Quando em 2004 houve um dos mais devastadores tsunamis da nossa história, conta-se que, horas antes do fatídico momento, inúmeros animais correram para bem longe do local onde aconteceria tal tragédia e, para a surpresa das autoridades, nenhum foi encontrado no local. Será que eles teriam um sexto sentido mais apurado do que os humanos?
Pessoas conhecedoras da espécie e que trabalham na proteção de tigres na Sumatra, revelaram que também não ficaram surpresas ao saberem que não os encontraram no local. Contaram que, além desses animais terem uma boa audição, também deve ter acontecido uma mudança na pressão do ar, os alertando e fazendo-os correr para um local mais seguro. Aves e outras espécies também perceberam algo de estranho e, fazendo o mesmo, salvaram as suas vidas.
Certa vez, conversei com um rapaz que passou cerca de dez anos de sua vida fazendo um trabalho na selva amazônica. O relato que teve nessa experiência me presenteou com um grande e importante aprendizado, ou reaprendizado que divido com vocês:
Conta que, logo ao chegar na Amazônia, foi conduzido por um guia local pelo meio da mata até chegar no lugar onde o seu trabalho seria realizado. Num primeiro instante, ao se deparar com a imensidão da selva, ficou totalmente apavorado e com muito medo de ser atacado por algum animal selvagem. Mas, exatamente em meio a todo esse primeiro impacto, ele recebe a informação crucial que literalmente lhe salvou a vida nas diversas vezes em que posteriormente necessitou se proteger. O tal guia o alertou de que a partir de sua entrada na selva, os seus sentidos interiores teriam que ser altamente ativados, ouvidos e muitíssimo levados a sério. Ou seja, ele deveria ter uma escuta e uma espécie de percepção de um modo bastante diferente do usual. Para que tudo desse certo, teria que perceber o chão, o vento nas folhas, o clima e os mais sutis sinais da natureza – totalmente antenado e, simultaneamente, em comunhão com os recados que a sua máquina biológica lhe alertaria para a sua proteção imediata de sobrevivência. Em pânico, imaginou que isso seria impossível de ser realizado, uma vez que estava desacostumado a prestar atenção nesses tipos de sinais e detalhes, e também porque jamais havia se deparado com uma selva tão imensa assim. Apenas tinha conhecimento através de livros, filmes e reportagens. Apesar da certeza momentânea de que fatalmente não duraria vivo por muito tempo naquelas bandas, inesperadamente algo de surpreendente aconteceu. Já com a sua autoescuta ativada, mais do que rápido se deu conta de que sim, os seus sentidos interiores de absoluta proteção sempre estiveram presentes e que apenas não havia prestado suficiente atenção neles, até aquele instante. Com o passar do tempo, revela que ter vivenciado essa experiência inicial levando-a a sério o mudou por completo, mas não só na selva. A partir disso, percebeu-se mais atento em todas as áreas de sua vida. Como um dos principais resultados transformadores, a sua assertividade e segurança pessoal ampliaram-se de modo surpreendente, desenvolvendo clareza em suas escolhas, no que é melhor para si mesmo e em seus rumos de vida.
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Quanto mais despertos, melhor!