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Filofobia: o que é o medo de amar?

Mulher reijeitando um homem beijando a mão dela
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Escrito por Eu Sem Fronteiras

O amor é, certamente, uma das experiências mais profundas pelas quais podemos passar na vida, não é mesmo? O amor pode fazer sorrir, pode fazer chorar. Pode ser o motivo da felicidade, mas também causador de tristeza. Enfim, profundo como é, o amor pode assustar muita gente, e a verdade é que medo de amar realmente existe e tem nome: filofobia!

Apesar de parecer uma coisa distante, bastante gente sofre com essa condição — e ela aparece até mesmo na ficção. Na novela “Além da Ilusão”, da Rede Globo, por exemplo, a personagem Isadora Tapajós sofria com a filofobia e sempre se esquivava de realmente se entregar a um relacionamento.

Na música, a filofobia também é inspiração. Na canção “Never be like you”, que estourou em 2016 na voz do músico australiano Fume, por exemplo, o eu lírico já começa assim nos primeiros versos: “O que eu faria para tirar este medo de ser amado… É como uma lealdade à dor”.

Mas o que é a filofobia? Por que as pessoas passam a ter medo de amar? É possível tratar essa condição? Descubra neste artigo!

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Definição

O nome “filofobia” vem de uma junção de duas palavras gregas: “philo”, que significa “afeição”, e “phobia”, que significa “medo”. Portanto a filofobia, segundo sua definição, seria um medo da afeição, seja de dar ou de receber.

Um homem e uma mulher com os olhos tapados pela mão rejeitando algo com a mão
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O que é a filofobia?

Em resumo, a filofobia é um medo irracional de se apaixonar ou de ver alguém apaixonado por si. Então a pessoa com essa fobia evita criar laços emocionais e, se percebe que eles estão sendo criados, prefere muitas vezes encerrar a relação porque a angústia que sente pode ser bastante extrema.

De certa forma, todos nós temos algum receio da paixão e do amor, visto que, sendo uma experiência profunda, pode nos machucar, bagunçar nossa vida, entre outras consequências que quem sofreu com um coração partido conhece bem. Mas essas são as “borboletas no estômago” que a maior parte de nós sente diante do desconhecido de uma nova paixão.

Para as pessoas com filofobia, não existe aquele ditado: “Se sentir medo, vai com medo mesmo!”. Elas sofrem sintomas que são terríveis e que podem destruir seu bem-estar e sua saúde física e mental. Confira como se manifestam os sintomas da filofobia.

Pavor das borboletas

A mera ideia de se apaixonar ou a percepção de que está apaixonada ou se apaixonando pode fazer uma pessoa que sofre com filofobia ter sintomas físicos e psicológicos. Além disso, se não tratados, esses sintomas podem evoluir para outros problemas, como depressão, síndrome do pânico e transtorno de ansiedade generalizada.

Confira uma lista dos sintomas mais comuns da filofobia:

— Crise de choro: diante da ideia ou da percepção de uma paixão, a pessoa pode ter crise de choro e desespero por se ver nessa situação;
— Crise de pânico: tremores, sensação de sufocamento, taquicardia, entre outros sintomas que caracterizam uma crise do pânico, pode acometer essas pessoas, especialmente se estiverem perto da pessoa relacionada à paixão;
— Muita ansiedade: a ansiedade desmesurada vem da sensação de não saber o que fazer, de não controlar o que está sentindo e do arrependimento de ter se colocado na relação, por exemplo;
— Angústia: sensação de estar extremamente deprimido, como se estivesse vivendo uma situação absurdamente horrorosa e catastrófica;
— Isolamento social: a pessoa pode acabar evitando convívio com outras, bem como pode não frequentar determinados ambientes e se expor a algumas situações, sobretudo se envolverem a pessoa relacionada a essa paixão;
— Outros sentimentos e sensações, como tontura, medo irracional, náuseas, falta de ar, batimentos cardíacos acelerados e sudorese.

