De acordo com uma pesquisa realizada no ano passado, cerca de 25% da população tem ou já teve fobia de alguma coisa. A doença geralmente costuma ter longa duração, provocando inúmeras reações físicas e psicológicas comprometendo diretamente a qualidade de vida da pessoa.
A fobia consiste em um medo inconsciente de um determinado animal, objeto, atividade ou qualquer outra coisa que represente pouco ou nenhum perigo explícito, mas que mesmo assim desperta pânico e ansiedade extrema. Diferente do medo, que surge geralmente como resposta a algum perigo ou situação de ameaça, a fobia não condiz com o perigo que tal coisa possa oferecer e a única lógica para explicar tal problema é a presença de um sistema inconsciente que vive dentro da mente humana, trabalhando de forma independente do racional.
Hoje, com o avanço dos tratamentos psicológicos e uso de medicamentos o problema pode ser amenizado ou curado com mais facilidade. E é por isso que o número de pacientes que possuem algum medo patológico tem aumentado consideravelmente nas clínicas. Para detectar se seu medo é comum ou é fobia existem algumas maneiras de diferenciação: a fobia não possui causa específica; não tem base na realidade concreta; provoca ansiedade fora do comum geralmente acompanhada de sintomas físicos como suadores e falta de ar; além de que o paciente tem consciência de que o medo que ele sente é absurdo.
Causas e fatores de risco
A fobia não possui uma causa específica, mas pode estar relacionada a históricos familiares ou algum trauma sofrido no passado que ainda não foi superado.
- Idade
A fobia geralmente surge na infância, mas não elimina a possibilidade dela aparecer ao longo da vida, geralmente até os 35 anos de idade.
- Histórico familiar
Se alguém da sua família tiver fobia de alguma coisa, a possibilidade de você desenvolver a mesma fobia aumenta. De acordo com especialistas, uma criança pode ter pânico de alguma coisa por ver a reação dos pais ou parentes diante da situação.
- Temperamento
As pessoas mais tímidas e com dificuldade para se relacionar socialmente estão mais tendenciosas a crises de pânico.
- Traumas
Passar por um problema mal resolvido ou uma situação marcante é um dos quesitos mais propícios para desencadear a fobia.
Sintomas
Os sintomas são diferentes de acordo com a fobia. Mas, algumas características estão presentes independentes do caso:
- Medo incontrolável diante de alguma situação que apresenta pouco ou nenhum perigo.
- Obrigação de evitar alguma situação, pessoa, animal, objeto ou o que te aflige.
- Problemas para encarar a vida devido a este medo.
- Ter ciência de que o medo é exagerado e ainda assim não conseguir controlá-lo.
- Reações como suadores, falta de ar, ansiedade, tremedeira e taquicardia.
Possíveis complicações
- As pessoas que possuem fobia estão mais sujeitas a desenvolver depressão.
- Dependência química, vícios como cigarros e álcool, além de uso excessivo de medicamentos.
- Mais chances de cometer um suicídio.
- Isolamento social.
Ajuda médica
Se o medo estiver comprometendo a qualidade de vida é preciso buscar ajuda especializada, os mais indicados para detectar a fobia são: psiquiatras, psicólogos, neurologistas e pediatras.
O diagnóstico é feito por meio do lado clínico, não existe exames para detectar a doença. Para que o problema seja tratado como fobia é preciso se enquadrar em critérios estipulados pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, publicado pela Associação Americana de Psiquiatria.
Durante a consulta o médico fará uma série de perguntas, como:
- O medo aumentou com o passar do tempo?
- Você considera seu medo comum ou desproporcional?
- O que as outras pessoas dizem sobre o medo que você sente?
- O que te faz ter medo?
- Quais os sintomas que você apresenta quando sente medo?
- Este medo, de alguma forma, atrapalha sua vida?
- Você foi diagnosticado com alguma condição de saúde mental? Qual?
- Você tem algum parente próximo que sofra de alguma fobia?
Tratamento
Os médicos geralmente seguem três tipos de tratamento: psicoterapia, uso de medicamentos ou em casos extremos os dois métodos.
Entre as medicações mais recomentadas constam os sedativos, antidepressivos e betabloqueadores. Sendo os mais comuns: Anafranil, Cloxazolam, Clomipramina e Olcadil.
Vale ressaltar que os medicamentos só devem ser ingeridos com prescrição médica.
Texto escrito por Natália Nocelli da Equipe Eu Sem Fronteiras