O jornal Estado de São Paulo listou como métodos contraceptivos (que impedem ou reduzem as chances de uma mulher engravidar) a pílula anticoncepcional, a camisinha e o método sintotermal. Esse último é uma saída encontrada por mulheres que não querem ingerir os hormônios das pílulas e não se sentem completamente seguras somente com a camisinha.
O que é o método sintotermal
O método sintotermal é um recurso da ginecologia natural não só para prevenir uma gravidez, mas também para planejá-la. Outro benefício é o autoconhecimento proporcionado por essa forma de contracepção.
Esse processo é possível porque o método baseia-se na análise do funcionamento do corpo feminino: temperatura corporal basal, secreção vaginal e observação do colo uterino. Para compreender o que significam os aspectos de cada fator, é necessário olhar e tocar o próprio corpo, a fim de entender o ciclo menstrual (bem como o período de ovulação).
Em relação à temperatura corporal, a mulher precisa medi-la todos os dias, com um termômetro de duas casas decimais. Depois da ovulação, essa temperatura tende a subir um pouco.
A secreção vaginal pode apresentar diferentes aspectos: secura ao fim da menstruação, fluidez, aspecto pegajoso e cor transparente no período fértil.
No período infértil, apresenta uma aparência opaca e uma textura grossa. O colo uterino fica mais alto e com uma textura amolecida durante o período fértil. Para analisá-lo, é preciso introduzir o dedo na vagina, em uma posição confortável.
O que dizem os ginecologistas?
O método é recomendado pela ginecologista Bel Saide, especialista em ginecologia natural. A médica afirma que as mudanças ao longo do ciclo podem ser sutis, mas as mulheres são capazes de observar seus corpos e acompanhar o que está diferente nelas.
Segundo a ginecologista Bel, é possível interromper a pílula sem acompanhamento médico. Ela garante que depois de alguns meses o ciclo vai ser normalizado, ainda que antes disso a pele e o cabelos fiquem oleosos ou que a menstruação não venha.
Segundo ela, essa é uma forma diferente de olhar para a fertilidade e para a sexualidade, desatrelando uma coisa da outra e compreendendo como afetam o cotidiano da mulher.
Opinião de quem usa
Luana Moreira, uma estudante de 19 anos de idade, trocou a pílula anticoncepcional pelo método sintotermal, depois de conhecê-lo em um grupo do Facebook. Além desse método, Luana utiliza a camisinha. Sem a pílula, a estudante sentiu um aumento da libido, redução de dores causadas pela pílula e ganhou mais disposição.
Se a mulher estiver com dificuldades para notar essas mudanças, pode observar fatores como alteração na mama, sensibilidade, cólica no baixo ventre, alteração de sono, de humor e na pele. Infecções no corpo e ingestão de álcool são fatores que modificam a temperatura basal.
No caso de Luana, por exemplo, observar as mudanças no corpo e fazer o controle foi mais fácil do que lembrar de tomar a pílula diariamente.
É um método seguro?
Um estudo realizado pela Universidade de Oxford, evidenciou que depois de 13 ciclos, cerca de duas mulheres de 100 que utilizaram esse método acabaram engravidando de forma inesperada. Nove mulheres desse total abriram mão do sintotermal por insatisfação.
Os casais que utilizaram proteção durante o período fértil tiveram uma taxa de gravidez de 0,6 em 100 mulheres.
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Ainda que o método traga benefícios, existem críticas a ele. O ginecologista Rogério Bonassi afirma que o sintotermal é um método mais frequente nas redes sociais, pouco falado nos consultórios.
Por conta disso, a falta de instrução de um profissional da saúde pode levar a falhas na aplicação do método. Isso pode acontecer, também, porque os fatores observados podem variar mensalmente ou semanalmente, dificultando o acompanhamento.
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