Mulher com as mãos no rosto triste
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Traumas

A maior parte das pessoas que sofrem com filofobia acabam desenvolvendo esse problema por causa de traumas. Quando esses traumas sofrem um gatilho, que é a paixão, ou mesmo a ideia da paixão, o evento acaba trazendo à tona os sintomas.

Entre os traumas, podemos citar:

— Famílias ausentes: normalmente, a primeira referência de carinho, afeto e amor que temos é da família. Quando a relação com a família não inclui nada disso ou existe alguma distorção nessas questões, a pessoa pode não “aprender a amar”, o que se torna um sofrimento.

— Famílias agressivas: se ausência de carinho já pode causar filofobia, imagine excesso de agressividade e/ou violência, como ofensas, agressões físicas e violência psicológica. Isso pode criar a referência de que as pessoas que dizem que amam são aquelas que agridem.

— Corações partido: algumas pessoas são mais sensíveis para lidar com términos de relações, especialmente quando esses términos abalam a estrutura de suas vidas, aí pode nascer o medo de amar novamente.

— Relacionamentos tóxicos: assim como um núcleo familiar disfuncional e violento pode causar filofobia, caso uma pessoa associe relações amorosas, românticas e sexuais à violência, à agressividade, à ausência, à ansiedade, entre outras sensações, podem acabar desenvolvendo a filofobia.

— Abusos sexuais: situações de abuso sexual, especialmente na infância e na adolescência, podem criar a crença de que momentos de intimidade são, na verdade, situações de incômodo e violência, desencadeando a filofobia.

Muitos outros traumas podem causar esse problema, até mesmo coisas menos graves do que um abuso sexual, como um relacionamento à distância malfadado (imagine encontrar alguém e quebrar todas as suas idealizações), uma amizade ou um relacionamento de longa data que acaba repentinamente, e assim por diante.

Outras causas da condição psicológica

Como é um problema muito individual, as causas dele podem variar bastante. Outro exemplo comum é o das pessoas que frequentam ambientes religiosos nos quais os líderes religiosos pregam que momentos de intimidade devem ser evitados a todo custo, por serem errados. Portanto a pessoa cristaliza em sua mente essa ideia.

Quando uma pessoa flagra, na infância, uma traição do pai ou da mãe, por exemplo, que pede sigilo para que o casamento não seja destruído, isso pode estimular desde cedo a ideia de que não é possível confiar em pessoas num relacionamento amoroso.

Traições também podem gerar filofobia, pois o trauma e o impacto na autoestima e no amor-próprio podem ser tão grandes que estimulam na pessoa o sentimento de que elas não merecem amor de verdade.

Homem sozinho com um fecho de luz em cima dele
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E a vida social?

Além do corpo ser afetado pelos sintomas físicos, a vida social das pessoas com filofobia é profundamente prejudicada. Sim, uma pessoa tem todo o direito de não querer namorar ou se relacionar afetivamente. Isso é saudável desde que seja uma escolha, não uma opção induzida por medo, dores e traumas…

Então a pessoa que sofre com isso se vê privada de relações íntimas, de uma vida sexual saudável, da criação de laços afetivos que são comuns, entre outras consequências, como nunca confiar em ninguém, evitar ter conversas mais profundas e por aí vai.

Tratamento

A filofobia tem cura. Com a ajuda de uma psicoterapia, a pessoa que sofre com esse problema vai conseguir investigar quais são as causas dele, de que maneira ele atrapalha a vida e o que é possível fazer para desconstruir esse medo de amar.

Medicamentos podem ser administrados para combater os sintomas do problema, como as síndromes do pânico e a angústia. Porém o tratamento da filofobia não é, normalmente, médico — e sim psicológico, de mudanças de crenças e de comportamento, por isso as consultas com um profissional da psicologia são essenciais.

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Enfim, o medo de amar existe e pode impedir algumas pessoas de viverem uma vida plena, pois o amor faz parte da nossa caminhada. É possível curar isso por meio de uma psicoterapia que ajuda a entender origens, consequências e soluções para esse problema.

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