O céu é o limite! É o dizem algumas pessoas se referindo ao fato de que vivemos em um tempo onde tudo parece possível.
Mudar a cor do cabelo ou o formato do nariz é certamente possível, conversar com outra pessoa que esteja do outro lado do mundo no momento em que decidirmos fazê-lo também é algo fácil de se conseguir, assim como fazer compras pelo computador e pedir comida por telefone.
Vivemos em uma época onde a lista de atividades do dia costuma extrapolar a quantidade de tempo disponível, então vamos acumulando tarefas, compromissos e é chegado o momento onde esse excesso não tem mais lugar e transborda. Não é de impressionar, por exemplo, os dados recentes da Previdência Social, que revelam que transtornos mentais e comportamentais são a terceira causa de concessões de auxílio-doença. Dentre as causas de afastamento estão a depressão, os transtornos ansiosos e reações ao estresse grave.
Parece difícil resistir às determinações de um mundo que respira produtividade, funcionalidade e adiantamento, e que nos cobra o tempo todo por isso, uma vez que tendemos tornar essas determinações como verdades absolutas.
Podemos ver na rotina das crianças, que desde bem pequenas já estão cada dia mais ocupadas. Muitas delas, além da escola regular, realizam ainda cursos e atividades extras.
Parece que todos estamos de alguma forma envolvidos com esses excessos que acomete uns mais, outros menos, mas perpassa por todos.
A grande marca do mundo contemporâneo é o desconhecimento da medida!
Queremos tudo, a todo tempo e a qualquer momento. Parece que não nos é possível esperar ou nos dar conta de que nem tudo é possível para todos.
Parece não haver limites para conquistar a independência, para garantir as melhores oportunidades e assim garantir o futuro. Mas precisamos refletir sobre o fato de que ainda que possamos fazer escolhas, há a vulnerabilidade do existir, onde algo sempre nos escapa.
Limite do modo que estou tratando não está afinado com falta de potência, mas tem a ver com alegrar-se com o possível.
Não é uma crítica pura aos excessos, é a descrição do nosso tempo!
Somos levados pela ânsia de estar adequados com uma sociedade desmedida e sem limites. Mas, podemos acompanhar o mesmo ritmo o tempo todo? Até que ponto devemos estar tão afinados ao mundo?
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Refletir sobre as determinações do mundo e o modo como estamos dispostos a nos relacionar com ele é muito importante, pois cada um tem sua medida, tem seu limite e sabe ou poderá descobrir como cuidar disso para que a vida seja mais leve!
“Quem não pode o que quer, queira o que pode.”
Leonardo da Vinci