” que faz parte de mim.
Lucidez. Peço apenas lucidez. Quero ver a verdade, não há lugar em mim para mais ilusão.
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Eu Sou o sagrado de mim mesma, preciso tomar conta de mim por inteira e desaguar na possibilidade de cura. Estou pronta para ver, lentamente posso ver o invisível. Segura em minha mão, Eu Sou, e mostre-me um pouco de luz.