Quando os filhos solteiros, que moram com os pais, ficam muito em casa, mais especificamente trancados no seu quarto sem ter vida social ativa, os pais começam a ficar preocupados e comumente falam:
— Filho, você está ficando muito em casa, só sai para trabalhar. Você deveria sair com os amigos para se divertir, distrair um pouco a cabeça.
Mas quando ocorre o oposto, filhos que não param em casa, do trabalho já vão encontrar com os amigos, passam os finais de semana nas festas e na casa dos amigos, os pais têm uma conversa diferente:
— Filho, fique um pouco em casa, você precisa interagir com sua família, estamos sentindo falta da sua presença.
Antes da pandemia, conversas como essas aconteciam com frequência, em que pais aconselhavam os filhos a buscarem o caminho do meio, sem extremos. E agora, pais convivendo com filhos solteiros em tempo integral todos os dias, como estão esses relacionamentos?
Já ouvi filhos falarem que os pais idosos não respeitam as regras da quarentena e querem sair de casa desnecessariamente e com frequência, gerando discussões acaloradas sobre o assunto, estresse e preocupações para os filhos. Será que esse filho trocou de papel com os pais? E os pais também inverteram as posições, foram para o lugar de “filhos pequenos” precisando ser orientados pelos “pais”?
Noutro conflito estão os filhos solteiros que moram sozinhos e lamentam que os pais telefonam constantemente para se certificarem de que o filho está em casa cumprindo rigorosamente a quarenta:
— Me tratam como se eu fosse uma criança, que não sabe ao certo o que fazer. Desabafa um filho.
Quer você esteja solteiro e morando com os pais ou na residência própria, o que menos se quer nesse momento é aumentar o nível de estresse com discussões dentro da família. Uma vez que pensamentos e sentimentos negativos criam mensageiros químicos que viajam pelo corpo e afetam os órgãos e o sistema imunológico, podendo causar danos ao corpo físico, bem como aos outros.
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E como conviver de forma saudável? Ao menos na maior parte do tempo.
De acordo com a constelação familiar, quando cada membro do sistema familiar exerce o seu papel, fica no seu lugar de direito, há ordem — filho no papel de filho e os pais no lugar dos pais. Se a desordem é estressante e pode levar ao caos, a ordem contribui para que a vida flua de forma saudável.
Filho adulto solteiro, morando com os pais, precisa se comportar como adulto que cuida da própria vida, mas sem tornar-se “pai” dos pais. Se essa relação é muito conflituosa, que tal começar a pensar em voar desse ninho? Ser grato por tamanha serventia que ele teve, mas agora como adulto, criar seu próprio ninho.
E quando o filho já está no seu próprio ninho, mas parece que os pais não acreditam que ele seja capaz de voar sozinho? Esses pais demonstram estar emaranhados com o passado, com seus pais ou seu sistema familiar.
Sente-se à mesa no seu lugar, assim como na vida, fique no seu lugar de força e exerça a sua função. Centre-se em si para permanecer no seu lugar e estar consciente, caso alguém tenha a intenção de trocar de lugar com você, logo notará. Pratique respiração consciente, medite, diminua os julgamentos, seja grato pela sua família, sua história e pela fase de solteiro. Conecte-se com sua força interior e viva intensamente, mas de forma equilibrada.